A imunoterapia se estabeleceu como uma das fórmulas essenciais de prevenção de doenças na medicina veterinária. Sua base está na imunologia, ciência que estuda os processos moleculares e celulares envolvidos na defesa da integridade biológica do organismo.
A resposta imune
A resposta imune pode ser:
- Natural ou inato: uma primeira barreira imune inespecífica.
- Adquirido ou induzido: uma barreira já específica contra um determinado agente ou substância. É mediada por células de memória conhecidas como linfócitos.
A resposta imune possui dois componentes, um humoral e outro celular. O componente celular é aquele constituído, entre outras coisas, pelos linfócitos B e T.
Além das respostas imunes mencionadas, existem outras consideradas patológicas, como hipersensibilidade, doenças autoimunes ou leucemias.
Terapia imunológica em animais
Terapia imunológica dá origem ao que é conhecido como imunidade artificial ou adquirida, considerada uma ferramenta essencial no combate às doenças dos animais.
Que tipos de terapia imunológica existem?
Terapia Imunológica Passiva
Nele, são administrados diretamente ao sujeito anticorpos específicos contra um patógeno específico. Esses anticorpos produzem uma resposta imune rápida e de curta duração, que não ativa as células de memória. É conseguido através da administração de um soro ou antídoto.
Esses soros são caracterizados por conterem anticorpos que produzem efeitos imunológicos imediatos. Portanto, eles são eficazes no tratamento de infecções agudas graves, como o tétano. Eles são aplicados assim que a infecção ocorre; ou seja, eles são curativos, não preventivos. Seu efeito é de curta duração e desaparece assim que os anticorpos são consumidos.. Também é leve, por isso deve ser administrado várias vezes para combater a infecção. Eles são usados principalmente para toxinas ou venenos circulantes.
Terapia imunológica ativa
Nele, os antígenos são aplicados diretamente no sujeito, por meio de uma vacina. A imunidade gerada é eficaz após vários dias, pois cria memória imunológica.
As vacinas são feitas de patógenos inativados ou atenuados. Assim, quando administrados a um animal, não causam infecção, mas uma imunidade primária que cria anticorpos para o futuro.
As vacinas são usadas como medida preventiva, não curativa.
Imunoterapia em animais: programas de vacinação
O objetivo da vacinação é desenvolver imunidade adquirida ativa no hospedeiro, semelhante à que surgiria com a infecção. Não existe uma estratégia de vacinação única e, portanto, os programas de vacinação dependerão de uma série de fatores amplamente variáveis.
Estratégia DIVA
O acrônimo DIVA refere-se à 'diferenciação imunológica de animais vacinados'. Este é um dos desafios mais importantes da terapia imunológica.
Outro grande problema é que certas vacinas transformam os animais vacinados em portadores inaparentes do patógeno, que podem disseminá-lo por todo o território.
Essa estratégia constitui uma das apostas mais imediatas da pesquisa em saúde animal, como aconteceu com a crise causada há alguns anos pela gripe aviária. Durante essa crise, os animais passaram a ser vacinados com uma vacina especial marcada, que permitia a diferenciação.
As possíveis desvantagens da vacinação marcada são:
- Que são necessárias pelo menos três doses para atingir a imunidade desejada. Ou seja, são mais caros e o processo é mais demorado..
- Os resultados não foram satisfatórios em todas as espécies.
- A estratégia DIVA requer um diagnóstico preciso muito complexo.
- Apesar dos esforços, também pode haver restrições à movimentação de animais.
Desafios para o futuro da terapia imunológica em animais
Os desafios futuros da terapia imunológica animal referem-se a certos aspectos da engenharia genética que ainda precisam ser melhorados. É o caso da pesquisa de antígenos vacinais obtidos artificialmente. Ou o uso de apenas uma parte do patógeno, e não de todo o microrganismo, para evitar virulência indesejada. Quer dizer, ainda é necessária muita pesquisa.