O grupo de vertebrados recebe esse nome graças à presença de seu backbone. Como existem muitas espécies que atendem a essa e outras características, cada um dos organismos teve que ser classificado em grupos. Em todos eles, os peixes que compõem o agnato são caracterizados pela ausência da mandíbula, o que parece indicar um indício de seu passado evolutivo.
Esses peixes apareceram pela primeira vez há cerca de 470 milhões de anos. Eles governaram a Terra por muito tempo, pois eram os únicos vertebrados naquela época. Atualmente, esse grupo de peixes sem mandíbula está reduzido, pois a maioria das espécies está extinta e restam apenas lampreias e mixines. Se você quiser saber mais, continue lendo.
O que é um agnado?
O fimagnadoengloba um grupo biológico que reúne o ques vertebrados que não têm mandíbulas. Seu nome vem do grego agnatha, "A" (sem) e "gnatha" (mandíbulas). Segundo ele Instituto de Biologia da UNAMEste táxon inclui 108 espécies atuais e um grande número de fósseis.
Em relação à sua história evolutiva, os agnatatos são encontrados pouco antes do aparecimento da mandíbula, mas após o surgimento da notocorda e do crânio. Eles tiveram grande sucesso reprodutivo no Devoniano, porém no final da época eles foram drasticamente reduzidos.
Características físicas
O agnado típico é um animal aquático com características primitivas. Sua boca é circular, semelhante a uma ventosa com dentes ao redor. Esses peixes são capazes de aplicar uma força de sucção, o que é suficiente para eles abrirem feridas nos tecidos de outros animais. A forma física do agnato lembra a de um verme alongado sem escamas, que pode ultrapassar um metro de comprimento.
Seu corpo é principalmente cartilaginoso, embora alguns ancestrais tivessem esqueletos e escamas ósseas. Os ostracodermes - agnados extintos - tinham até escudos ósseos ou armaduras que lhes permitiam se defender. No entanto, essa defesa não foi suficiente contra os peixes com mandíbula, o que se acredita ser um dos motivos pelos quais eles desapareceram rapidamente.
O que é uma lampreia?
Bastante semelhantes a uma enguia, as lampreias são espécies capazes de ocupar tanto águas doces como salgadas. Seu corpo é longo, vermiforme e flexível, então eles conseguem nadar usando movimentos de ondas, quase como os de uma cobra. Eles são principalmente ectoparasitas, pois se ancoram em suas presas pela boca, alimentando-se do sangue ou tecidos do animal.
Sua boca funciona como uma verdadeira ventosa, com o qual o peixe adere fortemente às suas presas para se alimentar. Seus dentes permitem que rasgue a pele de seu hospedeiro e algumas espécies possuem uma língua capaz de raspar tecidos. Dessa forma, a lampreia consegue se alimentar, considerando-se uma ameaça à ictiofauna.
Esses animais sanguinários têm uma presença maior nos mares do Atlântico Norte. São espécies de cor marrom, com tons amarelados e manchas escuras. Podem atingir 120 centímetros de comprimento, dependendo da espécie.

