Lidando com a perda de um animal de estimação: o que diz a ciência?

Como já conheceremos todos os guardiães de qualquer tipo de animal, a perda de um animal de estimação é um processo de luto muito delicado, em muitos casos comparável à morte de um parente ou conhecido. Afinal, caninos, felinos ou outros companheiros viram-nos crescer, desenvolver-nos e estiveram connosco nos melhores e mais tristes momentos.

Ainda assim, existem ramos da ciência que tentam entender nossa resposta à perda de um animal de estimação além do reino puramente especulativo. Apresentamos aqui um estudo que tenta descrever como entendemos esse processo como humanos.

A resposta emocional

Metade das famílias nos Estados Unidos tem um animal de estimação e, na maioria dos casos, adultos e crianças o consideram um membro da família. Os animais geram respostas incrivelmente benéficas em humanos, pois estudos mostram que eles reduzem a pressão cardiovascular, diminuem os níveis de estresse e promovem hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos de rotina.

Nesse ponto, é necessário enfatizar que cada ser humano percebe a perda de um ente querido de uma forma diferente, e cada uma delas é igualmente válida. Em um nível geral, várias revisões bibliográficas relatam os seguintes sintomas entre os responsáveis que perderam recentemente seu animal de estimação:

  • Modificação dos padrões sociais normais.
  • Dificuldade em dormir.
  • Dificuldade para comer
  • Pensamentos recorrentes sobre o animal de estimação perdido.
  • Tire uma licença no trabalho.

Vamos além, pois segundo as análises estatísticas, 93% das pessoas que necessitaram de intervenção social após a morte de um animal de estimação apresentaram alterações no ritmo alimentar e do sono. De todos eles, 70% também apresentaram episódios de isolamento social e necessidade de ficar sozinho.

É claro que essas respostas não se aplicam a todos os tutores, uma vez que o nível de luto depende de fatores como o nível de apego, a força do mesmo e o motivo pelo qual foi estabelecido.

Uma abordagem estatística

Um estudo publicado na revistaJornal Antrhozoostenta esclarecer um pouco mais exata a resposta dos responsáveis à perda de um animal de estimação. Para isso, foram monitoradas 49 pessoas que sofreram a morte de um animal em seu ambiente doméstico por três semanas. Variáveis emocionais foram coletadas por meio de questionários meticulosamente elaborados.

Alguns dos resultados observados foram os seguintes:

  • Após as primeiras semanas da perda, os responsáveis apresentaram variáveis emocionais (tristeza e culpa, entre outras) muito semelhantes às vivenciadas por pessoas que perderam um ente querido.
  • Quanto maior o ambiente familiar direto, menor a dor vivenciada pelo responsável.
  • Mais da metade dos guardiões monitorados decidiu adquirir um novo animal de estimação após seis meses de luto.
  • Nestes casos, os sintomas emocionais diminuíram mais rapidamente em tutores com um novo animal companheiro do que naqueles que decidiram não adotar mais nenhum.
  • Um terço das pessoas sabia que a morte do animal era iminente, Mas isso não tornou o processo de luto mais fácil.

Esses dados podem parecer surpreendentes para quem nunca viveu com um animal de estimação por longos períodos, mas certamente não são estranhos a qualquer tutor experiente. Afinal, os animais de estimação são, em alguns casos, os únicos elementos vivos na rotina de muitos humanos.

Um exercício de compromisso

Após internalizar os dados expostos, é possível que certas pessoas cheguem à conclusão de que não vale a pena integrar um animal de estimação à família se a dor ao perdê-lo for tão aguda e intensa. Perguntamos: é melhor chorar sabendo que aconteceu, ou lamentar que nunca aconteceu?

A conexão que um tutor pode sentir com seu animal de estimação é única e insubstituível. Além disso, como já dissemos, a presença de um animal no núcleo familiar traz diversos benefícios para todos os membros, desde o respeito e compreensão pela natureza até o aprimoramento das variáveis fisiológicas do corpo.

Por fim, queremos lembrar a todos os responsáveis que o processo de luto é outra parte da vida, assim como a própria morte. Choro, inquietação e desconforto são normais, mas aos poucos, essa dor acaba se dissipando e dá lugar à memória.

No final das contas, aquele bichinho que um dia correu pela casa sempre será uma parte importante da nossa mente e do nosso coração e, portanto, ele nunca irá embora completamente.

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