Aquicultura refere-se à criação de peixes, moluscos, crustáceos e algas para uso humano. Atualmente, 56% dos alimentos aquáticos de origem animal obtidos desses incubatórios estão disponíveis para consumo, conforme indica a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Da mesma forma, existem muitos peixes que podem ser criados por esses métodos, como a pescada e o atum, e a lista continua crescendo.
Os consumidores de pescado encontram diferentes vantagens e desvantagens na compra de pescado cultivado ao avaliar sua possível aquisição.Os de fazendas são mais baratos do que os que crescem naturalmente nas águas do mundo. Embora a textura e o sabor percam alguma qualidade, estes animais conservam muitas das suas propriedades essenciais.
Piscicultura para consumo
Leva décadas de pesquisa e testes antes de trazer uma nova espécie de peixe para o mercado. Ao longo dos anos, houve progresso e novos espécimes foram incorporados à piscicultura, uma vez que essa prática, ao que se sabe, está presente na cultura humana desde pelo menos 3.500 aC. C. na China antiga.
No caso dos linguados, a facilidade de reprodução e a capacidade de adaptação ao cativeiro fizeram deles um dos primeiros candidatos a serem peixes cultivados. As investigações foram complexas, pois as segundas gerações não prosperaram na fazenda marinha.
Alguns peixes que outrora eram caros, como o atum rabilho ou a dourada, estão a caminho de serem comercializados em grande escala. O consumidor poderá saborear peixe fresco a um preço mais baixo e em maior quantidade nas suas festas e banquetes.
Variedade e características dos peixes que podem ser criados para consumo
A seguir, mostramos algumas das espécies mais utilizadas no setor de piscicultura. São os mais comercializados e os mais facilmente distribuídos em todos os tipos de mercados.
1. Carpa capim, um dos peixes que podem ser criados para consumo
Conhecida cientificamente como Ctenopharyngodon idella, esta espécie é nativa do rio Amur e se distribui por águas doces rasas e vegetação abundante. Esse peixe que pode ser criado para consumo é verde escuro e pode chegar a 150 centímetros de comprimento, com peso de até 50 quilos.
Para seu cultivo são feitas lagoas artificiais e gaiolas se for de águas abertas. Além disso, é um dos peixes com maior demanda e produção do mercado. Devido à sua eficiência reprodutiva, a espécie foi introduzida em várias regiões do mundo, incluindo Taiwan, Irã, Israel e outras.
2. Carpa prateada
De nome científico Hypophthalmichthys molitrix, esta espécie é nativa da China e corresponde a outro dos peixes que podem ser cultivados. Em seu espaço natural atinge 1 metro de comprimento e 50 quilos de peso. Da mesma forma, alimenta-se de zooplâncton nas fases iniciais da vida e de fitoplâncton na juventude e na idade adulta. Seu habitat típico são as águas quentes e frescas da Ásia.
Atualmente, a carpa prateada tem distribuição global e sua presença reduz o nível de algas em rios e lagos. É outra das espécies mais difundidas em incubadoras para consumo humano na Europa. De qualquer forma, por serem filtradores, são difíceis de pescar com meios tradicionais.
3. Catla
A catla (Labeo catla) também é classificada dentro da variedade das carpas, pois está incluída na ordem Cypriniformes.É endêmica do norte da Índia e do Oriente Médio e encontra seu habitat em água doce entre 20 e 30 °C. Em condições naturais, este peixe pode medir quase 2 metros de comprimento e pesar cerca de 40 quilos.
A catla é um peixe de superfície e parte central da coluna d'água. O adulto alimenta-se de zooplâncton, mas o juvenil também inclui fitoplâncton em sua dieta. Por outro lado, costuma ser cultivado em lagos artificiais com outras espécies de cipriniformes.
4. Largemouth Bass
O achigã (Micropterus salmoides) é um peixe de água doce da família Centrarchidae. Adapta-se facilmente a diversas condições ambientais e profundidades variáveis, de 0,3 a 4 metros. No entanto, na época do inverno, desloca-se para locais mais profundos, até 15 metros.
Embora seja nativa das águas norte-americanas, atualmente pode ser encontrada em diversas partes do mundo. Isso graças à sua importância como exemplar para a pesca esportiva. Da mesma forma, é produzido a nível da aquicultura pelo seu valor como alimento.
É um animal carnívoro, com apetite voraz, por isso consome em grandes quantidades. Sua dieta varia conforme ele cresce. Na sua fase adulta incluem peixes, crustáceos, rãs ou mesmo outros robalos. Por sua vez, quando jovem, alimenta-se de zooplâncton e alguns insetos aquáticos.
5. Carpa europeia
Cyprinus carpio é a típica carpa européia e outro dos peixes que podem ser criados para alimentação humana. Esta variante do ciprinídeo é típica de temperaturas entre 17 e 24 °C em água doce. Sua origem original é asiática, embora tenha sido distribuído em todo o mundo. Quanto ao tamanho, um espécime adulto pode medir até 1,2 metros de comprimento e pesar até 40 quilos, embora seja normal que não ultrapasse os 80 centímetros de tamanho.
