Os insetos são a classe de animais com maior número de espécies no planeta, e é que eles representam quase 90% das formas de vida. Sua grande variedade faz deles os seres vivos com maior capacidade adaptativa e, portanto, com maior probabilidade de sobreviver em qualquer eventualidade.
Nos últimos anosPesquisas norte-americanas foram realizadas para modificar algumas espécies de insetos para usá-los como propagadores de vírus que beneficiam o aumento da produção agrícola. Tal como acontece com um projeto que leva o nomeInsetos Aliados (Insetos Aliados).
Apesar de seu possível uso benéfico, alguns cientistas temem que essa pesquisa possa ser usada para desenvolver armas biológicas por meio de insetos modificados. Em outras palavras, usando insetos como arma de guerra, espalhando doenças ou destruindo plantações.
Em que consiste Insetos Aliados?
O programa que leva pelo nome Insetos Aliados É composto por quatro projetos, todos conduzidos por universidades americanas e financiados pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa. Esta instituição pertence ao Departamento de Defesa daquele país.
Cada um dos projetos tornou público em que consistem os experimentos que realizam com algumas espécies de insetos.
Três deles buscam usar vírus manipulados para proteger e tornar as safras mais resistentes: os insetos são usados como vetores de vírus modificados em laboratório. O projeto da Penn State University tem como alvo as plantações de tomate usando mosca-branca (Aleyrodidae).
Dois projetos visam melhorar o milho, o principal produto agrícola dos Estados Unidos. Esses projetos são executados pela Ohio State University e pelo Boyce Thompson Institute.
O quarto projeto do programa, realizado pela Universidade do Texas, não utiliza vírus modificados, mas bactérias. A pesquisa usa uma bactéria hospedeira de pulgões (Aphididae) para beneficiar o feijão.
Essas investigações foram financiadas com o objetivo de buscar alternativas para aumentar a produção agrícola.. Ou seja, para substituir o uso de agrotóxicos, criação seletiva e quarentena, entre outras técnicas.
Um aspecto essencial que esses projetos devem garantir é a segurança no uso. Portanto, cada projeto teve que conceber uma chave de segurança para ser ativada em caso de emergência, tudo isso para poder ativá-lo ou desativá-lo quando fosse conveniente. Algumas idéias que foram utilizadas eram para gerar geneticamente insetos que são vírus menos duradouros ou temporários.
Uso de insetos como armas biológicas
Alguns biólogos viram com suspeita essas investigações financiadas pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos.. Juntos, vários biólogos europeus publicaram um artigo na revista Ciência sobre o possível uso de insetos de Insetos Aliados como armas biológicas: alertavam sobre os riscos, sem negar os possíveis usos positivos.
Sua principal preocupação é a facilidade de transformar os avanços desse programa em armas biológicas., porque seu uso pode ser letal e, além disso, muito difícil de rastrear. Os insetos podem ser projetados para infectar plantações inimigas, tornando-as estéreis ou menos produtivas.
Outra crítica ao programa foi sua determinação em usar insetos, já que existem outras formas de espalhar vírus modificados. Por exemplo, as tecnologias de dispersão mecânica são muito mais confiáveis e controláveis do que usar milhares de insetos disseminadores de vírus.
Os insetos também podem gerar uma crise de saúde e meio ambiente, em caso de disseminação descontrolada, além das safras necessárias.
Porém, a maior preocupação é a mudança que geraria na forma de fazer a guerra quando os insetos são usados como armas biológicas, devido a outras nações modificando seus próprios insetos e vírus, e os usando para lutar. Portanto,a modificação de animais pode ser transformada na forma mais comum e eficaz de levar a cabo um conflito bélico.
Claro, o governo dos Estados Unidos negou o possível uso de insetos e vírus modificados como armas biológicas: ele reitera que seu único uso é tornar as safras mais resistentes em seu país.