Qual é a diferença entre espécies endêmicas e nativas?

Em um mundo globalizado, onde muitos animais deixam seu habitat por motivos além de seu controle, é comum ver campanhas de conservação usando os termos de espécies 'endêmicas' e 'nativas'. Existem certas diferenças importantes entre os dois conceitos que devem ser conhecidas, a fim de não incorrer em erros biológicos graves.

Esse conhecimento é útil para mergulhar no mundo da categorização de espécies. Dessa forma, é realizado o tão necessário cadastramento dos animais e plantas que sustentam o equilíbrio dos biomas. Para proteger a natureza, devemos primeiro saber o que preservar.

Qual é a diferença entre espécies endêmicas e nativas?

Seja aplicado a plantas ou animais, endêmicas e nativas são denominações com pontos em comum, mas também com uma diferença substancial. Portanto, a primeira coisa é definir cada um desses termos. Vá em frente:

  • Espécies nativas, indígenas ou autóctones: é aquele que se encontra no seu lugar geográfico de origem - presente ou passado -, sem que o ser humano tenha intervindo na sua introdução no ecossistema em qualquer momento da sua história. Ele pode ser encontrado naturalmente em outras partes do mundo.
  • Espécies endémicas: Fauna e flora endêmicas são aquelas espécies que vivem apenas em um determinado local, ou seja, cujo raio de distribuição é limitado a uma área, região ou continente.

Uma espécie nativa também pode ser endêmica se estiver limitada à sua área geográfica original. Pelo contrário, se fatores naturais o levam a se espalhar para outros territórios, a espécie permaneceria nativa, mas não endêmica. A chave está no espaço geográfico que ocupa.

Algumas espécies de flores nativas se espalharam por diferentes territórios dos Estados Unidos graças à ajuda de abelhas. Em outras palavras, certos seres vivos podem alterar a distribuição de outros, direta ou indiretamente.

O lince ibérico é um endemismo da Península Ibérica, uma vez que só aí se encontra.

O problema das espécies invasoras

Existe uma terceira categoria em termos de distribuição de espécies: invasores. Ainda são animais e plantas que saem de sua área original e se adaptam a uma área diferente, mas neste caso, é a ação humana que causa a mudança.

Qual é o problema com isso? Normalmente, a expansão de uma espécie de seu local de origem envolve um processo lento que permite que o equilíbrio do bioma se ajuste e se adapte às mudanças desses animais ou plantas. No entanto, a introdução abrupta de novas espécies em uma área geográfica muitas vezes traz problemas.

Por um lado, as espécies introduzidas podem não resistir às condições daquele novo local - fontes de alimento inadequadas, condições climáticas adversas - e desaparecer. Você também pode se adaptar e prosperar com isso, mas então será o novo ecossistema que sofrerá as consequências.

Por exemplo, a introdução do papagaio argentino (Myiopsitta monachus) na Espanha causou problemas para espécies nativas, como o pardal (Passer domesticus), uma vez que consome grande parte dos seus recursos alimentares e ocupa o seu território. Uma espécie invasora pode matar uma espécie endêmica por predação direta ou por nichos sobrepostos (competição).

Em países como a Espanha, foram calculadas 200 espécies invasivas potencialmente perigosas para os ecossistemas.

Endemismo em perigo

Uma espécie endêmica não se expande para outras áreas, devido à sua alta especialização no ecossistema que habita. Por esta razão, sua extinção significa perder para sempre uma parte da biodiversidade do planeta. Isso, somado ao fato de os táxons endêmicos serem constituídos por populações com baixo número de indivíduos, muitas vezes dificulta o trabalho de conservação.

A maioria dos estudos de conservação aponta para um ponto-chave com referência a esta questão. A importância do endemismo reside na necessidade de conhecer e proteger os atributos biológicos e a história evolutiva que os táxons endêmicos e seus padrões biogeográficos representam.

Portanto, quando o homem introduz novas espécies em um lugar -ou as remove de seu habitat-, coloca em perigo 2 ecossistemas: o que fica sem a espécie e o que o recebe. Basta olhar para o caso do axolotl mexicano (Ambystoma mexicanum), que se extingue nos pântanos de Xochimilco, enquanto povoa as casas de milhares de fãs de animais de estimação exóticos.

Em um mundo onde 28% das espécies estudadas estão ameaçadas, perder espécies endêmicas não é uma opção.

O problema das espécies invasoras está se tornando mais urgente a cada dia. Na verdade, o tráfico ilegal de espécies ocupa o quarto lugar no mercado negro, movimentando quase tanto dinheiro quanto seus antecessores: armas e drogas. Cabe a todos nós - instituições e indivíduos - acabar com os crimes contra o planeta.

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