A cor da pelagem do cachorro, indicativa de doenças

Índice:

Anonim

A cor da pelagem de um cachorro, assim como seu brilho e textura, podem dizer muito sobre seu estado de saúde. Ao observar a pelagem do seu pet, você poderá ter indicações sobre a alimentação e os cuidados que ele recebe, além de detectar possíveis sintomas de desequilíbrios em seu organismo.

Na prática, a cor da pelagem de um cachorro também pode indicar uma predisposição a certas doenças. Para saber mais sobre essas questões, veremos a seguir algumas orientações a seguir.

A cor do labrador retriever e sua saúde

Para começar, gostaríamos de mencionar um estudo realizado no Reino Unido e publicado na revista Canine Genetics and Epidemiology.Ele reflete uma análise meticulosa dos registros veterinários de mais de 30.000 Labradores Retrievers residentes no Reino Unido.

Como consequência, foi confirmado que as doenças mais frequentes nesta raça canina são:

  • Infecções de ouvido.
  • dermatite piotraumática.
  • Obesidade.
  • Doenças articulares degenerativas.

Em outras palavras, especialistas sugerem que existe uma relação entre a cor da pelagem do cachorro e a incidência das doenças citadas. Além disso, o gênero também pode influenciar a predisposição a certos problemas de saúde.

O labrador retriever marrom e sua saúde particularmente frágil

Os Labradores Retrievers marrons ou cor de chocolate costumam ser valorizados pela beleza de sua pelagem. Mas, de acordo com as pesquisas citadas, sua expectativa de vida pode ser até 10% menor que a dos labradores amarelos ou pretos.

Além disso, observa-se maior incidência de doenças comuns na raça nos espécimes marrons. Infecções de ouvido, por exemplo, têm prevalência de 12,8% em labradores pretos, 17% em labradores amarelos e 23,4% em labradores marrons.

Por outro lado, a dermatite piotraumática registra uma incidência de 4% em Labrador Retrievers chocolate. A prevalência da mesma doença é de 1,6% em cães amarelos e 1,1% em cães pretos.

Como você explica a relação entre a cor da pelagem de um cachorro e a predisposição a certas doenças?

Segundo os pesquisadores que participaram do referido estudo, a relação entre a cor do pelo do cachorro e sua saúde se deve a fatores genéticos. No caso do labrador retriever, o gene que determina a cor marrom ou chocolate é recessivo nessa raça.

Para que um Labrador Retriever chocolate nasça, ambos os pais precisam ser portadores desse gene. Por esse motivo, é comum que criadores pratiquem cruzamentos consanguíneos ou entre cães com estruturas genéticas muito semelhantes.

Conseqüentemente, Labradores marrons tendem a ter baixa variedade genética e alta endogamia. Isso se reflete em uma maior predisposição genética às patologias típicas da raça e em uma menor longevidade.

Os riscos de baixa variedade genética em cães e cruzamentos consanguíneos

A padronização das raças caninas, que inclui a cor da pelagem dos cães, só foi possível graças à seleção genética dos pais. O principal problema é que, em um esforço para destacar traços estéticos ou comportamentos instintivos, numerosos cruzamentos consanguíneos e até endogâmicos foram praticados.

Como resultado, a grande maioria das raças de cães demonstra uma alta predisposição genética para desenvolver certas doenças hereditárias. Além disso, cruzamentos consanguíneos geralmente geram espécimes com problemas de fertilidade, sistema imunológico mais fraco e expectativa de vida reduzida.

Como vimos no caso do labrador retriever marrom, esse problema é ainda mais alarmante quando falamos de características associadas a genes recessivos. Basicamente porque, devido à raridade ou baixa prevalência dessas características, geralmente são feitos cruzamentos entre indivíduos aparentados ou muito semelhantes geneticamente.

Por outro lado, cães mestiços ou sem raça definida tendem a ter maior longevidade e baixa prevalência de doenças hereditárias. Entre outras coisas porque possuem uma grande variedade genética, já que não foram submetidos a cruzamentos seletivos entre indivíduos geneticamente semelhantes.

Dessa forma, as pesquisas citadas mais uma vez apontam para os riscos de cruzamentos inadvertidos, com o objetivo de obter determinadas características em cães.

Se a cor da pelagem do cão é indicativa de uma saúde mais frágil e de menor longevidade, o mais responsável seria não incentivar ou facilitar a reprodução desses exemplares apenas para fins lucrativos.