Os peixes respiram debaixo d'água graças ao oxigênio que se dissolve no líquido, por isso dependem de sua concentração para evitar o "afogamento" . No entanto, a quantidade dessa molécula essencial pode ser aumentada ou diminuída dependendo das condições ambientais. Além disso, certas espécies de peixes consomem mais oxigênio do que outras e são mais suscetíveis à escassez ou f alta desse elemento.
Na natureza, a concentração dessa molécula essencial para os organismos aquáticos é mantida por diversos mecanismos. Apesar disso, alguns eventos como o aumento da temperatura do mar estão afetando a disponibilidade de oxigênio, de modo que alguns peixes podem sofrer com a f alta dele.Continue lendo este espaço e descubra porque isso acontece.
Por que a temperatura afeta a quantidade de oxigênio?
Em geral, a temperatura é um fator muito importante que altera as propriedades físico-químicas da água. Por exemplo, a maioria das reações bioquímicas que sustentam a vida tendem a ocorrer mais rapidamente em água morna. Enquanto, por outro lado, as altas temperaturas também aumentam a dissolução de minerais que podem se tornar essenciais para algumas espécies.
Além disso, a temperatura afeta a concentração de oxigênio dissolvido encontrado na água. De fato, os líquidos quentes têm menos capacidade de reter o referido elemento. Isso porque quando a temperatura aumenta, a pressão no interior do líquido aumenta e os elementos gasosos tendem a subir para a superfície. Ou seja, o oxigênio escapa na forma de bolhas.
Este mesmo efeito pode ser sentido em casa quando qualquer quantidade de água é fervida.À medida que a temperatura aumenta, a água perde a capacidade de reter o oxigênio, que sai violentamente em forma de bolhas e é o que conhecemos como fervura. Enquanto a água perde oxigênio ao longo do processo de aquecimento, ela só fica muito aparente quando atinge o ponto de ebulição.
Agora, na natureza, é improvável que a mudança na temperatura da água seja tão drástica. No entanto, aumentar alguns graus pode ser suficiente para fazer com que os peixes morram de fome de oxigênio. É por isso que a mudança climática se tornou uma séria ameaça aos organismos aquáticos.
Certos peixes são mais suscetíveis à f alta de oxigênio
Embora a redução do oxigênio dissolvido na água afete todos os animais aquáticos, certos organismos são mais suscetíveis a essas condições. De acordo com um estudo publicado na revista científica Global Change Biology, peixes maiores são mais propensos a sofrer de deficiência de oxigênio em águas quentes.
As células que compõem os animais possuem tamanhos diferentes dependendo da espécie em questão. Isso significa que alguns organismos possuem células maiores, o que afeta a quantidade de oxigênio de que precisam e a eficiência de sua absorção.
O oxigênio precisa atravessar a membrana celular para chegar à mitocôndria e realizar sua função no metabolismo. No entanto, no caso de células grandes, a molécula de oxigênio leva mais tempo nessa jornada porque percorre uma distância maior em comparação com uma célula pequena. Consequentemente, o consumo de oxigênio é deficiente e os organismos precisam respirar mais para suprir a demanda.
Claro, animais de corpo comprido tendem a ter células grandes em seus corpos. Esta é a razão pela qual peixes maiores sofrem mais com a f alta de oxigênio quando a temperatura da água sobe.
Questões de mudança climática
Como peixes grandes são um tanto suscetíveis a condições de hipóxia (f alta de oxigênio), a mudança climática pode ser uma ameaça letal para essas espécies. A mudança drástica nas condições ambientais tem sido suficiente para aumentar progressivamente a temperatura dos corpos d'água. Portanto, várias espécies aquáticas podem estar em perigo latente de extinção.
Além disso, outras situações como a poluição promovem ainda mais condições de hipóxia em ambientes aquáticos. O excesso de matéria orgânica gerado nesses casos provoca a colonização de bactérias, cianobactérias e plantas consumidoras de oxigênio. Como resultado, as circunstâncias enfrentadas pelos peixes grandes são bastante complicadas, lidando não apenas com os efeitos das mudanças climáticas.
Embora todos os itens acima possam parecer sem esperança, alguns especialistas sugerem que esta informação pode ser útil na identificação de espécies que estão em risco.Dessa forma, podem ser geradas estratégias de resgate que auxiliam na subsistência dos peixes mais susceptíveis à f alta de oxigênio. Com a ação conjunta de diversas entidades e governos, ainda é possível salvar animais em situação de risco.