A tosse do cão pode ocultar muitas condições. Alguns estão relacionados a distúrbios que ocorrem exclusivamente no parênquima pulmonar, como processos inflamatórios. Já outras, embora tenham uma consequência direta no pulmão, podem ser decorrentes de alterações em outro sistema.
Já sabemos que o equilíbrio em que o corpo se mantém é muito delicado. Portanto, uma pequena patologia em um sistema ou órgão pode produzir consequências em outro.. Nesta ocasião, vamos falar sobre edema pulmonar em cães.
Definição de edema pulmonar
Muitos leitores estarão familiarizados com a palavra edema, não enema, pois é um termo freqüentemente usado para descrever um acúmulo patológico de fluido em alguns tecidos do corpo.
No caso específico de edema pulmonar, refere-se a um acúmulo de líquido em tecido pulmonar, nos espaços alveolar e intersticial.

Como podemos saber se nosso cão tem edema pulmonar?
O diagnóstico de edema nos pulmões deve ser sempre feito por um veterinário clínico, por meio de técnicas de diagnóstico por imagem, geralmente raios-X.
O diagnóstico presuntivo de edema pulmonar pela observação dos sintomas muitas vezes é difícil, uma vez que o sistema respiratório tem uma variedade sintomática relativamente limitada e muitos processos patológicos compartilham os mesmos sintomas.
Em geral, se o cão tem edema pulmonar, pode apresentar:
- Tosse, mais frequente depois de passar muito tempo deitado. Depois de muito tempo nessa posição, o líquido no pulmão, por gravidade, "se instala", o que provoca o agravamento desse sintoma.
- Dificuldade respiratória. Podemos observar como o cão adota posições anormais para respirar, podendo até produzir sons respiratórios anormais.
- Corrimento rosa espumoso do nariz ou da boca.
Por que é produzido?
Para explicar as alterações que podem produzir edema pulmonar, vamos dividir a classificação em duas seções, edema pulmonar cardiogênico e edema pulmonar não cardiogênico.
Edema pulmonar cardiogênico
Produzido por um distúrbio primário localizado no sistema circulatório. Em pulmões normais, o fluido exsuda dos capilares pulmonares para o espaço intersticial e retorna à circulação através dos vasos linfáticos pulmonares.
Todo esse processo depende das pressões circulatórias, portanto, quando ocorre uma alteração dessa pressão, é exsudado mais líquido do que é capaz de coletar, causando o conseqüente edema pulmonar.
As possíveis causas de edema pulmonar cardiogênico são:
- Todo o tipo de doença cardíaca, como doença cardíaca dilatada ou restritiva.
- Ducto arteriovenoso persistente.
- Problemas de válvula cardíaca, como a endocardiose da válvula mitral.
Edema pulmonar não cardiogênico
Este tipo de edema pulmonar ocorre quando há um acúmulo anormal de fluido no tecido pulmonar na ausência de doença cardíaca. Ou seja, quando não é o primeiro, é o segundo.
Os mecanismos envolvidos no desenvolvimento desse tipo de edema são diversos, mas estão relacionados ao aumento da permeabilidade vascular pulmonar, o que possibilita o derramamento do líquido dentro do interstício e dos alvéolos.
Em geral, algumas das causas desse tipo de edema podem ser:
- Obstrução das vias aéreas superiores. Por exemplo, uma paralisia faríngea, uma lesão traumática no pescoço causada por um colar apertado ou colar de punição, processos tumorais ou abscessos.
- Choques elétricos, por mordidas de cabo.
- Doença neurológica agudacomo ferimentos na cabeça ou convulsões.
- Inalação de fumaça ou substâncias tóxicas.
- Septicemia, isto é, infecções generalizadas na corrente sanguínea.

Tratamento
Edemas cardiogênicos são geralmente os mais comuns. O tratamento geralmente visa tratar a causa primária, ou seja, a doença cardíaca.
Por outro lado, Para acelerar a absorção e eliminação desse fluido intersticial, o uso de diuréticos pode ser recomendado. Na verdade, a administração desse tipo de medicamento costuma ser indicada na maioria dos cães que sofrem de doenças cardíacas.
Edema não cardiogênico menos frequente geralmente desaparecem com a única eliminação da causa primária, sempre que possível.