Sapo de Darwin: um pai exemplar

Sapo de Darwin (Rhinoderma darwinii) é uma espécie endêmica das florestas temperadas do sul do Chile e da Argentina. É interessante saber que a espécie foi nomeada em homenagem a Charles Darwin porque foi ele quem o descreveu pela primeira vez em 1834. O naturalista o encontrou na ilha de Lemuy, no arquipélago de Chiloé, na região dos lagos.

Este anfíbio também é conhecido como "sapo cowboy". Isso porque, segundo os cariocas, suas vocalizações soam como a de um vaqueiro assobiando seu gado. Além disso, as manchas da barriga parecem manchas de vaca e tem extensões de pele nas pernas que se parecem com esporas.

Como reconhecer o sapo de Darwin?

Este é um sapo pequeno, pois seu tamanho varia entre 2,5 e 3,5 centímetros. Além disso, possui uma cabeça de formato triangular com uma extensão nasal longa e um tanto pontuda. Sua pele é basicamente lisa, com apenas algumas glândulas verrucosas. Como estratégia de camuflagem, pode apresentar coloração variável. Assim, sua cor varia do verde aos diferentes tons de café.

Além disso, na região ventral mostra uma pigmentação preta com grandes manchas brancas, que se estendem para as patas traseiras e as membranas interdigitais. Alguns pesquisadores acreditam que a rã poderia usar a coloração da região ventral como meio de dissuasão da ameaça de potenciais predadores, devido à sua coloração aposemática.

Fonte: Aysén Scientific Tourism

Que característica torna o sapo de Darwin único?

Sem dúvida, a característica única que esses anfíbios possuem é o papel que os machos desempenham na reprodução. É muito interessante saber que nesta espécie o pleno desenvolvimento embrionário e larval não ocorre em ambiente aquático, mas na boca do homem. É um modo de reprodução muito especializado conhecido como neomelia.

Como é possível que os homens carreguem seus filhotes na boca?

Já em 1848, um naturalista observou que alguns adultos sapos de Darwin de corpo volumoso carregavam os filhotes dentro de uma bolsa interna e erroneamente pensaram que eram fêmeas vivíparas. Três décadas depois foi estabelecido que era o macho e não a fêmea que carregava os filhotes em uma grande bolsa bucal.

Posteriormente, foi demonstrado que esse saco, quando cheio, pode se estender até a parte ventral do anfíbio. O saco se comunica com a cavidade oral por meio de duas reentrâncias localizadas em ambos os lados abaixo da língua.

Com o tempo, muitos pesquisadores consideraram o saco bucal mais do que apenas um recipiente para larvas. Posteriormente, outros estudos mostraram que ela também desempenha um papel na troca de nutrientes e respiratória entre o pai e as larvas.

Como ocorre o processo de reprodução na rã de Darwin?

Após o amplexo ou abraço nupcial que ocorre nos anfíbios, a fêmea põe seus ovos no solo úmido. Então, em um curso de 14 dias nos óvulos fertilizados, os embriões começam a se mover.

Nesta fase, o macho os introduz em sua boca e os ovos deslizam para dentro da bolsa bucal. Os ovos eclodem dentro do saco e, em seguida, as larvas permanecem no saco paterno.

Os juvenis completam sua metamorfose dentro do saco em aproximadamente 52 dias. Após a metamorfose, os bebezinhos saem da boca dos pais.

O processo não é sincronizado, pois o pai inicialmente guarda dois óvulos e com o passar dos dias continua a carregar outros óvulos em sua bolsa vocal. Lá, filhotes se alimentam de gemas de ovo e depois das secreções produzidas pela parede do saco.

Estado de conservação

Embora haja muitas informações, O sapo de Darwin não é mais encontrado onde antes era abundante. O genero Rinodermia É classificado como criticamente em perigo pela IUCN.

As causas do aparente desaparecimento permanecem mal compreendidas. Muitos especialistas apontam para a possível causa de seu pronunciado desaparecimento como a perda de seu habitat. Isso se deve principalmente à substituição em larga escala da vegetação nativa por plantações de pinus e eucalipto.

Porém, o declínio das espécies em áreas selvagens protegidas, como parques nacionais, sugere que existem outras causas. Por exemplo, mudança climática ou doença. Nesse sentido, especialistas acreditam que a quitridiomicose, doença infecciosa causada por um fungo, provavelmente esteja envolvida.

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