Ceratoconjuntivite infecciosa bovina e como controlá-la

A ceratoconjuntivite infecciosa bovina é uma das patologias mais frequentes na pecuária doméstica. É uma doença muito contagiosa e facilmente distribuída no gado, uma vez que é transmitida por contacto direto e através de moscas.

Essa patologia gera perdas significativas derivadas do desconforto geral que causa no animal, fato que reduz sua capacidade produtiva. Acima de tudo, a doença terá um efeito direto no bem-estar da vaca, afetando sua visão, pois pode deixá-la completamente cega.

Doenças oculares comuns em vacas: ceratoconjuntivite infecciosa bovina

É uma doença com distribuição mundial e é conhecida em alguns países como "olho branco" ou "olho rosa". Afeta principalmente bezerros, portanto, gera grandes perdas econômicas derivadas da baixa estatura. No caso de vacas adultas, causa uma redução significativa na produção de leite.

Epidemiologia da ceratoconjuntivite infecciosa bovina

É uma doença bacteriana causada por Moraxella bovis, embora também tenham sido descritos casos em que a bactéria não atua sozinha, mas em combinação com outras bactérias e vírus patogênicos.

Além disso, o agente pode comparecer em qualquer época do ano. Porém, a maioria dos casos ocorre no verão e no outono, épocas com maior presença de moscas e poeira. Acontece que esses invertebrados são um dos principais fatores de transmissão, atuando como vetores.

Como a ceratoconjuntivite infecciosa bovina é produzida?

Moraxella bovis ele se liga ao epitélio da córnea do olho da vaca e causa erosões microscópicas que são observadas após as primeiras 12 horas de infecção. Não é até que o quadro clínico piore e apareça uma úlcera de córnea a inflamação começa a ser detectada.

A úlcera é consequência da atividade citotóxica da bactéria. Nele, observa-se a perda de continuidade do epitélio que invade o restante da córnea. De fato, úlceras desta doença podem ser tão profundas que destroem completamente a córnea.

Sintomas

O período de incubação antes do aparecimento de qualquer sintoma é de dois a três dias, embora possa durar até três semanas. Assim que aparecem, geralmente o fazem nesta ordem:

  1. Epífora ou olho lacrimejante.
  2. Fotofobia: como o próprio nome sugere, significa intolerância anormal à luz.
  3. Conjuntivite: inflamação da conjuntiva.
  4. Blefaroespasmo: fechamento involuntário do olho
  5. É claro que também ocorre um declínio do estado de saúde do animal, com febre moderada, depressão e perda de apetite.

Depois de mais alguns dias desde a progressão dos sintomas, surge o edema, um acúmulo anormal de líquido na córnea derivado da inflamação. Além disso, uma úlcera central começa a ser percebida e as pupilas do animal permanecem contraídas, pois esse mecanismo tenta proteger a parte interna do olho.

O lacrimejamento deixa de ser transparente para ficar denso, com conteúdo de muco e pus. Assim que a úlcera ficar complicada, a córnea deixa de ser funcional e o tecido torna-se fibroso. Esse olho não é mais útil. A magnitude das úlceras pode ser tal que os globos oculares podem estourar, o que, obviamente, resulta em cegueira completa.

Diagnóstico de ceratoconjuntivite infecciosa bovina

O primeiro passo para prosseguir com o tratamento é saber a causa, uma vez que outras patologias oculares apresentam sintomas semelhantes aos da ceratoconjuntivite infecciosa. Portanto, um diagnóstico diferencial deverá ser feito entre as seguintes patologias:

  • Conjuntivite traumática. Geralmente é fácil diferenciar as duas doenças, pois pode ter havido restos do corpo estranho que causou o trauma dentro do olho ou simplesmente devido à lesão física evidente.
  • Ceratite devido a Pasteurella multocida.
  • Inflamação ocular difusa devido à ação de Mycoplasma bovis e / ou vários vírus possíveis.

O segundo passo será examinar a epidemiologia. A ceratoconjuntivite infecciosa geralmente causa surtos no verão e no outono e também é mais comum em animais jovens do que em adultos.

Para verificar a presença de úlceras o teste de fluoresceína é usado e já o próximo passo é a identificação do agente Moraxella Bovis. Para este último, todos os tipos de testes de laboratório podem ser usados.

Tratamento desta e de outras doenças infecciosas dos olhos

A ceratoconjuntivite infecciosa bovina costuma ser uma doença autolimitada, ou seja, tende a se resolver sozinha. A recuperação ocorre muitas vezes sem a necessidade de tratamento.

Claro, detecção precoce e aplicação de tratamento reduz a transmissão e lesão ocular permanente. Este tratamento inclui pomadas para os olhos ou pomadas que contêm antibióticos específicos contra Moraxella e também corticosteróides para conter a inflamação.

Medidas de prevenção e controle para ceratoconjuntivite infecciosa bovina

Primeiro, será importante enfatizar as boas práticas de higiene do rebanho. Assim, os fatores predisponentes são evitados da seguinte forma:

  • A fazenda deve ser submetida periodicamente a um controle vetoriall para evitar a presença de moscas transmissoras. Por exemplo, usando repelentes de insetos.
  • Será necessário garantir o bom estado de manutenção das instalações onde estão os animais. É necessário prestar atenção especial àqueles que albergam bezerros e vacas leiteiras e evitar em todos os momentos o acúmulo de poeira do feno e de fora.

Em última análise, a vacinação contra patologias que predispõem ao agravamento da saúde ocular, como a rinotraqueíte infecciosa bovina, é recomendada.

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