O Ártico vive seu pior momento. O derretimento do gelo, a caça, a prospecção de petróleo e muitas outras ações humanas estão expondo cada vez mais animais ameaçados de extinção no Pólo Norte. As espécies que habitam este ecossistema são altamente especializadas para viver em condições de frio extremo, por isso as mudanças as afetam fortemente.
A destruição ambiental avança 3 vezes mais rápido no Ártico do que no resto do mundo. Se quiser saber quais as espécies mais afetadas por esta situação, pode ler mais sobre elas aqui. O tempo está acabando, então o conhecimento passa de gosto a necessidade.
A Crise do Pólo Norte
O Círculo Polar Ártico vive uma crise climática há muitos anos. Desde o início dos alertas até agora, pudemos verificar algumas das consequências: o aumento do nível do mar é perceptível (de 10 a 20 centímetros), há cada vez mais inundações, aparecem geadas anormais, ondas de calor e muito mais.
Existem muitos problemas que esta região enfrenta, mas em linhas gerais podemos apontar o seguinte:
- Degelo: os polos são a geladeira do planeta. À medida que derrete e encolhe, não só os oceanos esfriam, mas todo o calor que o gelo devolve à atmosfera cai sobre o resto do planeta, acelerando o aquecimento global.
- Emissão de metano: esse gás, tão nocivo à atmosfera, é armazenado em grandes quantidades no permafrost. Liberado com o derretimento dessa camada, ele causa mais derretimento, o que causa mais emissão de metano, acelerando cada vez mais o ciclo.
- Instabilidade climática: as consequências desta situação são complexas, pelo que é impossível prever que fenómenos anómalos iremos experienciar no futuro. Além disso, os especialistas garantem que sua gravidade aumentará.
5 animais em extinção no Pólo Norte
As primeiras vítimas desta crise são os animais em extinção no Pólo Norte. Da perda de área utilizável à dificuldade de encontrar comida, essas espécies estão tendo cada vez mais problemas para sobreviver em suas próprias casas. Aqui você encontra os mais representativos.
1. Urso polar (Ursus maritimus)
Este mamífero marinho é talvez a espécie mais conhecida por este problema. Os ursos polares dependem totalmente da calota de gelo do Pólo Norte, tanto para locomoção quanto para alimentação. Essa espécie, que passa mais tempo na água do que em terra, demora cada vez mais para voltar à água, pois a cada inverno demora mais para congelar.
O fato de os ursos polares terem que se abrigar na costa torna mais provável que eles encontrem as comunidades humanas que vivem lá. Isso geralmente não termina bem para nenhuma das duas espécies. Por outro lado, a acessibilidade desses animais aumentou a caça ilegal.
60% dos espécimes vivos são encontrados em solo canadense. A espécie encontra-se em situação de vulnerabilidade.
2. Raposa do Ártico (Alopex lagopus)
Este mamífero espetacular, que desenvolve uma pelagem branca no inverno para se camuflar na neve, geralmente se alimenta da carniça deixada pelos ursos polares. Como esses mamíferos têm dificuldade em encontrar presas, a raposa ártica é forçada a buscar novas fontes de alimento.
Ao se aventurar em novos territórios em busca de caça, as raposas árticas invadem as áreas de outras espécies, como a raposa vermelha (Vulpes vulpes). Assim, tornam-se competidores de outros predadores e descompensam os novos habitats em que entram.
Existem 4 subespécies de raposa ártica. A espécie não está listada como "ameaçada" hoje, mas seu futuro é delicado.
3. Beluga (Delphinapterus leucas)
A beluga é vítima de um problema na base da cadeia alimentar: a densidade das algas que se desenvolvem no gelo está diminuindo com o derretimento desse material. Como resultado, os crustáceos que se alimentam deles estão reduzindo suas populações e, por sua vez, o bacalhau do Ártico também está em perigo, caçando-os para sobreviver.
O último elo, a beluga (que se alimenta principalmente de bacalhau do Ártico) também está sofrendo com um declínio em números. Além disso, em seu alcance ao largo da costa do Alasca, tem que lidar com o tráfego marítimo e a poluição industrial em suas águas. Atualmente, está em perigo de extinção.
Esta espécie foi caçada comercialmente durante o século 19 e parte do século 20.
4. Morsa do Pacífico (Odobenus rosmarus)
Esta é uma espécie endêmica dos mares do Ártico. Esses mamíferos sobem aos mantos de gelo e às costas para descansar, dar à luz ou amamentar seus filhotes. Além da destruição de seu habitat pelo derretimento da neve, eles enfrentam a caça por suas longas presas (que são feitas de marfim) e sua gordura corporal.
A prospecção de petróleo em sua faixa causa danos ao ecossistema do entorno, principalmente quando há derramamentos acidentais.
5. Ptarmigan (Lagopus muta)
Também conhecida como perdiz alpina, esta perdiz é uma espécie muito comum na tundra do Pólo Norte.Quando o gelo recuou, os lagópodes buscaram refúgio em maciços montanhosos, onde permaneceram isolados. Como eles são forçados a ir cada vez mais para o sul (eles são vistos até mesmo nos Pirineus espanhóis), seu número está diminuindo. Infelizmente, as populações estão se tornando cada vez mais fragmentadas.
Ouvir todas essas notícias é sempre triste. Além disso, a insistência da mídia faz com que se tornem uma mensagem normalizada, criando uma sensação de que não é possível mudar nada. No entanto, embora ninguém possa salvar o planeta, há muitos mais que se preocupam com ele do que aqueles que o destroem: trabalhar juntos é a chave para salvar esses animais e a Terra.Existem nada menos que 23 subespécies de perdiz-das-neves.