Distocia em répteis: causas, sintomas e tratamento

A distocia em répteis é uma patologia caracterizada pela dificuldade em realizar o processo de parto ou oviposição. É uma doença comum em fêmeas de quelônios e cobras, pois estima-se que 10% desses animais criados em cativeiro a vivenciem. As novas mães são as que correm maior risco.

Esta patologia afeta principalmente lagartos, tartarugas e cobras. Geralmente está associada a cuidados inadequados e condições ambientais inadequadas, como falta de luz e fontes de calor no terrário ou umidade relativa muito baixa. Se você quiser saber como detectar a distocia de répteis antes que seja tarde demais, continue lendo.

Causas de distocia em répteis

Embora seja uma condição relativamente comum, em muitos casos as causas diretas da distocia não são conhecidas. Vários agentes etiológicos são explorados, entre os quais estão os seguintes:

  1. Condições inadequadas no terrário: ausência de luz UVB, falta de fontes de calor, umidade relativa do ar muito baixa ou ausência de local de colocação adequado.
  2. Defeitos anatômicos: às vezes, a fêmea pode ter um oviduto anormal ou deformado. Isso evita que os ovos saiam.
  3. Má condição física da mãe: uma fêmea mal exercitada pode ficar exausta antes de terminar a postura. A desnutrição, especialmente a falta de cálcio, promove muito essa patologia. A obesidade também é um gatilho claro.
  4. Desidratação e estresse.
  5. A idade do animal:Foi relatado que as marrãs são mais propensas à distocia. Também é mais comum em espécimes muito velhos, em vias de terminar a fase reprodutiva.

Na maioria dos casos, a própria distocia ocorre quando os ovos não conseguem passar pelo oviduto e pela cloaca. Isso causa uma obstrução, seja pelo tamanho da ninhada, pela anatomia do aparelho feminino ou por muitos outros fatores já explorados.

Sintomas

Os sintomas de distocia em répteis variam dramaticamente dependendo do táxon testado. Vamos examinar cada uma das fotos com atenção.

1. Cobras

Em pequenas cobras, a presença de ovos no ninho e um claro inchaço abdominal costumam ser os sinais mais óbvios de distocia. A mãe geralmente fica no meio do caminho, algo que é óbvio pela presença de uma postura no terrário.

Infelizmente, em espécies grandes, isso não é tão fácil de observar. Às vezes, ocorre um prolapso da cloaca ou oviduto, mas, em outras ocasiões, a fêmea pode permanecer aparentemente normal por vários dias antes de apresentar sinais clínicos.

2. Lagartos

Na maioria dos casos, a principal causa da distocia em répteis é a falta de um local para depositar os ovos. A mãe ficará letárgica, não responderá aos estímulos e seus movimentos se basearão na escavação do solo, a fim de encontrar um local adequado para postura.

Também pode haver um prolapso cloacal e o animal ficará cada vez mais estressado e inquieto. Se não for tratada rapidamente, a mãe geralmente morre em poucos dias.

3. Tartarugas

Devido à presença de uma concha, detectar distocia em uma tartaruga é muitas vezes praticamente impossível em tutores pela primeira vez. A mãe pode estar apática ou ter dificuldade para respirar, mas a única maneira de confirmar essa condição é por meio de um raio-X.

Tratamento

Conforme indicado pelo portal profissional Anapsid.org, o tratamento precoce pode causar mais danos do que benefícios para as mulheres grávidas. Se já iniciou a postura, a abordagem costuma ser conservadora, ou seja, os parâmetros ambientais serão modificados até que a fêmea esteja confortável.

Se após 48 horas a mãe não tiver posto os ovos, é necessário agir. Algumas das abordagens que podem ser realizadas são as seguintes:

  1. Manuseio físico: Consiste em massagear a região abdominal do réptil e ajudá-lo a expulsar os ovos um a um. Este método só deve ser realizado por profissionais, pois existe o risco de o óvulo se partir no interior do oviduto.
  2. Estimulação hormonal: Às vezes, são injetados hormônios que estimulam os movimentos musculares do parto. A ocitocina é a mais utilizada nesses casos.
  3. Aspiração: uma abordagem comum é injetar o óvulo e aspirar seu conteúdo. Assim, ele diminui de tamanho e pode ser ejetado com mais facilidade.
  4. Cirurgia: a última das opções. É feito um corte abdominal no animal para extrair os ovos ou, na sua falta, uma seção inteira de seu tecido reprodutivo.

A distocia em répteis é um evento relativamente comum no hobby de animais exóticos. Se você tem uma fêmea de alguma espécie herpética que apresenta dificuldade para botar ovos, verifique seus parâmetros ambientais e aumente a camada de substrato. Se ela não dormir em 48 horas, vá com ela ao veterinário imediatamente.

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