O que a ciência diz sobre o afeto dos gatos?

Tradicionalmente, diz-se que o cão é o melhor amigo do homem dada a sua grande sociabilidade e empatia. No entanto, as últimas descobertas científicas sobre o afeto do gato refletem o forte vínculo que pode ser estabelecido entre os donos e os felinos.

A maioria de as pessoas concebem o gato doméstico como um animal distante, independente e até mesmo mal-humorado. Essa presunção aumenta entre os donos de cães, em detrimento dos donos de gatos.

Para desmistificá-lo, alguns estudos propuseram uma nova forma de avaliar a habilidades sociocognitivas e a profundidade de apego desses felinos.

Estudos científicos sobre o afeto do gato

Em 23 de setembro de 2022-2023, a revista científica Biologia Atualpublicou as conclusões obtidas pelo estudo realizado pela Oregon State University sobre o afeto dos gatos. O projeto, patrocinado pela Nestlé Purina e pela National Science Foundation dos Estados Unidos, obteve os seguintes resultados:

  • Gatos, como cães, primatas e bebês, podem criar laços seguros e inseguros com seus cuidadores humanos, uma afirmação que refuta a teoria do cão como o animal com maior fidelidade ao ser humano.

Para provar isso, eles colocaram um gato, de idade indiferente, em um quarto desconhecido e acompanhado por seu zelador habitual. Depois de dois minutos, o dono saiu da sala por mais dois minutos, para se juntar a seu animal de estimação após o referido intervalo.

O experimento foi repetido com mais de 100 gatos, de forma que as respostas destes últimos quando se reuniram com seus donos foram avaliadas em graus de afeto.

  • Anexo seguro. 65% dos gatos ficaram mais relaxados quando o dono voltou para o quarto, o que demonstra a confiança e o grau de segurança inerentes ao vínculo entre o dono e o animal de estimação. Além disso, deve-se notar que esses gatos só foram incentivados a explorar a sala na presença de seu dono. De acordo com os pesquisadores, esses resultados foram equivalentes aos observados em cães e bebês.
  • Apego evasivo. Foi experimentado na minoria dos casos, em que os gatos continuaram inseguros tanto na presença quanto na ausência de seu cuidador e até se esquivaram.
  • Apego ambivalente. Após a fixação segura, foi o mais adotado em gatos que, apesar de cercar e exigir a atenção de seus donos, ainda eram inseguros.

Conclusões sobre o afeto felino

Além de mostrar os diferentes graus de apego, os pesquisadores afirmam que, uma vez que um tipo de link entre o gato e o dono foi criado, é muito difícil modificá-lo. Esta conclusão também é aplicável no caso de felinos com apego ambivalente, cuja segurança na presença do mestre não aumentará apesar de serem treinados.

Por outro lado, no que diz respeito a benefícios desse afeto para o ser humano, Washington State University publicou um estudo na revista AERA Openem junho de 2022-2023. Para isso, foi realizado um experimento com 249 voluntários da própria universidade, que foram divididos em quatro turmas.

Os membros do primeiro grupo acariciaram e brincaram com gatos por 10 minutos, enquanto os participantes do segundo grupo os observavam. O terceiro grupo observou uma apresentação com os mesmos animais que interagiam com o primeiro grupo. Por fim, o quarto grupo ficou com membros classificados como "na lista de espera".

Depois de coletar uma amostra de cortisol salivar de todos os participantes, níveis significativamente mais baixos foram evidenciados naqueles que tiveram uma interação direta com felinos. O cortisol é um dos principais hormônios do estresse, daí a alegação dos benefícios de acariciar um animal, seja um gato ou um cachorro.

Tanto este quanto o experimento anterior demonstram a força do vínculo que pode ser criado entre gatos e humanos. Desse modo, a percepção estereotipada que relaciona os felinos à agressividade e ao distanciamento não se justifica. Os gatos, como as pessoas, podem ter personagens diferentes de acordo com sua individualidade, sem ter que aplicar mau comportamento a todo o seu grupo.

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