Habitat de Lampreias
Esses agnados têm a capacidade de resistir a ambientes salinos e de água doce, embora seu ciclo de vida englobe ambos os ambientes. Eles desenvolvem sua vida adulta nos mares e retornam aos rios para se acasalar e se reproduzir, considerando-se espécie anádromo. Este termo significa literalmente "viver no mar, mas voltando aos rios para desovar".
As lampreias são divididas em marinhas ou fluviais, dependendo da área em que a espécie passa mais tempo. Fazemos um breve tour por cada um desses grupos nas linhas a seguir.
Lampreias marinhas
Entre as espécies que passam a maior parte do seu ciclo de vida no mar, podemos encontrar as seguintes.
Lampreias chilenas
A nível científico, esta espécie é conhecida como Mordácia lapicida. Tem um estágio larval, durante o qual ela vive enterrada na costa de rios, migrando para o mar no inverno. A desova geralmente ocorre no final da primavera e início do verão, em rios turbulentos.
Esta espécie é endêmica do Chile e pode medir até 35 centímetros de comprimento. Geralmente tem um status chamado macroftalmia, que se refere ao crescimento anormal do olho.
Lampreias de boca larga
Esse tipo de lampreia se destaca por apresentar uma bolsa de pele, estendendo-se da borda da boca até a primeira abertura branquial. Esta bolsa é mais desenvolvida em homens do que em mulheres. Suas barbatanas são pigmentadas e possuem várias dobras.
Este agnato bolsa responde à espécie Geotria australis, que carrega um único processo reprodutivo em água doce, para depois migrar para o mar e se desenvolver. É distribuído nas águas doces do sul da Austrália e no Chile.
Lampreias de rio
Entre as lampreias que mais tempo passam em água doce, podemos encontrar 2 espécies. Contamos suas características brevemente.
Lampreia
Este organismo não ultrapassa 20 centímetros de comprimento. Está presente na Europa, em rios de média altitude, convivendo com a truta comum. Prefere rios pequenos, com correntes moderadas e pouca profundidade. Seu acasalamento ocorre no final da primavera.
Esta lampreia (Lampetra planeri) não é uma espécie parasita. Quando está em desenvolvimento, alimenta-se de diatomáceas e outras algas por filtração. Porém, ao atingir a fase adulta, ele não come mais nada. É capaz de viver até 7 anos, mas seu período larval cobre a maior parte de sua vida. Ele sobrevive como um adulto pouco mais de um mês, o tempo suficiente para se reproduzir.
Lampreia do rio
Lampetra fluviatilisé uma espécie conhecida por sua preferência pelo carnívoro. Ou seja, ele usa os dentes de sua boca para rasgar os tecidos e se alimentar deles, por isso tende a se prender às áreas de maior musculatura do peixe que usa como hospedeiro.
Esta espécie é noturna e prefere áreas rasas e bem oxigenadas.. Geralmente habita águas frias com correntes baixas ou moderadas. Distribui-se ao longo da costa atlântica da Europa e da Península Ibérica.
O que são mixines?
Os mixins são o segundo grupo de agnados que ainda existe. Seu corpo compartilha várias características com lampreias. São alongados, com formato semelhante ao de uma cobra, seu esqueleto é cartilaginoso e possuem apenas uma nadadeira caudal. Eles não ultrapassam 91 centímetros de comprimento e têm poros, que secretam um muco que os torna mais viscosos.
As espécies do grupo são hermafroditas, portanto apresentam testículos e ovários. Ao contrário das lampreias, mixins são necrófagos, então eles apenas "roem" os restos de animais mortos. Seu paladar funciona de maneira diferente, pois eles usam papilas na pele para saborear os alimentos.
O muco produzido pelas mixinas é seu único meio de defesa. Com isso, eles esperam que a presa que os comeu os vomite ou se afogue.

Peixe extinto sem mandíbula
Este agrupamento de agnados corresponde ao grupo dos ostracodermes. Eles eram peixes que tinham escamas e um escudo ósseo, que fazia referência a placas de osso que serviam de proteção contra predadores.
Como as lampreias e o peixe-bruxa, os ostracodermes não tinham mandíbula. Para se alimentar, eles usavam bombeamento muscular, o que lhes permitia sugar água, prendendo suas presas nesse processo. De certa forma, eles se comportavam como um filtro, sugando água e se alimentando do que estava envolvido na sucção.
Eles eram organismos de água doce, que se diversificou em 150 milhões de anos. A mandíbula nasceu como um mecanismo para lidar com esse grupo, já que uma forma de "quebrar" o escudo ósseo era necessário para atacá-los. Esse é um dos motivos de sua extinção, uma vez que os ostracodermes não encontraram uma maneira de se defender dos gnatostomos - organismos com mandíbulas.
Uma das razões pelas quais o grupo agnado não desapareceu foi devido ao seu mecanismo de adaptação. Esses animais deixaram seus hábitos filtrantes e tornaram-se espécies parasitas (lampreias) ou necrófagos (mixines), o que lhes deu uma nova chance de sobrevivência antes do surgimento das espécies com mandíbulas.

Essas espécies apenas demonstram o impacto que a seleção natural tem sobre os seres vivos. Apesar de serem organismos com grandes desvantagens evolutivas, os agnathans conseguiram sobreviver mudando sua estratégia de vida. Essa análise nos permite entrar nas redes do tempo, tentar decifrar um pouco sobre o passado da Terra e os organismos que nela viveram.