Três condições reprodutivas que um cão pode sofrer

Os cães domésticos machos podem sofrer de inúmeras doenças reprodutivas, mas talvez os subestimemos com mais frequência porque as doenças nas fêmeas parecem mais evidentes.

Essa crença é até certo ponto compreensível, já que as fêmeas possuem a priori “maquinaria” mais complexa. Mesmo assim, quando se trata de padecer de doenças, o homem não fica atrás. Aqui mostramos as três patologias reprodutivas mais comuns que um cão macho pode sofrer.

1. A temida parafimose

Parafimose refere-se a quando o pênis não consegue retornar ao seu lugar habitual, dentro do prepúcio. As causas são variadas, mas destacam-se as seguintes:

  • O orifício prepucial muito pequeno (ou prepúcio muito curto), geralmente devido a defeitos congênitos.
  • Pele ou cabelo que dificulta a regressão do prepúcio ao seu local natural.
  • O caso mais raro: a condição neurológica que impede a retração peniana.

O problema é que essa patologia, se não for resolvida rapidamente, pode se tornar uma emergência. O prepúcio comprime a glande de tal forma que impede o retorno venoso. Isso desencadeia edema e inflamação da mesma, expondo uma mucosa muito sensível, propensa a ulceração e necrose.

O que devemos procurar para suspeitar desta patologia e como devemos tratá-la

O mais óbvio será a visualização do pênis sempre fora do prepúcio, vermelho e inflamado, além do claro desconforto do animal, lambidas excessivas e sinais de dor na região. Às vezes você pode se machucar e até se mutilar.

Para reduzir a inflamação, pode ser suficiente aplicar gelo na área e lubrificante para permitir a retração do pênis. Na maioria dos casos, o animal resistirá a essa manipulação e uma sedação leve pode ser necessária.

Isso pode ser uma vantagem, já que a sedação produz uma vasoconstrição generalizada, que ajuda a diminuir a inflamação.

Se a causa subjacente for um defeito congênito do prepúcio, pode ser necessária cirurgia para aumentar o orifício. Se o órgão já estivesse necrótico, a única opção seria a amputação.

2. Torção testicular

A rotação de um dos testículos em seu eixo vertical (ou seja, no cordão espermático) é bastante grave e pode ser produzida por várias causas que culminam com a ruptura do ligamento escrotal. As consequências incluirão:

  • Oclusão dos vasos sanguíneos que irrigam o testículo, que primeiro causa seu inchaço e depois sua necrose.
  • Oclusão do ducto deferente.
  • Danos aos nervos que inervam o testículo.

Existe uma patologia em que a torção testicular é bastante frequente. Trata-se de testículos intra-abdominais neoplásicos. Ao aumentar muito de tamanho, eles puxam o ligamento e acabam quebrando.

Como é confirmado o diagnóstico? Será necessário operar?

A torção testicular pode ser suspeitada na presença de um animal com dor e escroto inflamado. Na verdade, o cão pode até se recusar a andar ou se machucar na área.

Como é evidente, esses sintomas só serão úteis se o testículo estiver no lugar; isto é, se não houver criptorquidismo. Na torção intra-abdominal dos testículos geralmente há uma piora do estado geral do cão e uma massa firme pode ser sentida dentro do abdome caudal.

Em qualquer caso, uma torção de testículo exigirá correção cirúrgica, mas pode ser necessário estabilizar o paciente antes se sua circulação estiver comprometida por muito tempo.

3. Prostatite bacteriana

A próstata é uma glândula sexual acessória que os cães possuem na parte posterior da bexiga, envolvendo a uretra. Às vezes, essa glândula é invadida por bactérias como Escherichia coli, Staphylococcus spp. ou Streptococcus spp.

A causa usual é a presença de outras patologias subjacentes, como hiperplasia prostática ou metaplasia escamosa. Essas doenças provavelmente aumentam o número de bactérias dentro da uretra prostática, daí a infecção.

Diagnóstico

A nível sintomatológico, os cães apresentarão sinais compatíveis com qualquer outra infeção, como febre, vómitos ou dores abdominais. É verdade que às vezes aparecem sinais locais (como pus no orifício uretral) que podem nos dar alguma pista. Mas a confirmação será:

  • Por palpação retal, onde será apreciada a glândula dolorosa e contorno irregular.
  • Através de exames de sangue, onde haverá sinais inconfundíveis de infecção.
  • Com urocultura, até, ou citologia do ejaculado.

Que opções terapêuticas temos?

Será necessário um tratamento antimicrobiano razoavelmente longo. Pelo menos até que nenhuma bactéria seja encontrada no fluido prostático. Só assim evitaremos que a doença se torne crônica. Porque se for, será necessário operar.

A administração de hormônios para reduzir o tamanho da próstata pode ser útil. Mas cuidado! A administração contínua de estrogênios pode causar metaplasia prostática. E como vimos antes, isso predispõe a uma nova prostatite.

Você vai ajudar o desenvolvimento do site, compartilhando a página com seus amigos

wave wave wave wave wave