Pele de tilápia para curar animais queimados em incêndios na Amazônia

O grande incêndio no Pantanal brasileiro ocorrido em setembro é mais uma das grandes tragédias que nos trouxe até 2022-2023. No total, desapareceram mais de 2,3 hectares da área úmida tropical com a maior biodiversidade do mundo. Isso inclui milhares de animais queimados, esperando para serem curados em centros de recuperação.

O que seus cuidadores não esperavam é que os cientistas brasileiros oferecer pele de tilápia para curar animais feridos pelos incêndios. Descubra nas linhas a seguir a razão dessa droga fascinante.

O Pantanal incendeia

Atualmente, o Pantanal - planície aluvial brasileira - sofre uma de suas maiores secas em 47 anos, que pode levar aos mais de 5.815 incêndios registrados. No entanto, as dúvidas sobre o governo brasileiro e seus interesses econômicos continuam em destaque.

Agora, uma das principais prioridades é curar os animais que sobreviveram e, aos poucos, reintroduzi-los de volta no pantanal para que ele possa recuperar sua saúde. A pele da tilápia desempenha um papel fundamental neste processo.

Por que foi decidido usar pele de tilápia para curar animais queimados?

As imagens nítidas de animais queimados enquanto foram salvos por biólogos de diferentes instituições, eles deram a volta ao mundo. Mesmo assim, não foi preciso ir muito longe, pois um grupo de cientistas do Brasil rapidamente entrou em contato com a principal ONG que realiza esses resgates e a recuperação dos animais feridos.

O Dr. Rocha -um dos pesquisadores principais junto com outros especialistas- viajou para Cuiabá, onde fica o Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso. Nesse local, escolhido pela ONG, eles realizariam aplicações de pele de tilápia para curar animais queimados.

Os cientistas chegaram ao local carregados com 130 curativos para pele de tilápia para curar pelo menos 40 animais com queimaduras muito graves. VocêComo funciona a pele de tilápia? E o mais importante: de onde é obtido?

O que é pele de tilápia?

A tilápia é um peixe amplamente utilizado na gastronomia de muitos países americanos e asiáticos. É cultivado com grande facilidade e suas taxas de produção são espetacularmente altas. Os produtores de tilápia doam os restos da pele desses animais, que Eles são destinados aos bancos brasileiros de couro para uso humano.

Quando a pele chega, antes de ser preservada ou usada, ela deve passar por vários processos. Em primeiro lugar, deve ser efectuada uma limpeza profunda, onde se eliminem as escamas, o tecido muscular, as possíveis toxinas e o típico cheiro a peixe.

Em seguida, a pele é esterilizada para evitar que infecte as feridas, esticada em uma prensa para ganhar flexibilidade e cortada em tiras de tamanhos específicos.

Como resultado, consegue-se uma pele muito semelhante à dos mamíferos. Esse tecido pode ser armazenado sob refrigeração entre dois e quatro graus Celsius por até dois anos.

Benefícios da pele de tilápia para curar animais queimados

No Brasil, o tratamento usual para pessoas ou animais queimados é o uso de sulfadiazina de prata. Esta substância é usada para curar e prevenir infecções na pele queimada. Embora geralmente funcione bem, o processo é muito lento e doloroso, pois envolve curativos e trocas diárias de curativos.

Em outras partes do mundo - como Estados Unidos ou Europa - é muito comum o uso de pele humana, que é doada por pessoas falecidas. Da mesma forma, xenoenxertos de tecido não são incomuns, em que a pele de porco é principalmente usada.

A maior desvantagem desse tipo de pele é que podem transmitir doenças, já que todos os doadores são mamíferos - compartilhamos muitos patógenos entre nós. Portanto, usar a pele de um peixe evita a propagação de doenças infecciosas.

Uma das maiores vantagens do uso da pele de tilápia é que ela é muito rica em colágeno. Essa proteína é essencial na regeneração da pele queimada, pois promove a cicatrização e mantém a umidade suficiente para a cura da pele queimada.

Outros grandes benefícios do uso de pele de tilápia é que não requer trocas diárias de curativo. Isso reduz o número de curas para uma única vez e elimina o desconforto causado.

Finalmente, esse tecido tem a capacidade de eliminar a dor causada por essas feridas. Desta forma, os pacientes podem levar uma vida normal. Além disso, por se manter naturalmente aderido à pele do animal, evita contaminação externa e perda de fluidos da ferida.

Aplicação de pele de tilápia em animais queimados

O tratamento proposto por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Instituto de Apoio ao Queimadura (IAQ) é relativamente fácil de realizar.

Primeiro, as áreas queimadas são lavadas e desinfetadas. Por trás disso, as peles de tilápia são aplicadas diretamente nas feridas. A grande quantidade de colágeno que contêm fará com que adiram rapidamente à pele queimada e, aos poucos, a cicatrizará.

Embora pareça simples, essa grande inovação salvou a vida de muitos dos animais resgatados. Por exemplo, de acordo com o Dr. Rocha, havia um espécime de anta com queimaduras graves por todo o corpo. O animal não queria comer, se mover ou entrar na água.

Este foi um dos primeiros pacientes tratados e, apenas um dia após a aplicação na pele, a anta voltou para a água e levou uma vida praticamente normal.

Outros casos são mais complicados, como uma cobra sucuri que apresenta queimaduras que o músculo fica exposto. Apesar disso, o Dr. Rocha não tem dúvidas de que o tratamento também terá efeitos muito positivos neste caso.

Tanto para a medicina veterinária quanto para a humana, o desenvolvimento deste inovador xenoenxerto -desenvolvido em 2016- pode ter grandes aplicações. O próximo objetivo é usar esse tecido para tratar danos dentro do corpo, como úlceras gástricas, por meio de endoscopias.

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