Infelizmente para muitos, os Jogos do Rio de Janeiro chegaram ao fim. E além de relembrar momentos incríveis e comemorações por medalhas e recordes, também devemos analisar o papel dos animais nos Jogos Olímpicos, mais precisamente dos cavalos que competem em provas de equitação.
A história do cavaleiro holandês e seu cavalo
Adelinde Cornelissen é uma cavaleira que representa a Holanda em eventos equestres. Foi notícia mundial não porque a medalha de ouro foi pendurada, ou mas porque decidiu deixar a competição porque seu cavalo estava doente.
O cuidado do animal é mais importante do que seu treinamento. É o que indicam os que se dedicam a este desporto denominado “equitação”. Além do dilema que nos faz pensar em um cavalo sendo "usado" para pular obstáculos e correr corridas, a verdade é que os equinos são tratados (na maioria dos casos) como o bem mais precioso de um cavaleiro.
Isso é o que Cornelissen disse. Ela percebeu que seu cavalo, chamado Parzival, teve febre após ser picado por um inseto ao chegar ao Rio de Janeiro. Embora na hora da competição o animal estivesse mais animado, o cavaleiro não quis participar. Ele foi até a arena (campo onde são colocados os obstáculos), cumprimentou o público e voltou ao estábulo.
“Para protegê-lo, decidi renunciar. Ele é meu companheiro, meu amigo … o cavalo que deu tudo por mim durante sua vida, não merece ser colocado em perigo ”, foram as palavras da amazona holandesa em sua conta no Facebook, onde também indicou que o animal foi recuperado da suposta picada de um inseto produtor de substâncias tóxicas.
Breve história do salto equestre nos Jogos Olímpicos
Além da história sobre esta cavaleira e seu cavalo na última edição dos Jogos, É preciso falar um pouco sobre os primórdios desta disciplina no maior evento do esporte mundial.. Para isso devemos viajar um pouco no tempo, há quase 100 anos, mais precisamente até 1921.
Nesse momento A Federação Equestre Internacional (FEI) foi fundada e as regras das disciplinas que incluíam cavalos foram homologadas com as dos Jogos Olímpicos e os Jogos Equestres Mundiais.
Antes da Segunda Guerra Mundial, quase todas as competições desse tipo eram exclusivas para os oficiais de cavalaria do exército de cada país. Nos eventos equestres que foram incluídos nos Jogos Olímpicos de Paris 1900, Estocolmo em 1912, Berlim 1916 (suspenso pela Primeira Guerra Mundial), Antuérpia 1920, Paris 1924, Los Angeles 1928, Berlim 1936, Helsinque 1940 e Londres 1944-1948 ( suspenso para a Segunda Guerra Mundial) e Helsinque 1952, os militares dominaram os pódios.
Vale destacar a atuação do francês Pierre Jonqueres d'Oriola, que junto com seu cavalo Alí Babá conquistou duas medalhas de ouro no salto individual (em 1952 e 1964) e duas de prata no salto coletivo (1964 e 1968).
A partir da edição de 1956 em Melbourne, Austrália, foi introduzida a participação de amazonas (mulheres) em eventos de equitação.
Durante a competição, o cavaleiro ou cavaleiro deve guiar o cavalo através dos diferentes obstáculos seguindo um caminho pré-determinado. É importante ressaltar que há penalidades para demolição de cercas (localizam-se a 1,60 metros de altura), desobediência ou excesso de tempo para realização da prova.
Caso o atleta caia do cavalo, ele é eliminado, bem como se houver duas desobediências ou erro de percurso.. O vencedor é aquele que tiver menos penalidades ou que tenha concluído o percurso em menos tempo.
Sem dúvidas é um espetáculo para ver Embora não entendamos nada de equitação, nunca cavalgamos nem temos a intenção de fazê-lo. A beleza dos cavalos, seu porte, o cabelo e, claro, os trajes dos cavaleiros e amazonas são maravilhosos.