Sarcoptes scabiei é o ácaro causador da sarna sarcóptica, infecção que atinge todos os tipos de mamíferos. Como a grande maioria dos ácaros, é um parasita obrigatório, pois não é capaz de sobreviver fora do hospedeiro. Isso significa que não causa uma doença mortal -já que ficaria sem "casa" -, mas causa uma doença muito irritante e debilitante.
A sarna sarcóptica afeta a pele e causa coceira desagradável em todos os tipos de animais e em humanos. Na verdade, é uma ectoparasitose cosmopolita, contagiosa e mais frequente do que gostaríamos. Aqui contamos tudo o que você precisa saber sobre esta doença em animais de produção.
sarna sarcóptica em animais
Ao longo dos anos de estudo desta doença preocupante, diferentes variedades do ácaro causador foram descritas. Infelizmente, alguns deles são específicos dos animais domésticos com os quais compartilhamos nosso ambiente.
Todas essas variedades domésticas pertencem à espécie Sarcoptes scabiei e o nome de cada uma é consistente com o hospedeiro que infecta. Por exemplo,Sarcoptes scabieivariedadecanis afeta cães, enquanto a variedade bovis tem predileção por bovinos.
Ciclo biológico do ácaro
Este parasita se reproduz no animal infectado e então a fêmea grávida se enterra em sua pele, onde desenvolve uma série de túneis. Dentro desses túneis ela deposita seus ovos, cerca de 30-50 no total.
As larvas eclodem desses ovos e emergem na superfície da pele para se tornarem ninfas, o estágio "jovem" do ácaro.A partir daí passam para a fase adulta, onde se reproduzem novamente. Claro, estamos diante de um ciclo parasitário bastante desagradável do ponto de vista conceitual.
Durante todo esse tempo, os parasitas podem permanecer no mesmo hospedeiro ou passar para outro. As fases contagiosas são ninfas e adultas, que são as que podem sair temporariamente do corpo do primeiro animal. Para tanto, é necessário que o indivíduo infectado entre em contato direto com outro indivíduo suscetível.
Portanto, a sarna é mais facilmente transmitida entre animais que vivem em grupos.
Sintomas da sarna sarcóptica
Fala-se de sarna quando há coceira constante e insistente na pele que coçar mal alivia. A coceira é consequência da inflamação da pele devido aos estragos causados pelo parasita. De fato, ocorre uma certa reação alérgica com o aparecimento de vermelhidão, dermatite, úlceras e bolhas.
A lesão por excelência é o que se conhece como pápula eritematosa, uma pequena pele vermelha elevada com conteúdo sólido. Essas pápulas, quando coçadas, deixam uma crosta hemorrágica, também bastante marcante.
O sinal mais óbvio que pode realmente dar alguma pista da presença do Sarcoptes scabiei são as linhas acinzentadas e sinuosas que aparecem na pele. Estes são um reflexo das galerias que a fêmea escava para depositar seus ovos.
Além dos sintomas diretamente relacionados à presença do ácaro, podem aparecer outros derivados de defesas diminuídas. Isso permite que outros patógenos, geralmente bactérias, aproveitem a oportunidade e infectem o animal doente.
sarna sarcóptica em suínos: um problema para a pecuária
O ácaro que acomete os suínos domésticos é a variedade conhecida como Sarcoptes scabiei suis. Nesse animal, seu ciclo biológico dura cerca de 15 dias, ou seja, após 15 dias uma nova leva de parasitas adultos pode continuar deixando o animal infectado doente.
Nos suínos, detectou-se maior prevalência de sarna nos meses frios, talvez porque os animais procurem ficar juntos para manter a temperatura corporal -já vimos como o contato direto permite a transmissão-
Na verdade, a sarna sarcóptica é uma doença muito mais comum em fazendas de produção intensiva, onde os animais têm menos espaço. Eles podem ser infectados apenas 24 horas após o contato com o primeiro portador.
Consequências para a suinocultura
A prevalência de sarna às vezes é muito alta em fazendas de pecuária intensiva, especialmente em países da Europa Central ou na bacia do Mediterrâneo. Mesmo assim, altos valores dessa parasitose também já foram descritos em regiões quentes da América do Norte.
Você tem que entender que essa doença vem na forma de um iceberg. Ou seja, apenas apreciamos uma pequena porcentagem de todos os animais infectados.O problema é que a sarna atua como um elemento imunossupressor e pode permitir a chegada de doenças realmente graves, como o Aujeszky ou o vírus da Peste Suína Africana.
A sarna, portanto, representa inúmeras perdas na pecuária decorrentes do menor desempenho produtivo dos suínos.
sarna sarcóptica como zoonose
O agente causador da sarna sarcóptica em humanos éSarcoptes scabieivariedadehominis, então acredita-se que as outras variedades não nos afetam da mesma maneira. No entanto, quando se trata disso, podemos ser infectados pelo contato com animais infectados.
Portanto, as pessoas que interagem regularmente com animais potencialmente portadores desse ácaro irritante fariam bem em tomar precauções.