O que a ciência diz sobre o carinho dos gatos?

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Anonim

Tradicionalmente, costuma-se dizer que o cão é o melhor amigo do homem devido à sua grande sociabilidade e empatia. No entanto, as últimas descobertas científicas sobre o afeto felino refletem o forte vínculo que pode ser estabelecido entre donos e felinos.

A maioria das pessoas concebe o gato doméstico como um animal distante, independente e até rabugento. Essa presunção aumenta entre os donos de cães, em detrimento dos que possuem gatos.

Para desmistificar, alguns estudos propuseram uma nova forma de avaliar as habilidades sociocognitivas e a profundidade de apego desses felinos.

Estudos científicos sobre o afeto dos gatos

Em 23 de setembro de 2019, a revista científica Current Biology publicou as conclusões obtidas do estudo realizado pela Oregon State University sobre o afeto dos gatos. O projeto, patrocinado pela Nestlé Purina e pela US National Science Foundation, obteve os seguintes resultados:

  • Gatos, como cães, primatas e bebês, podem criar laços seguros e inseguros com seus cuidadores humanos, uma afirmação que refuta a teoria de que os cães são os animais mais fiéis aos humanos.

Para o provar, colocaram um gato, de idade indiferente, num quarto desconhecido e acompanhado pelo seu cuidador habitual. Decorridos dois minutos, o dono saía do quarto por mais dois minutos, para voltar ao seu animal de estimação uma vez transcorrido o referido intervalo.

O experimento foi repetido com mais de 100 gatos, de modo que as respostas destes últimos ao se reunirem com seus donos foram avaliadas em graus de afeto.

  • Anexo seguro. 65% dos gatos ficaram mais relaxados quando o dono voltou para o quarto, demonstrando a confiança e a segurança inerentes ao vínculo dono-animal de estimação. Da mesma forma, deve-se notar que esses gatos só ousavam explorar a sala na presença de seu dono. Segundo os pesquisadores, esses resultados foram equivalentes aos observados em cães e bebês.
  • Evite o apego. Foi experimentado na minoria dos casos, em que os gatos continuaram inseguros tanto na presença quanto na ausência de seu cuidador e até o evitavam.
  • Apego ambivalente. Após apego seguro, foi o mais adotado em gatos que, apesar de circular e exigir a atenção dos donos, continuavam inseguros.

Conclusões sobre o afeto felino

Além de demonstrar os diferentes graus de apego, os pesquisadores afirmaram que, uma vez criado um tipo de vínculo entre gato e dono, é muito difícil mudá-lo. Esta conclusão também é aplicável no caso de felinos com apego ambivalente, cuja segurança na presença do dono não aumentará apesar de serem treinados.

Por outro lado, sobre os benefícios desse carinho para os humanos, a Washington State University publicou um estudo na revista AERA Open em junho de 2019. Para isso, foi feito um experimento com 249 voluntários da própria universidade. , que foram divididos em quatro grupos.

Os membros do primeiro grupo acariciaram e brincaram com gatos por 10 minutos, enquanto os participantes do segundo grupo os observaram. O terceiro grupo assistiu a uma apresentação com os mesmos animais que estavam interagindo com o primeiro grupo.Finalmente, o quarto grupo ficou com membros qualificados como 'em lista de espera'.

Após coletar uma amostra de cortisol salivar de todos os participantes, níveis significativamente mais baixos foram encontrados naqueles que tiveram uma interação direta com os gatos. O cortisol é um dos principais hormônios do estresse, daí a afirmação das vantagens de acariciar um animal, seja um gato ou um cachorro.

Tanto este experimento quanto o anterior demonstram a força do vínculo que pode ser criado entre gatos e humanos. Desta forma, não se justifica a percepção estereotipada que associa os felinos à agressividade e a uma atitude distante. Os gatos, assim como as pessoas, podem ter diferentes personagens de acordo com sua individualidade, sem ter que aplicar mau comportamento a todo o grupo.