Curiosamente, esta carpa foi selecionada ao longo dos séculos para dar origem a uma variante doméstica: o koi. Esse espécime se destaca pelo valor ornamental baseado em sua longa cauda e suas escamas multicoloridas, geralmente brancas, laranjas ou pretas.
Esta espécie nada em cardumes e é onívora por natureza. Típico de lagoas lamacentas de água doce.
6. Silver Bass
Também chamado de white bass (Centropomus viridis), pertence à família Centropomidae. Distribui-se desde a Califórnia até o sul do Equador e as Ilhas Galápagos. É uma espécie de alto valor comercial, graças à qualidade e sabor de sua carne.
No entanto, seu cultivo representa grandes desafios, por se tratar de um espécime carnívoro, com altas exigências proteicas e pouca capacidade de digerir proteínas de origem vegetal. Dessa forma, alguns estudos têm se concentrado em avaliar diferentes opções de alimentos para melhorar sua produção. Entre eles, os desenvolvidos na Universidade de Nuevo León, utilizando o farelo de soja como substituto da farinha de peixe.
7. Bighead Carp
Outro tipo de carpa nativa da China é a Hypophthalmichthys nobilis ou carpa cabeçuda. Foram detectados espécimes com peso até 40 quilos e 1,46 metros de comprimento, embora seja normal que não ultrapassem os 60 centímetros. É uma das espécies mais exploradas no setor de consumo, gerando mais de 3 milhões de toneladas de carne por ano (principalmente na China).
8. Tilápia do Nilo, outro dos peixes que podem ser criados em sistemas de aquicultura
Este espécime (Oreochromis niloticus) é um peixe que surge como espécie no rio Nilo, por isso também é conhecido pelo nome de tilápia do Nilo. É um organismo tropical de reprodução massiva que atinge 60 centímetros de comprimento e 5 quilos de peso. Em geral, o macho é maior que a fêmea devido ao seu dimorfismo sexual.
Existem diversos fatores ambientais que podem alterar significativamente o desenvolvimento da tilápia do Nilo.Temos especial relevância para a qualidade da água, que influencia na alimentação, crescimento, riscos de doenças e sobrevivência desses peixes nos viveiros.
9. Peixinho dourado
O peixinho dourado, cientificamente conhecido como Carassius carassius, um peixe com distribuição eurasiana. Costuma ser criado em gaiolas diretamente nos canais naturais, onde sua alimentação à base de algas é garantida. Da mesma forma, em sua fase adulta atinge cerca de 15 centímetros e 2 quilos.
10. Salmão do Atlântico
Por outro lado, podemos citar o Salmo salar, o típico salmão do Atlântico. Este peixe distribui-se por todo o Oceano Atlântico Norte até ao Mar Negro e é a terceira maior espécie da família Salmonidae. É um espécime anádromo, ou seja, nasce nos rios e se desloca para o mar, onde amadurece sexualmente.
O espécime médio mede cerca de 76 centímetros de comprimento e pesa cerca de 5 quilos.
11. Pregado
O pregado (Scophthalmus maximus) é outra espécie de peixe que pode ser criado para consumo humano em condições adequadas. É um espécime marinho, de elevado valor comercial, com uma produção que floresce no sul da Europa.
Este peixe tem corpo romboide, muito achatado e com tonalidades que simulam o fundo arenoso. Atinge até 100 centímetros de comprimento e 12 quilos de peso.
12. Truta arco-íris
Entre os peixes que podem ser criados para consumo humano, temos a truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss). Um dos representantes dos salmonídeos. Tem uma boca maior que a de um salmão e barbatanas peitorais mais curtas.
É nativa da costa do Pacífico na América do Norte, mas agora é encontrada em todos os continentes (exceto na Antártida). Constitui uma das culturas continentais mais importantes em algumas localidades. Também é utilizada para fins recreativos, para pesca esportiva.
13. Dourado
Finalizamos esta lista de peixes que podem ser criados com o pargo (Sparus aurata), um dos peixes mais relevantes na piscicultura em ambiente marinho. Este peixe prefere águas relativamente profundas (30 a 150 metros) e distribui-se por todo o Mar Mediterrâneo. O espécime adulto típico atinge 1 metro de comprimento e até 5-7 quilos de peso.
Em geral, a dourada é cultivada no Mar Mediterrâneo, por meio de gaiolas marinhas. Estima-se que seu crescimento ideal dependa de diversos fatores, como temperatura e quantidade de alimento disponível.
Como você pode ver, existem muitos peixes que podem ser criados no ambiente marinho ou de água doce para aumentar a produtividade no mercado humano. Alguns dos exemplos citados são mais sustentáveis que outros, mas certamente representam uma excelente opção de alimentação.