A lipidose hepática felina é uma doença hepática que surge quando um grande excesso de gorduras na forma de triglicerídeos se acumula neste órgão. Esses lipídios estão concentrados dentro dos hepatócitos, que são as células típicas do fígado.
Como consequência, a colestase intra-hepática - uma concentração de bile no fígado - se desenvolve em vez de seguir sua rota normal para o duodeno, a primeira seção do intestino delgado. Se um tratamento imediato e agressivo não for realizado, o gato morre por insuficiência hepática.
Uma doença ligada ao sedentarismo
A princípio, a lipidose hepática em gatos foi descrita como uma doença 100% idiopática, ou seja, surgia por causa desconhecida. Porém, hoje sabemos que gatos supercondicionados, ou seja, com uma vida extremamente sedentária, eles correm um risco maior de contrair a síndrome.
Quando se suspeita que um gato possa estar sofrendo de lipidose hepática, é essencial diferenciar se é consequência de outra patologia primária ou, caso contrário, se é uma lipidose hepática idiopática felina.
Entre 85 e 95% dos casos, os felinos têm uma doença anterior que causa lipidose de forma secundária.

Lipidose hepática idiopática felina
A lipidose hepática é considerada idiopática quando os veterinários são incapazes de determinar a causa, uma vez que nenhuma outra doença que possa ter causado isso é encontrada no paciente felino. Apesar disso, essa síndrome aparece em gatos geralmente obesos e sujeitos a estresse crônico.
Habitualmente, Episódios de estresse em gatos causam anorexia ou falta de apetite por comida. Essa restrição de proteínas e carboidratos faz com que as reservas de lipídios do animal sejam mobilizadas para o fígado. Porém, como há deficiência de proteína, a gordura não pode ser transportada para fora desse órgão e se acumula.
Por esse motivo, é muito importante controlar se um gato se alimenta corretamente. Em primeiro lugar, deve-se monitorar a quantidade de alimentos que ele consome, para evitar que coma mais ou menos. Além disso, a qualidade da dieta é fundamental, pois um alimento com alta concentração de gordura não é saudável para um felino.
Por último, é necessário estimular o gato a se exercitar diariamente por meio de brincadeiras, uma atividade muito importante para manter sua saúde física e mental. Como dissemos, os gatos obesos são mais propensos à lipidose hepática.
Diabetes felino como causa de fígado gorduroso
O diabetes mellitus em gatos é uma doença hormonal causada pela deficiência de insulina. Além de ocorrer em humanos, essa patologia é muito comum, inclusive, em felinos obesos.
A insulina, entre outras funções, estimula uma enzima que promove o armazenamento de ácidos graxos no tecido adiposo. Como não há quantidade suficiente desse hormônio, a gordura permanece livre na corrente sanguínea que, por outros mecanismos, acaba se acumulando no fígado e causa lipidose hepática.
Lipidose hepática causada por pancreatite
A pancreatite é uma inflamação de uma região específica do pâncreas, especificamente a seção exócrina. Como consequência, Muitas enzimas, toxinas e outras substâncias são liberadas, o que causa forte dor no gato.
Esse estado faz com que o gato pare de comer, ou seja, causa anorexia grave, que é o principal fator no metabolismo anormal dos lipídios e causa da lipidose hepática.
Hipertireoidismo e problemas de fígado em gatos
Ocasionalmente, a lipidose hepática pode surgir como consequência do hipertireoidismo em gatos. Embora o mecanismo não seja bem compreendido, acredita-se que a razão reside nos problemas de perda de peso e anorexia em gatos com hipertireoidismo. Além disso, o excesso de hormônio tireoidiano pode causar toxicidade hepática.

Saúde do fígado do gato
O fígado é um órgão essencial no metabolismo geral dos animais. Muitas doenças, em seu primeiro estágio -quando ainda têm uma solução fácil - são detectados com um simples exame de sangue. Portanto, é realmente aconselhável fazer um teste bioquímico no animal, pelo menos uma vez por ano.
Da mesma forma, a obesidade em gatos - como em outros animais - é um precursor de dezenas de patologias muito prejudiciais. Evitar a superalimentação e manter seu animal de estimação ativo são a chave para fazê-lo viver com você por muitos anos.