A atividade antrópica é uma das principais causas da poluição ambiental atual. Essa realidade, além de ser um fator de risco para a vida humana, fragiliza fortemente a saúde canina e de milhões de organismos.
A maioria dos estudos que abordam os efeitos da poluição ambiental se concentram nos seres humanos. No entanto, pouco a pouco, os especialistas estão fornecendo novos resultados sobre o impacto global de uma sociedade de consumo irresponsável.
A probabilidade de estar exposto a um espaço sujo é alta se levarmos em conta que todos os centros urbanos possuem diversas fontes de poluição. As emissões de fábricas e carros, bem como o excesso de resíduos, são apenas alguns exemplos.
Além disso, no ambiente doméstico, o fumo, o acúmulo de sujeira nos aparelhos de ar condicionado, a má ventilação ou a f alta de higiene podem afetar a saúde dos cães e dos demais ocupantes.
Primeiros estudos sobre poluição e animais domésticos
A partir da segunda metade do século XX houve uma maior conscientização sobre a poluição ambiental e seus efeitos letais. Tais danos, estudados apenas no homem, foram incorporando novas conclusões que nos fizeram ver o verdadeiro impacto da má gestão humana.

No campo da saúde canina, já em 1967, os pesquisadores Ragland e Gorham concluíram que os cães que viviam na Filadélfia eram mais propensos a desenvolver carcinoma tonsilar do que os cães que viviam em ambientes rurais. Os principais culpados foram o radônio, posteriormente proibido em algumas indústrias, e o tabaco.
Posteriormente, outros autores acrescentaram câncer de bexiga, mesotelioma, pulmão e câncer nasal como doenças frequentes associadas a emissões antrópicas. Além disso, afirmaram que cães com menos de um ano de idade, idosos ou com bronquite crônica eram mais suscetíveis a adoecer ou agravar patologias anteriores.
Estudos recentes focados na saúde canina
Atualmente, ao já conhecido efeito nocivo do tabaco, os especialistas acrescentaram um conjunto de produtos químicos incluídos principalmente nos produtos de limpeza. Assim, embora pareça paradoxal, a utilização de limpa-pisos, limpa-vidros ou mesmo ambientadores pode, por sua vez, contaminar o ar doméstico. Prova disso foi o estudo realizado pela Universidade de Massachusetts e pela Tufts Veterinary School.
Analisando a relação entre o uso de pesticidas de jardim pelos proprietários e o desenvolvimento de patologias, foi confirmada uma maior probabilidade de ter linfoma canino.Especificamente, de 700 famílias que compraram esses pesticidas, 33% dos cães contraíram a doença.

No entanto, é nos espaços abertos que reside a verdadeira ameaça. Tanto que a Agência de Controle de Poluição de Minnesota, que se baseia em estudos sobre a qualidade do ar na Cidade do México, apontou a relação entre poluição e danos cerebrais. Conclusão postulada após estudar a formação de placas amiloides e outras formações proteicas, características do Alzheimer, em cães que foram expostos ao ar poluído do local.
Recomendações para proteger a saúde dos animais de estimação
Embora a poluição ambiental seja um problema que envolve toda a sociedade, medidas individuais podem ser adotadas para melhorar a qualidade do ar em espaços abertos e em casa. Nesse sentido, é conveniente trocar os filtros dos sistemas de ventilação artificial, evitar produtos químicos nocivos, não fumar ou aspirar com frequência poeira e pelos de animais.
Bons hábitos de higiene e consumo são essenciais para a saúde canina e, em última instância, de todos os seres vivos. Por isso, o ser humano como vítima e principal responsável pela contaminação deve agir de acordo e não intensificá-la.