A pílula anticoncepcional em anfíbios, um efeito devastador – Meus animais

Sabendo das consequências do uso da pílula anticoncepcional em anfíbios, em fevereiro de 2019 a Agência Europeia de Medicamentos solicitou que as pessoas fossem alertadas sobre as consequências ambientais desses medicamentos, dado o nível de vazamento de hormônios nos rios.

A pílula anticoncepcional e seu efeito devastador nos ecossistemas

Apesar de sua longa lista de efeitos colaterais, a pílula anticoncepcional não apenas ainda está no mercado, mas seu uso triplicou entre as jovens espanholas nos últimos quatro anos. O que não consta em nenhum prospecto são os perigos que os hormônios representam para os ecossistemas e os rios onde são despejados os efluentes.

A pílula é um método anticoncepcional hormonal utilizado por diversos motivos, geralmente médicos, como ovários policísticos ou acne juvenil.

Avaliações sobre anticoncepcionais hormonais esquecem o impacto ambiental que geram e não quantificam os danos que produzem nos ecossistemas aquáticos. Diante dessa situação, nos últimos anos surgiu um movimento que tenta encontrar alternativas ecológicas e sustentáveis aos métodos anticoncepcionais atuais.

É o que o ginecologista do Hospital Santiago Apóstol de Vitória, Luis Ignacio Lete Lasa, chama de 'contracepção verde'.

A pílula anticoncepcional em anfíbios, um efeito devastador

Impacto nas populações de anfíbios

A presença desses hormônios na água, juntamente com outras substâncias químicas, acabam gerando deformidades nos anfíbios, um dos grupos de animais mais m altratados do mundo.

Em 2004, um estudo chamado “Avaliação da contaminação do rio por compostos estrogênicos na área de Paris”, alertava que entre 35 e 50% do estrogênio contido na água era proveniente de pílulas anticoncepcionais, já que esse hormônio é muito difícil de filtrar da água potável.

A pílula anticoncepcional está mudando o sexo de rãs e sapos. Pode parecer estranho, mas o impacto que os estrogênios têm na vida selvagem é muito importante, e o mais curioso é que até agora isso passou despercebido.

O ingrediente ativo em muitas das pílulas usadas é o 17-α-etinilestradiol, conhecido como EE2. Quando a mulher ingere essa substância, ela absorve uma parte, mas outra parte é excretada na urina, indo parar nas estações de tratamento de esgoto. O problema é que os sistemas de depuração não se esgotam nisso e, quando as águas 'limpas' saem dessas usinas em direção aos rios, o mesmo acontece com o EE2.

É nos rios que os anfíbios entram em contato com esses hormônios femininos sintéticos. E, infelizmente, são muito parecidos com os hormônios femininos de todos os vertebrados, inclusive o seu. Portanto, atuam na biologia desses animais.

Quando o impacto da pílula anticoncepcional nos anfíbios é mais devastador?

No caso dos anfíbios, todos os girinos começam a desenvolver-se do mesmo sexo. E só depois de um certo momento, a proporção de hormônios femininos e masculinos faz o corpo 'declinar' para um sexo ou outro.

Mas o que acontece se os girinos tomarem banho em água contaminada com estrogênio? Que alguns indivíduos – mais ou menos, dependendo da quantidade de EE2 e da espécie – tornam-se feminizados.

Ou seja, são machos, pelo menos geneticamente, mas se desenvolvem como fêmeas, em alguns casos funcionais, o que significa que produzem ovos. Mas na maioria dos casos tornam-se fêmeas estéreis, incapazes de se reproduzir.

O efeito que isso tem nas populações é devastador. Naturalmente, cada espécie mantém uma proporção sexual. Para cada macho existe um certo número de fêmeas, a proporção ótima para a espécie.

A feminização de uma porcentagem significativa de indivíduos pode acarretar uma mudança muito acentuada para que a população permaneça fora de perigo ou mesmo sobreviva.

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