A lagarta processionária é uma das espécies de invertebrados mais conhecidas pela população em geral, especialmente pelos tutores de cães -por motivos que veremos a seguir-. Apesar de o pico desta praga ser na primavera, seu ciclo de vida é fortemente influenciado pelo outono.
Para que serve isso? Como podemos controlar esta praga nociva? Se você quer saber mais sobre esse assunto, continue lendo, pois aqui respondemos essas e muitas outras perguntas.
Uma praga irritante e nociva
A lagarta processionária (Thaumetopoea pityocampa) recebe esse nome devido à forma como se movimenta, pois seus membros formam longas filas de indivíduos, que atravessam ruas e rodovias como se fosse uma procissão.
Além de seu curioso alinhamento, essa lagarta é considerada especialmente nociva aos cães, pois pode causar reações alérgicas fortíssimas se o animal a ingerir ou entrar em contato com ela. Isso se deve à grande quantidade de pelos urticantes de natureza defensiva que a cobrem.
Além dos efeitos nocivos sobre os animais de estimação, as lagartas se alimentam de agulhas de pinheiro, causando desfolha maciça de muitos pinheiros.
Existem muitos inseticidas e tratamentos que visam o controle dessa praga, mas infelizmente muitos deles são bastante prejudiciais ao meio ambiente. Por isso, vários especialistas recomendam atacar os ninhos das procissões em seu momento mais delicado: o outono.
Outono, ponto chave no ciclo de vida da lagarta
Voltando à questão que nos preocupa aqui: por que há infestações de lagartas no outono? Há uma variedade de respostas que explicam isso.Numa breve nota, podemos dizer que se deve a uma combinação do ciclo de vida da lagarta e outonos e invernos cada vez mais quentes, que provocam a sua proliferação. Vamos nos explicar.
O ciclo de vida da lagarta processionária é complexo. Isso começa no verão, onde os adultos, na forma de borboletas, acasalam à noite para evitar a predação dos pássaros. Depois disso, as fêmeas fertilizadas depositam seus ovos nas copas dos pinheiros.
No verão, essas borboletas eclodem e começam a se alimentar das folhas das árvores - principalmente pinheiros e cedros. No outono, após desenvolver sua fase larval, a lagarta processionária constrói ninhos que servirão de abrigo durante o inverno.
Depois que a estação fria passa, pequenas lagartas emergem desses bolsos, prontas para virar borboletas. Portanto, o outono, com as lagartas começando a construir ninhos para se proteger, é o momento ideal para eliminar essa praga manualmente e evitar os problemas causados por esse inseto.
O outono é a época ideal para remover os ninhos processionários manualmente e de forma ecológica.
Mudança climática causa mais infestações de lagartas
Entre os muitos desafios causados pelas mudanças climáticas em escala global, encontramos os seguintes: o abrandamento das temperaturas no outono e inverno cria condições mais favoráveis para a proliferação massiva de lagartas.
Esta afirmação foi apoiada por numerosos estudos. Com a chegada dos outonos mais amenos, a lagarta tem mais chances de sobreviver ao inverno. Além disso, em outonos especialmente quentes, as procissões podem descer de seus ninhos e causar longas filas de indivíduos que geralmente são vistas na primavera.
Não é só o clima que favorece as lagartas
Além disso, um estudo apoiado pelo Ministério da Transição Ecológica enfatiza o efeito que o repovoamento maciço de pinheiros realizado na Espanha teve sobre as mariposas processionárias, o que faz com que suas populações sejam muito aptas para o estabelecimento.
Este estudo afirma que, para o controle dessa praga, além da remoção manual dos ninhos, é importante o manejo adequado do ambiente natural. O objetivo final é que a paisagem seja composta por mais florestas mistas e não exclusivamente por repovoamentos de pinheiros.
Outono, uma época chave para o controle de pragas
Em conclusão, os outonos cada vez mais quentes causam uma situação favorável para as procissões, pois têm mais chances de sobreviver ao inverno. Por isso, é importante estabelecer o controle de pragas nesta época do ano, quando as lagartas estão mais vulneráveis, pois estão concentradas nos ninhos-
Por fim, é fundamental lembrar que todo animal merece respeito e cuidado desde que se desenvolva naturalmente no ecossistema. Em casos como este, o ser humano tem causado o aparecimento de pragas, por isso é nosso dever controlá-las para que os ambientes não sejam danificados.
