Os 3 tipos de caracóis mais venenosos

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Anonim

Existe uma variedade de animais produtores de toxinas. Sem dúvida, os mais conhecidos são os répteis, anfíbios e artrópodes. No entanto, existem mais organismos que produzem essas substâncias, certos mamíferos, peixes, moluscos, entre outros. Em particular, neste último, existem alguns tipos de caracóis venenosos que geram moléculas complexas e variadas com importantes aplicações na medicina.

Os caracóis mais venenosos são encontrados na subfamília Conoidea, um grupo muito vasto com 19 famílias, 477 gêneros e cerca de 7.000 espécies. Nem todos eles são perigosos para os seres humanos, no entanto, existem alguns que são bastante tóxicos e letais.Neste espaço mencionamos 3 grupos de caracóis venenosos, não perca nada para que conheça as suas características e espécies representativas.

Características de caracóis venenosos (Conoidea)

Como os demais caramujos, os conoides possuem corpo mole com concha externa unvalve, cabeça bem diferenciada, com olhos e tentáculos. Além disso, um pé musculoso que eles usam para se mover. Eles podem ser encontrados em uma diversidade de habitats marinhos, desde os pólos até os trópicos e também em profundidades variáveis.

Conoids são animais carnívoros e usam suas toxinas para capturar presas. Embora também sirva como mecanismo de defesa contra predadores e marcação de território. As presas são heterogêneas e incluem vermes, peixes, crustáceos e outros moluscos (gastrópodes, bivalves, cefalópodes).

Esses caracóis venenosos têm uma rádula modificada que eles usam para se alimentar. Existem diferentes tipos de rádulas no grupo, com base na alimentação e na estratégia utilizada para caçar, igualmente diversas.

O aparato de veneno é interessante. Geralmente consiste em uma longa glândula venosa tubular (também chamada de ducto), terminando em um bulbo ou órgão propulsor. Juntamente com a estrutura radular, formam um sofisticado e eficaz mecanismo de liberação de veneno.

Tipos de caracóis venenosos

De acordo com o formato da concha, podemos dividir os conoides em 3 tipos de caracóis venenosos. Também correspondem às famílias mais conhecidas: Conidae, Terebridae e Turridae. Descrevemos cada um deles abaixo.

1. Caracóis cone (Conidae)

Como o próprio nome indica, as conchas dos conídeos possuem uma morfologia cônica. Eles se destacam pela beleza, com variedades de tamanhos e cores. Nesse grupo marcante estão os mais estudados e que podem produzir toxinas letais para o ser humano, como alguns membros do gênero Conus.As principais características deles são:

  • Seu tamanho é variável, com no máximo em torno de 20 centímetros, porém, a maioria não mede mais que 8 e pesa menos que 100 gramas.
  • Habitam oceanos tropicais e subtropicais. Em uma diversidade de ambientes, geralmente áreas de recifes de corais e águas rasas. Porém, também podem ser encontrados em manguezais ou em alto mar, em profundidades maiores, sem ultrapassar os 400 metros.
  • Eles tendem a ser solitários. Durante o dia escondem-se na areia, debaixo de pedras ou entulho e à noite saem para caçar.
  • Geralmente, possuem dentes pontiagudos e ocos que servem para injetar substâncias tóxicas. Ao detectar a presa, eles estendem sua probóscide e disparam suas armas venenosas como um arpão que rapidamente paralisa suas vítimas em aproximadamente 1 segundo.
  • O veneno do cone é feito de peptídeos pequenos, mas estáveis. Com base em sua estrutura, eles são chamados de conotoxinas ou conopeptídeos.
  • As conotoxinas se espalham rapidamente dentro do corpo da vítima, graças ao seu pequeno tamanho, menor ainda que as moléculas de outros animais venenosos.

O gênero Conus é formado por 833 espécies, das quais as mais perigosas para o ser humano são:

  • Geografia Cone (Conus geographus): É considerado o caramujo mais perigoso do mundo, pois é responsável por diversas mortes humanas. Estima-se que mais de 55% das picadas dessa espécie podem ser fatais para os humanos, porém, tais encontros são raros. É um exemplar muito ágil, apesar do seu tamanho (entre 7 e 15 centímetros). Sua estratégia de caça consiste em engolir sua presa (pequenos peixes) antes de injetar o veneno. Vive nos trópicos e subtrópicos.
  • Tulipa cone (Conus tulipa): outro espécime perigoso para o homem. Vive no Indo-Pacífico Ocidental. Mede cerca de 4,5 e 9,5 centímetros. Alimenta-se de pequenos peixes. Ele também engole sua presa antes de morder.

