Trazer de volta o pássaro dodô? Plano ambicioso atrai investidores e críticos

Em vários longas-metragens de ficção científica, surgiu a ideia de reviver espécies extintas por meio de seu DNA. Embora seja verdade que grande parte da premissa carece de fundamento científico, atualmente existem certas técnicas moleculares que poderiam tornar possível um projeto semelhante.

Com essa ideia em mente, a empresa de biotecnologia Colossal Biosciences anunciou um novo plano para trazer de volta o pássaro dodô, chamando a atenção de muitos investidores. Continue lendo este espaço e descubra como eles planejam fazer isso.

Quem é a Colossal Biosciences?

Colossal Biosciences é uma empresa fundada em 2021 pelo empresário Ben Lamm e pelo geneticista de Harvard George Church. Preocupados com o grande número de espécies atualmente erradicadas, eles se propuseram a desenvolver técnicas de biologia molecular que permitissem reviver animais extintos.

Embora seja verdade que esse feito seja complexo e bastante complicado, os cientistas da Colossal Biosciences acreditam fortemente que é possível a longo prazo. Na verdade, eles têm dois projetos em andamento que visam trazer de volta o mamute lanoso (Mammuthus primigenius) e o lobo da Tasmânia (Thylacinus cynocephalus). Isso significa que eles já têm experiência na área e seus desenvolvimentos parecem promissores.

Por que é importante trazer de volta espécies extintas?

O ecossistema se mantém em equilíbrio graças à interação entre os seres vivos e seu ambiente.Cada espécie tem um papel fundamental em seu ambiente, com o qual regulam em maior ou menor grau a população de outras. Se um desaparece, os demais se descontrolam e geram um efeito dominó que acaba alterando o habitat e até mesmo destruindo-o.

Um exemplo perfeito disso é o caso do Yellowstone Park, que havia sofrido a extirpação (extinção local) dos lobos cinzentos que habitavam suas florestas. Pouco tempo depois, o número de alces aumentou, os leitos dos rios diminuíram, os solos tornaram-se mais áridos e a vegetação tornou-se muito rala.

Graças aos esforços de vários especialistas, o lobo cinzento foi reintroduzido na área após 70 anos de ausência. Em poucos anos, esse carnívoro controlou os herbívoros e estabilizou o ecossistema. Ao reduzir o número de alces, a vegetação foi capaz de crescer. Por sua vez, as raízes abrigavam mais umidade e permitiam a infiltração da água, o que também beneficiava os rios e aumentava sua vazão.

Claro, alguns especialistas argumentam que a reintrodução do lobo falhou em restaurar totalmente o ecossistema do Parque Yellowstone. No entanto, é claro que a ausência de uma única espécie é capaz de alterar drasticamente as características do ambiente. Esta é a razão pela qual trazer de volta espécies extintas pode ajudar na conservação e restauração do meio ambiente.

O ambicioso plano de "reviver" o pássaro dodô

Para trazer o pássaro dodô de volta à vida, os cientistas da Colossal Biosciences traçaram um plano de ação de longo prazo com várias etapas cruciais. Estes estão listados abaixo:

  1. Decifrando seu genoma: o DNA contém informações sobre as características físicas, biologia e evolução das espécies, por isso é importante conhecê-lo por completo.
  2. Obter células-tronco: é necessário obter as células-tronco apropriadas para introduzir o genoma doador (do dodô).
  3. Identificar aves adequadas para gestação substituta: identificar as espécies mais próximas das espécies extintas para transferir as células germinativas modificadas e iniciar a gestação.
  4. Desenvolver e aprimorar técnicas de edição de genes: avançar no uso da tecnologia CRISPR, um editor natural de genes que permitiria reparar ou modificar amostras genômicas (se necessário).
  5. Gestação, incubação e eclosão: esta é a fase experimental do projeto. Consiste na introdução das células germinativas modificadas com o genoma dodô em uma mãe de aluguel, com a qual se inicia a gestação, o ovo é produzido, incubado e a eclosão é esperada.

O novo dodô será diferente do antigo

As técnicas moleculares que serão usadas para trazer de volta o pássaro dodô têm várias limitações. Uma delas é a necessidade de se ter uma amostra genômica intacta e em boas condições.Sem isso, é provável que o desenvolvimento embrionário falhe ou induza mutações ou malformações no novo indivíduo.

O maior problema com isso é que os fósseis geralmente não contêm amostras de DNA completas ou intactas, então as lacunas precisarão ser preenchidas com o genoma de outra espécie. Isso significa que o pássaro dodô resultante desse procedimento terá genes que o antigo não possuía. Portanto, não será um clone exato do original.

É importante ress altar que a edição de genes não é feita aleatoriamente, mas requer um estudo exaustivo para detectar aqueles genes adequados e compatíveis com o dodô. Embora pareça simples, o processo é demorado e talvez seja um dos desafios mais desafiadores do projeto.

Investidores se entusiasmam com projeto Colossal Biosciences

Embora a equipe da Colossal Biosciences ainda não tenha iniciado a fase experimental de seus projetos, a promessa de reviver espécies extintas tem chamado a atenção de investidores.Muitos deles estão entusiasmados com a possibilidade de reparar o ecossistema, mas outros estão focados na utilidade da tecnologia de edição de genes.

A proposta desta empresa de biotecnologia envolve o desenvolvimento de novas técnicas moleculares eficientes. Portanto, é possível que a mesma tecnologia possa ser aplicada em outras áreas, como na área da saúde. Esta é outra razão pela qual os investidores estão tão entusiasmados com o projeto.

Nem tudo se resolve trazendo uma espécie extinta de volta à vida

A notícia desse projeto atraiu não apenas investidores, mas também diversos críticos e detratores que questionam as promessas da pesquisa. Por um lado, eles mencionam que de pouco adianta trazer de volta à vida espécies extintas há centenas ou milhares de anos, já que seus habitats não existem hoje. Portanto, seria impossível reintroduzi-los para reparar o ecossistema.

Além disso, eles enfatizam que esse tipo de projeto pode fazer a população pensar que pode destruir a natureza e depois repará-la facilmente. Quando, na realidade, a prevenção através da proteção das espécies é melhor e mais barata do que essas propostas.

A posição de críticos e detratores é compreensível, mas é impossível não se sentir atraído pela possibilidade de dar vida a espécies extintas como o pássaro dodô. Claro, ainda é apenas uma possibilidade e nada garante o sucesso do projeto. No entanto, se eles concluírem como planejado, será alcançado um avanço incrível na ciência que mudará completamente a biologia molecular.

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