A varíola aviária é uma doença que afeta as aves domésticas e é comum em todo o mundo. Caracteriza-se por causar várias lesões cutâneas simples, embora a gravidade dependa da área afetada. É considerada uma patologia de importância econômica, pois diminui a produção de ovos e retarda o crescimento das aves.
Na maioria dos casos, os indivíduos afetados se recuperam bem da doença. No entanto, o impacto na saúde e a facilidade com que essa doença se espalha tornam impraticável tratá-la levianamente. Continue lendo este espaço e saiba mais sobre a varíola aviária.
O que é varíola aviária?
A varíola aviária é causada por um vírus do gênero Avipoxvirus, que pertence à família Poxviridae. Este grupo de patógenos é conhecido por produzir sintomas semelhantes aos da varíola (varíola em inglês). Afetam quase 200 tipos diferentes de aves, mas o foco é dado às espécies domésticas devido ao impacto que sua epidemiologia tem na sociedade.
A doença infecta as partes da pele que não possuem penas e forma lesões que aumentam conforme o quadro se agrava. O vírus pode sobreviver ao ar livre por muito tempo e invade as aves através de feridas abertas. No entanto, também pode usar mosquitos como vetores, pois adere a eles e aproveita a ferida da picada para entrar no corpo.
Tipos de varíola aviária
A varíola aviária pode afetar as aves de diferentes maneiras, dependendo da área que infecta. Por esse motivo, é possível reconhecer 3 formas diferentes da doença, descritas a seguir:
- Cutánea (seco): é o mais comum e o de menor mortalidade. Apresenta apenas as lesões cutâneas típicas da varíola.
- Difteria (úmida): é um pouco mais rara e grave, chegando a uma taxa de mortalidade de 15%. As lesões aparecem nas membranas mucosas da boca, laringe e traquéia, causando obstrução respiratória e subsequente morte. Essa forma se espalha pela inalação do vírus e permite que ele entre na mucosa.
- Septicemia: produz uma mortalidade entre 70 e 99%. Não apresenta quadro clínico definido, mas costuma causar morte súbita.
Sintomas da doença
A varíola aviária cutânea é caracterizada por produzir bolhas em áreas que não possuem penas. Estes afetam os pentes, olhos, pernas e barbas, por isso é normal ver essas regiões inchadas. À medida que a doença progride, os inchaços na pele se transformam em um tipo de crosta marrom-avermelhada.
A forma diftérica da varíola aviária não causa sintomas tão evidentes, pois infecta a mucosa interna da ave e causa o aparecimento de nódulos brancos que aumentam rapidamente de tamanho. Isso causa a produção de uma membrana amarela “falsa” que adere à traquéia, esôfago, laringe ou boca. Desta forma, o espécime afetado tem dificuldade para comer, beber e respirar.
Causas da varíola aviária
O vírus precisa entrar por uma ferida aberta, então só pode ser transmitido se houver contato com um espécime doente ou por meio de um vetor (mosquito). De fato, em alguns casos o contágio pode ser causado pela respiração de "poeira" contaminada com esse patógeno, mas é difícil que as condições sejam propícias para isso.
Na produção avícola, é possível que o pessoal encarregado de manusear os espécimes cause contágio. Isso ocorre porque suas roupas ou equipamentos podem estar contaminados com o vírus, portanto, tocá-los provavelmente infectará as galinhas.Até mesmo os resíduos da vacina para esta doença são capazes de causá-la.
Por isso, medidas de saúde e segurança nos setores produtivos são importantes.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito através de exame físico e diversos exames clínicos. Embora as lesões desta doença sejam muito reconhecíveis a olho nu, é necessário descartar outros tipos de infecções. Na verdade, é possível confundir varíola aviária úmida com laringotraqueíte infecciosa, por isso é sempre melhor confirmar a condição no veterinário.
Um dos métodos mais eficientes e menos dispendiosos para confirmar a presença do vírus é a análise histopatológica (dos tecidos afetados). No entanto, testes de PCR ou tentativa de isolamento do vírus também podem ser realizados, mas as últimas técnicas geralmente não são tão populares entre os avicultores.
Em relação ao seu tratamento, por se tratar de uma infecção viral, não existe medicamento eficaz para combater a doença. Alguns veterinários recomendam desinfetantes como iodo para cuidar de lesões de pele. No entanto, isso reduz apenas ligeiramente a mortalidade e diminui o contágio entre as aves. Lembre-se que antibióticos são inúteis para erradicar esse tipo de patógeno.
Diante de qualquer surto de varíola aviária, protocolos rígidos de limpeza precisam ser implementados. Caso contrário, a doença pode se espalhar e infectar todas as aves da casa. É verdade que na maioria dos casos as consequências não são fatais, mas é melhor evitar qualquer complicação.
Vacinas
Embora não haja tratamento eficaz, várias vacinas foram desenvolvidas para ajudar a proteger as aves domésticas da varíola aviária. Atualmente existe uma grande variedade de vacinas como vivas, atenuadas e recombinantes.Qualquer um pode ser aplicado a partir de um dia, então não há muitas restrições.
É importante que os responsáveis pela aplicação da vacina sejam bem treinados, pois qualquer erro pode levar ao surto da infecção. Os avicultores costumam ter conflitos em relação a esse assunto, sem saber se devem seguir as orientações de segurança e saúde.
A varíola aviária pode ser transmitida para humanos?
A varíola aviária é uma doença específica das aves, portanto, os humanos não correm risco de contato com ela. No entanto, a f alta de higiene das mãos, roupas ou ferramentas pode causar a disseminação de outras amostras. O vírus que causa essa patologia faz parte da mesma família da varíola humana, mas cada um afeta apenas algumas espécies.
Previsão
O prognóstico da doença é reservado, pois depende do estado e dos cuidados dispensados à ave.Lembre-se que o veterinário deve estar atento ao caso para saber como proceder e se é necessária uma terapia alternativa. Não tente por nenhum motivo automedicar o animal, pois isso pode causar conflitos que afetam seriamente a saúde do animal.