Gabapentina para cães: usos e dosagens

Gabapentina é um medicamento para humanos que tem sido prescrito recentemente por alguns veterinários para tratar certos problemas médicos em cães. Vamos nos aprofundar na natureza desse medicamento, pois muitas dúvidas podem surgir nos tutores sobre sua composição, uso e possíveis efeitos colaterais.

Antes de continuar, é preciso deixar claro que não é aconselhável medicar animais de estimação sem autorização de um profissional. Isso é ainda mais desencorajado quando se trata de remédios para uso humano. Portanto, a dose deve ser sempre calculada pelo médico assistente, considerando as condições, peso, raça e tamanho do animal, entre outras variáveis.Caso contrário, esta prática pode ser mortal.

O que é gabapentina para cães?

Gabapentina pertence ao grupo dos gabapentinoides, que estão relacionados ao neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico). Segundo a Mayo Clinic, esse medicamento tem ação antiepiléptica em humanos, por isso é usado no tratamento de convulsões, neuropatias e diversas doenças neurológicas e psicológicas.

O mecanismo exato pelo qual essa droga funciona não foi identificado, mas acredita-se que iniba a liberação de neurotransmissores excitatórios no cérebro.

Especialistas observaram que a função dessa droga interrompe a captação da substância P (dor) pelos nervos, responsável pela sinalização da dor. Da mesma forma, promove a liberação de norepinefrina, que, juntamente com o anterior, reduz eficientemente a percepção da dor.

Como mencionamos anteriormente, este medicamento é fabricado para uso humano. No entanto, a eficácia que demonstrou em cães levou a que fosse prescrito por veterinários, embora esta prática não seja aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA.

Para que serve a gabapentina para cães?

Como em humanos, a gabapentina para cães é usada para tratar certas doenças de natureza nervosa. Estes incluem convulsões, dor e até ansiedade. A seguir, detalhamos sua ação em cada caso.

1. Previne convulsões

Gabapentina é usada como terapia adjuvante para prevenir convulsões parciais complexas ou refratárias em cães. Costuma ser prescrito de forma especial naqueles cães em que já foram experimentados outros medicamentos cuja ação não é totalmente eficaz.

Na verdade, um estudo que amostrou 11 cães diagnosticados com epilepsia idiopática refratária relatou que 6 dos cães tratados com gabapentina reduziram o número de convulsões por semana em 50%. Por esse motivo, seu uso é considerado eficaz em cães.

2. Gabapentina para controle da dor em cães

Outro dos usos mais proeminentes deste medicamento em canídeos tem a ver com o controle da dor. De acordo com pesquisas científicas, a gabapentina deve ser a primeira escolha no tratamento da dor neuropática e oncológica. Pode ser o único tratamento ou fazer parte de uma abordagem multimodal.

Além disso, demonstrou ser eficaz no tratamento da dor pós-operatória e da dor associada a doenças articulares degenerativas. De fato, a critério médico, relata bons resultados em associação com analgésicos, anti-inflamatórios não esteróides ou opioides.

3. Alivia os sintomas de ansiedade

Embora a ciência precise avançar um pouco mais, existem alguns dados que sugerem que a gabapentina ajuda a reduzir a ansiedade em cães e gatos. Se você suspeita que seus cães sofrem desse distúrbio, não os medique em casa: consulte primeiro um profissional para fazer o diagnóstico e prescrever o medicamento indicado de acordo com os sintomas e a origem do problema.

Dosagem de Gabapentina para cães

A dose indicada de gabapentina para cães depende da doença ou condição a ser tratada e deve ser prescrita por um médico veterinário. É preciso lembrar que este medicamento é fabricado para consumo humano e vem em cápsulas e comprimidos de 100, 300 e 400 miligramas. Além disso, existe uma solução oral de 250 miligramas por 5 mililitros de xarope.

No entanto, esta última apresentação pode conter xilitol, um adoçante presente em diversos produtos que, segundo o FDA, é tóxico para caninos e pode levá-los à morte.Às vezes, seu nome químico é omitido e nominativos como açúcar de madeira, açúcar de bétula ou extrato de casca de bétula são usados, portanto, tenha cuidado.

Em cães, a dose de gabapentina costuma variar entre 5 e 30 miligramas por quilo de peso corporal. Em tratamento normal, este medicamento costuma ser administrado entre 3 e 4 vezes ao dia, pois é rapidamente eliminado pelo organismo. Em qualquer caso, o tutor deve seguir à risca as instruções do veterinário assistente.

Efeitos colaterais de medicamentos

Gabapentina apresenta efeitos colaterais leves, como sedação, sonolência e ataxia (dificuldade em coordenar os movimentos), que dependem do indivíduo tratado. Esses sinais podem ser mais perceptíveis no início da abordagem clínica, por isso será prescrita uma dose que deverá ser ajustada de acordo com a evolução.

É provável que, ao encontrar a quantidade ideal de medicamento, os efeitos colaterais desapareçam.

Contraindicações

A gabapentina é contra-indicada em cães com hipersensibilidade à substância ativa, bem como em alguns cães com insuficiência renal ou hepática. Isso porque esses órgãos são os principais responsáveis pela metabolização da droga. Por outro lado, a suspensão abrupta da administração deste medicamento não é recomendada, pois pode causar crises de abstinência.

Reação com outros medicamentos

Como qualquer medicamento, a gabapentina reage com outras drogas, em alguns casos positivamente e em outros negativamente. A seguir informamos quais são os medicamentos com os quais pode e não pode ser combinado.

1. Gabapentina e trazodona

Trazodona é um medicamento usado em cães como antidepressivo. Atua como um inibidor da recaptação da serotonina e é amplamente prescrito para tratar ansiedade aguda e promover relaxamento pós-cirúrgico.

Ao contrário do que ocorre com o tramadol, a trazodona pode ser prescrita juntamente com a gabapentina. Na verdade, existem produtos que são vendidos já combinados. No entanto, essa combinação não é útil em todos os casos clínicos, além do fato de que a dose deve ser calculada e prescrita pelo profissional responsável.

2. Misturado com CBD

Cannabidiol ou CBD é usado para tratar dor e inflamação em animais de estimação. Seus efeitos colaterais foram identificados como poucos, mas é contra-indicado se a gabapentina também estiver sendo administrada. Isso porque o risco de sedação é alto, alterando o estado de saúde do cão tratado.

3. Tramadol e gabapentina

Tramadol é usado para controlar a dor em animais de estimação e humanos. No entanto, estudos relataram que sua eficácia não é tão ampla quanto se acreditava anteriormente. Não é recomendado misturá-lo com gabapentina, pois têm ação semelhante.

Você conhecia a gabapentina para cães?

Como você pode ver, a gabapentina é um medicamento que traz benefícios para os cães, embora ainda haja um longo caminho a percorrer em nível científico antes de ser reconhecida como um medicamento veterinário. Entretanto, sua receita deve ficar nas mãos de um profissional e você nunca deve fornecê-la sem autorização prévia. Sem uma avaliação adequada, o cão pode correr mais perigo com a medicação do que com a doença.

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