Conus geographus também é conhecido como caracol cigarro. Isso se deve à velocidade de difusão de seu veneno, já que após morder uma pessoa ela só tem tempo de fumar um cigarro antes de morrer, fato incrível.

2. Caracóis Auger (Terebridae)

Os caracóis Auger também recebem esse nome devido à aparência de suas conchas. A família inclui 533 espécies que se tornam cada vez mais importantes para o estudo, devido às toxinas que produzem e ao seu uso na medicina. Alguns aspectos sobre eles são:

  • São abundantes e variáveis em termos de anatomia, já que alguns organismos do grupo não possuem glândula de veneno.
  • Eles têm uma concha alongada, em forma de agulha alta que tem várias voltas, então são fáceis de distinguir.
  • Eles podem ser encontrados em ambientes arenosos e lamacentos. Também em certas profundidades.
  • Distribuem-se nos oceanos Pacífico e Atlântico.
  • Seus venenos têm algumas semelhanças com conotoxinas. No entanto, eles são maiores e mais complexos.

Entre as espécies venenosas de caracóis trados temos:

  • Pellifronia jungi: molusco venenoso de concha alongada, de cor marrom claro. Mede entre 2,5 e 5 centímetros. Pode ser encontrado nos mares do Pacífico e da China Oriental.
  • Terebra subulata: espécie que pode medir até 11,5 centímetros de comprimento. Sua casca é de cor creme com manchas quadradas e possui 25 espirais. Alimenta-se de vermes anelídeos. Seu veneno é caracterizado por ser inofensivo para os seres humanos. Eles podem ser encontrados na África, Madagascar, Havaí, Japão, Austrália e Polinésia Oriental, em profundidades inferiores a 10 metros.
  • Hastula hactata: Conhecido pelo nome comum de trado brilhante, graças à sua aparência brilhante. Distribui-se no Atlântico ocidental, da Flórida ao Brasil.

3. Turrids (Turridae)

As tórridas correspondem a outro importante grupo de conóides. Eles são altamente variáveis e sofreram diferentes mudanças de classificação nas espécies. A princípio, era um grupo muito grande, porém, atualmente são 282 espécimes. O gênero com maior diversidade é Gemmula. Suas características são:

  • A forma de suas conchas é fusiforme, com espirais alongadas e cônicas.
  • Apresentam tamanhos pequenos a médios. Geralmente entre 0,3 e 5 centímetros.
  • Eles podem ser encontrados em todo o mundo, em águas profundas entre 50 e 500 metros, o que os torna difíceis de estudar.
  • São carnívoros, predadores principalmente de diversos tipos de vermes marinhos e utilizam seu aparato venenoso para caçar suas presas.

Algumas das espécies tórridas são:

  • Cryptogemma periscelida ou Turrid Atlantic Gem: mede entre 2,5 a 5 centímetros, é cor de palha, com uma aparência elegante, graças à escultura de sua concha. Vive nas águas do Atlântico, da Carolina do Norte à Colômbia.
  • Gemmula speciosa: Espécie encontrada no Indo-Pacífico Ocidental, nos mares da China, Japão, Filipinas, Arábia e Papua Nova Guiné. É grande em comparação com os demais integrantes do grupo, pois pode atingir até 8 centímetros de comprimento. Sua casca é branca amarelada, com tons de marrom claro e ocre nas linhas espirais.

Caras venenosas e sua aplicação na medicina

Apesar da letalidade de algumas espécies para o ser humano, as toxinas conidas recebem atenção especial dos cientistas, graças ao seu efeito contra doenças musculares e nervosas. Para muitos especialistas, essas moléculas são consideradas verdadeiras joias da medicina, com usos promissores em condições como atrofia muscular, Parkinson, entre outras.

Existe no mercado um medicamento derivado de uma toxina de caracol, o Ziconotida. Vem especificamente de um conídeo, o Conus magus. É eficaz no tratamento da dor e foi aprovado desde 2004.

A variedade de mariscos produtores de toxinas é impressionante. Esses 3 tipos de caracóis mais venenosos não são os únicos. No entanto, são os mais conhecidos e estudados pelo homem, graças às aplicações de suas moléculas, verdadeiros tesouros farmacológicos. Essas toxinas que lhes permitem ganhar vantagem sobre a lentidão de seus movimentos. Assim, com glândulas e estruturas sofisticadas, conseguem sobreviver nos vastos oceanos.