Uma das perguntas mais comuns que as pessoas fazem é o que é morrer? O desejo de transcendência colide com a realidade e busca explicações sobre nosso destino após a morte. Da mesma forma, ele questiona a partida dos companheiros mais queridos e faz perguntas como, para onde vão os animais de estimação após a morte?
O processo de luto diante da morte de um animal de estimação
Provavelmente uma das formas mais incompreensíveis de sofrimento ocorre com a morte de um ente querido, que inclui, claro, a morte de animais de estimação.
Algo triste sobre isso é que não é frequente que processos de luto sejam realizados pela perda do animal de estimação.A pessoa também não recebe espaço para processar a dor e se curar. Isso é especialmente prejudicial para aqueles que consideram seus animais de estimação uma fonte única de amor verdadeiro. Mesmo assim, várias teorias e crenças foram criadas sobre o espírito animal, com o objetivo de apaziguar a dor humana.
Os animais têm espíritos?
Há muitas discussões sobre se eles têm espírito ou não. No entanto, não há dúvida de que os animais compartilham aspectos em comum conosco. Por exemplo, eles podem sentir emoções semelhantes às nossas, como felicidade, tristeza ou dor.
Da mesma forma, muito além do que é condicionado por seus instintos, cada um dos animais é dotado de um caráter pessoal que o torna único, e se nutre de sua experiência.
Devido a essas condições, fala-se de um espírito animal (alheio às percepções religiosas que cercam a palavra espírito). Na verdade, a própria palavra que os caracteriza vem de anima, que significa 'animado' ou 'vivo'.
É cada vez mais comum ouvir histórias de pessoas que viram seus animais de estimação após a morte, ou que sentem sua presença nos locais mais marcantes de sua experiência de vida. Por isso, popularizou-se a crença de que os animais transcendem, seja em espírito ou em essência.
Morte para animais
Para os animais, a morte é um processo natural, e alguns desenvolveram uma compreensão disso; de tal forma que vivenciam processos de luto quando um parceiro (seja animal ou humano) morre.
" A crescente equivalência conceitual entre humanos e animais espalhou a crença de que os animais possuem uma alma e encontrarão seus mestres no céu. A evidência para este argumento vem de várias fontes, incluindo o caso notável de inscrições de túmulos em cemitérios de animais de estimação nos Estados Unidos e na França.”
– Stanley Brandes (2017)–
Porém, não tendo desenvolvido sua própria consciência sobre a morte (como as perspectivas e significados que os humanos lhe dão), os animais não sentem nenhum tipo de sofrimento emocional sobre a finitude de sua vida, resistência ao morrer, medo de conceitos como inferno ou paraíso, o que pode tornar esse processo extremamente traumático para os humanos.
Embora existam situações de apego à sua família, os animais (dentro de sua própria inconsciência sobre a morte) não sofrem nenhum tipo de apego. Por isso vivem no presente (não prestam atenção no passado e parece não pensar no futuro), o que facilita muito a transição entre a vida e a morte.
Algumas teorias sobre a vida após a morte
Existem muitas teorias sobre o que acontece com os pets quando estão nos últimos momentos de suas vidas. Cada um varia de acordo com a religião e as crenças do povo. Entre os mais conhecidos estão:
- Eles passam por um processo de integração das experiências que tiveram na vida antes de reencarnar novamente em outro animal da mesma espécie ou de espécies diferentes.
- Acredita-se que animais que suportam doenças severas por longos períodos de tempo estão esperando que seu humano amadureça emocionalmente e esteja pronto para “deixar ir”.
- O corpo físico do animal é transformado em corpo energético, que é liberado no momento da morte.
- Os animais retornam às energias divinas da natureza, onde mais uma vez se tornam um com a entidade geradora da vida.
- Dentro dos ramos mais modernos das crenças judaico-cristãs, os animais que nos acompanharam na vida nos esperam no paraíso.
- De acordo com a tradição mexicana do Dia dos Mortos, todos os anos (em 27 de outubro) o espírito do mascote retorna em forma de energia para saudar seu guardião e família.Para isso, conforme indica uma investigação publicada em 2022 pela Revista Encartes, é colocada uma oferenda ou altar com os alimentos e pertences que ele amou durante sua vida.
- Seu espírito está em espaços de jogo enquanto ele desfruta de outro tipo de experiência em um corpo astral diferente.
- Se o humano não assumir positivamente a morte dos animais de estimação, eles não poderão ascender a um plano superior e vagarão por espaços escuros enquanto procuram acalmar a ansiedade do cuidador.
O cachorro: mais que um animal
Longe das crenças atuais sobre as almas dos cães, em certas culturas pré-hispânicas acreditava-se que os cães tinham tarefas após a morte. Estes consistiam em transportar o espírito humano para levá-lo ao reino dos mortos, já que só eles conheciam o caminho escuro. Assim, acompanharam e guiaram o seu fiel amigo para o "além" .
As culturas Maia e Nahuatl, segundo estudo publicado pela Revista de Cultura Náhuatl, achavam que o cachorro era o encarregado de ajudar a atravessar o rio espiritual do reino dos mortos. Para fazer isso, os humanos tiveram que cavalgar nas costas de seus companheiros para passar e alcançar o descanso eterno. Da mesma forma, o cachorro estava encarregado de prestar depoimento sobre os atos de bondade que seu tutor cometeu em vida. Caso contrário, o homem estava condenado a vagar pelo mundo.
Ter um cachorro é uma experiência que ninguém trocaria por nada. Apesar de qualquer crença, os animais de estimação marcam você profundamente e é reconfortante saber que, mesmo após a morte, eles ainda estão com você de várias maneiras.