O termo "amiloidose", em gatos e outros animais, refere-se a uma série de condições nas quais ocorre a agregação de amiloides, grupos de proteínas fibrilares em tecidos. Algumas amiloidose podem ser de base genética, enquanto outras são causadas por uma infecção grave, câncer ou doença auto-imune.
A amiloidose não é exclusiva de gatos domésticos (Felis silvestris catus), mas também foi observada em humanos, cães, pássaros e outros felinos, conforme indicam os estudos. Se você quiser saber mais sobre esta doença e seu possível tratamento, continue lendo.
O que é amiloidose em gatos?
Amiloidoses em gatos e outros vertebrados são caracterizadas por uma deposição excessiva de proteínas insolúveis nos tecidos do animal. Quando as proteínas são sintetizadas no ambiente celular, normalmente assumem a forma tridimensional que lhes permite funcionar. Estes podem ser implementados em tecidos ou degradados por proteólise, por exemplo.
Em qualquer caso, nessas patologias, às vezes são formados compostos de proteínas muito estáveis e insolúveis que, além disso, são resistentes aos mecanismos proteolíticos normais. Incapazes de se destruir, essas proteínas se acumulam nos tecidos e formam os agregados conhecidos como amilóide.
Um neurônio danificado pela deposição de amiloide.Placas amilóides e agregações podem impedir o funcionamento adequado do tecido no qual se acumulam.
Tipos de amiloidose
As amilóides podem ser de diferentes tipos, o que também determina o local de deposição dos agregados e as diferentes falências orgânicas que podem ocorrer durante a doença. Em gatos, duas variantes principais foram registradas. Estes são os seguintes:
- Amyloid SAA (SAA):nesta foto, os níveis de amiloide sérico (SAA) disparam, especialmente em animais com inflamação severa. Além dos gatos, essa proteína é uma culpada comum de morte em cavalos imunizados para a produção de anti-soro.
- AL amiloide (AL): é formado, sobretudo, em espécimes com alguns tipos específicos de câncer. Os agregados de proteínas tendem a se estabelecer no tecido nervoso e nas articulações.
Existem muitos outros tipos de amilóides: ALECT2, ATTR, AIAPP, APrP, ACys e outros. Em qualquer caso, a amiloidose em gatos continua a ser um mistério no mundo veterinário e a maioria dos casos são atribuídos a SAA ou AL.
Sintomas de amiloidose em gatos
Os sintomas da amiloidose em gatos dependem inteiramente do órgão em que as proteínas mal dobradas são depositadas. Em qualquer caso, em todos os casos o quadro piora com o tempo, pois a agregação amilóide desloca os tecidos e impede o bom funcionamento do organismo. Alguns dos sinais clínicos mais comuns são os seguintes:
- Perda de peso.
- Anorexia.
- Letargia
- Poliúria (excreção muito abundante de urina). Isso vem acompanhado de polidipsia, ou seja, um desejo urgente de consumir líquidos.
- Reto, seco e sujeito a cair.
- Desidratação
- Depressão e falta de energia.
- Dor abdominal, diarreia e vômitos.
Acúmulo de amilóide nos rins
É necessário mencionar esta variante da amiloidose, porque seus sintomas são diferentes dos outros. Se a proteína amilóide sérica (SAA) se acumular nos rins, pode causar doença hepática grave que leva à morte. No entanto, esse cenário não é comum em gatos, exceto nos abissínios.
Acúmulo de amilóide no fígado
Se amilóides se acumulam no fígado, a hepatomegalia se desenvolverá com o tempo. O gato corre o risco de fraturar este órgão e causar hemorragia interna grave. Nessa condição, os sintomas mais comuns são fraqueza, gengivas pálidas, abdômen inchado, taquicardia, dor abdominal e colapso sistêmico.
Causas da amiloidose em gatos
Os depósitos de amilóide AA são favorecidos por doenças inflamatórias crônicas, infecções bacterianas graves e certos tipos de câncer. Enfim, como oCornell Feline Health Center,o dano real é causado por a deposição de amiloide continuou ao longo do tempo no órgão alvo, não por causa da condição de acionamento.
Por outro lado, os depósitos de amiloide AL têm maior probabilidade de aparecer em felídeos com células plasmáticas ou cânceres semelhantes ao mieloma. Como já dissemos, nessa condição a agregação de proteínas tende a se acumular no tecido nervoso e articular.
Predisposição genética
De acordo com o portal Hospitais VCA, deve haver um arranjo familiar para que ocorra a deposição de amiloide. No entanto, a natureza dos genes envolvidos na doença e o padrão de herança ainda estão sendo investigados.
Conforme indicado por estudos genéticos, Os abissínios são os mais afetados por esta condição, já que é um traço herdado devido a mutações genéticas muito presentes na raça devido ao cruzamento seletivo. Além disso, descobriu-se que gêmeos siameses também têm uma certa tendência a desenvolver amiloidose hepática.
Diagnóstico da doença
A amiloidose é muito difícil de diferenciar de outras condições a olho nu ou apenas com um exame físico. Por exemplo, se amilóides são depositados no rim, os sintomas podem ser confundidos com os da doença renal policística (PKD) ou outras condições que impedem a filtração renal adequada.
Além disso, infelizmente, a visita ao veterinário geralmente não ocorre até que o órgão afetado esteja irreversivelmente atrofiado. Uma biópsia - obtendo o tecido danificado - poderá confirmar a presença de amilóides nos tecidos do animal, mas quando o diagnóstico é confirmado, geralmente é tarde demais.
Tratamento
Não existe um tratamento específico que impeça o desenvolvimento da amiloidose em gatos ou que promova a reabsorção das proteínas depositadas. A única opção é detectar a causa subjacente - se a condição não for apenas hereditária - e tentar acabar com a fonte conflitante, seja uma infecção, uma doença auto-imune ou um câncer.
Se o felino apresenta amiloidose renal -algo mais comum em abissínios-, costuma ir ao hospital com administração de fluidos intravenosos, para aos poucos estabilizar seu quadro. Depois é preciso cuidar do animal de casa, com uma dieta específica e certos medicamentos para reduzir os sintomas.
A amiloidose não tem cura. A única saída é tentar aliviar os sintomas do gato até que a condição progrida para um ponto irreversível.
Previsão
O prognóstico é fatal em todos os casos. Podem ser feitas tentativas para reduzir a dor e o sofrimento do animal, mas em algum ponto a deposição de amiloide levará à falha sistêmica e, por fim, à morte. A única solução está na prevenção antes de criar um animal doente.
Por se tratar de uma doença com carga genética significativa, é necessário desenvolver testes que permitam detectar mutações no genoma de gatos siameses e abissínios, a fim de encontrar animais potencialmente portadores e evitar que se reproduzam. Se a genética da raça for "purificada", condições como essas não serão mais um problema no futuro.