10 curiosidades dos sapos

Quantas curiosidades sobre sapos você conhece? Esses anfíbios, sem cauda e com membros posteriores desenvolvidos para s altos, são muito marcantes e fascinam os herpetólogos desde o início dos estudos biológicos. Seu ciclo de vida, a transição de girino para adulto e a respiração cutânea são adaptações que não podem ser observadas em outros grupos de vertebrados.

Além da fisiologia das rãs, existem muitas outras curiosidades: algumas são capazes de produzir toxinas, outras se cobrem de cera para não perder umidade e outras vivem a vida inteira na água. Se você deseja conhecer os fatos mais fascinantes sobre esse grupo de pequenos vertebrados, recomendamos que continue lendo.

1. As rãs representam a maioria dos anfíbios

As rãs são anfíbios anuros (Anura) e, como tal, formam a classe Amphibia juntamente com caudados (salamandras e tritões) e cecílias. Os anuros diferem dos demais por não apresentarem cauda na fase adulta e por apresentarem um plano corporal mais achatado, embora existam algumas exceções.

A ordem Anura engloba 88% das mais de 8.000 espécies de anfíbios encontradas em todo o mundo. Isso se traduz em cerca de 7.100 rãs e sapos divididos em 55 famílias. O grupo Hylidae é talvez o mais famoso, pois inclui muitas das pererecas verdes que estamos acostumados a ver em documentários, como Hyla meridionalis.

2. As rãs exploraram muitos nichos

Os membros da ordem Anura mostraram um brilho evolutivo impressionante ao longo de sua história.Eles podem ser encontrados desde os trópicos até as regiões subárticas, mas qualquer ambiente que habitem deve manter 2 características mais ou menos constantes: temperaturas altas/temperadas e alta umidade relativa do ar.

Sapos são animais ectotérmicos. Dependem da temperatura externa para modular a sua e, por isso, não podem habitar regiões congeladas.

3. Rãs respiram pela pele

Uma das curiosidades dos sapos que certamente soa familiar para você é que eles são capazes de respirar pela pele. Os pulmões dos anfíbios são bastante arcaicos e têm muito poucos septos internos, de modo que a taxa de difusão de gás nesses órgãos é baixa. Felizmente, como indicam estudos, a pele é responsável por coletar até 100% do oxigênio ambiente em muitos casos.

Este órgão de revestimento é cheio de capilares respiratórios e precisa de umidade constante para transpirar.Além disso, deve-se notar que os sapos podem modular até certo ponto a quantidade de sangue que vai para a pele, de modo que são capazes de controlar o quanto respiram através dela.

4. Alguns sapos são muito venenosos

Os membros da família Dendrobatidae se destacam pela capacidade de produzir toxinas poderosas e pela tonalidade bem marcante. Em geral, esses sapos têm colorações básicas muito fortes (azul claro, amarelo fluorescente e branco) e padrões pretos perturbadores. Seus tons são aposemáticos, pois alertam potenciais predadores sobre seu perigo.

Esses anfíbios secretam vários alcaloides lipofílicos, chamados de batracotoxinas. Essas toxinas impedem a transmissão do impulso nervoso aos músculos após a ingestão, o que causa hiperexcitabilidade cardíaca, convulsões, paralisia e morte.

Dendrobates são acreditados para obter seu veneno de suas presas. Portanto, aqueles que são mantidos em cativeiro não são perigosos.

5. Outros sapos secretam cera de sua pele

Alguns sapos macacos (do gênero Phyllomedusa) secretam uma substância cerosa que impede a perda de água de seus corpos por evaporação. Se o ambiente estiver muito seco, eles começam a esfregar as extremidades nas costas (onde estão as glândulas secretoras) e ficam cobertos por um líquido rico em lipídios. Esses sapos vivem nas copas das árvores, por isso devem ser protegidos da desidratação.

6. Sapos que não saem da água?

Uma curiosidade que você provavelmente não sabia sobre os sapos é que alguns deles passam a vida inteira debaixo d'água. O gênero Xenopus é o exemplo mais claro disso, já que seu representante mais famoso (Xenopus laevis) passa toda a sua vida entre lama e fontes de água perecíveis. Ele se adaptou claramente a ele: tem uma linha lateral sensorial (como peixe), seu corpo é achatado e suas pernas estão preparadas para nadar.

Estas rãs têm olhos dorsais e só podem olhar para cima. A sua coloração é azeitona em cima e branca em baixo, perfeita para se misturar com o fundo de lama e a coluna de água. Embora vivam sempre na água, podem suportar períodos de dessecação enterrando-se na lama molhada.

7. Rãs com cauda?

As duas espécies de rãs do gênero Ascaphus vêm para quebrar o molde, pois são os únicos anuros que possuem uma espécie de "cauda" em sua fase adulta. Na verdade, essa estrutura é uma extensão da cloaca do macho, que se insere na da fêmea no momento da cópula. É uma característica muito arcaica e primitiva, mas tem seus usos.

8. Alguns sapos têm cuidado parental

No mundo dos anfíbios, cuidar de filhotes é algo atípico, já que milhares de ovos costumam ser liberados em associações reprodutivas nas quais não fica claro quem é o pai de quem.Independentemente disso, os machos do gênero Alytes ganham seu lugar como alguns dos melhores pais do reino animal, pois carregam as larvas até a eclosão.

Esses sapinhos toscos são chamados de “sapos-parteiros” e é comum ver os machos com uma massa de ovos entre as pernas durante a época reprodutiva. Esses intrépidos anfíbios procuram lugares úmidos para manter seus filhotes seguros e, quando estão prontos para eclodir, entram na água e os soltam.

9. Sapos e rãs são diferentes, não são?

Outro fato interessante sobre rãs (e anfíbios em geral) é que a distinção entre “rã” e “sapo” é muitas vezes errada e carece de interesse taxonômico. Diz-se que as rãs são mais leves, mais longas e têm a pele mais lisa, enquanto os sapos são mais gordos e enrugados. Essas ideias estão erradas, pois não são apoiadas por estudos genéticos.

Na verdade, os únicos “verdadeiros sapos” são os pertencentes à família Bufonidae, principalmente os do gênero Bufo. Existem "rãs" e "sapos" muito robustos e terrestres (como o gênero Atelopus) que têm pele completamente lisa e corpo esguio. No final, a única coisa importante e distinta é que todos esses anfíbios são anuros.

10. As rãs estão em perigo de extinção

Mais do que uma curiosidade sobre sapos, esta última informação enfatiza a necessidade da ação humana na preservação da biodiversidade. Conforme indicado pela Lista Vermelha da União para a Conservação da Natureza (IUCN), 41% dos anfíbios descritos estão em perigo de extinção e muitos estão perto de desaparecer para sempre.

A poluição da água, o desmatamento, a introdução de espécies exóticas e várias doenças estão dizimando suas populações. O fungo quitrídio parasita (Batrachochytrium dendrobatidis) é talvez a maior ameaça deste grupo, tendo dizimado sozinho as populações de mais de 500 espécies de anfíbios.

As curiosidades das rãs são múltiplas, mas é muito difícil encerrar espaços assim de forma positiva. Os anfíbios estão em perigo e precisam de nossa ajuda: a menos que os meios de produção mudem para um futuro mais sustentável em breve, essas e muitas outras espécies desaparecerão para sempre.

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