Javali de 300 quilos, este foi o antepassado do porco ibérico

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Anonim

O porco ibérico ou Sus scrofa domestica, é a espécie suína mais amplamente distribuída na Península Ibérica. Reconhecido mundialmente pela qualidade de sua carne, este suido foi domesticado há mais de 10.000 anos pelos colonizadores da antiga Europa. Embora houvesse alguma clareza sobre as origens e expansão dessa espécie pelo continente, não se sabia ao certo quem era seu ancestral mais próximo.

No entanto, graças a novas pesquisas realizadas por icnólogos espanhóis, foi possível estabelecer a existência de uma nova espécie da qual descende o famoso porco ibérico. Descubra abaixo uma das descobertas mais interessantes do nosso tempo.

Características do porco ibérico

O porco ibérico é um animal de grandes proporções em comparação com outras espécies de porcos existentes no planeta. Na fase adulta pode pesar até 160 quilos e atingir altura de aproximadamente 80 centímetros. O seu corpo rústico, membros altos e focinho alongado fazem dele uma espécie perfeitamente adaptada para pastar nas pastagens da Península Ibérica.

Por outro lado, sua pele é pouco protegida por pelos, enquanto seus cascos são escuros, característica pela qual é conhecido em alguns lugares como “perna preta”.

Variedades

Atualmente, são reconhecidos seis tipos diferentes de porcos ibéricos, incluindo os seguintes:

Porcos Pretos Ibéricos

  • Lampiño: caracteriza-se principalmente por não ter pelos no corpo.
  • Entrepelado: variedade resultante do cruzamento de porcos pelados com porcos pretos.

Iberian red pigs

  • Retinto: é o tipo de porco mais difundido. Sua cor de pele é tons avermelhados
  • Louro andaluz: de pelagem loira, essa variedade está em perigo de extinção.
  • Manchado de Jabugo: assim como seu antecessor, é uma espécie em risco de extinção.
  • Torbiscal: esta casta resulta do cruzamento de diferentes raças de porco ibérico. Caracteriza-se pela sua boa adaptabilidade.

Origens do porco ibérico

A distribuição desta espécie pelo continente europeu começou há um milhão de anos, com as primeiras espécies de suínos que migraram da Ásia e Norte da África. Graças às condições ambientais da época e à disponibilidade de alimentos, prosperaram na costa mediterrânea, especialmente no sudoeste da península.De acordo com o exposto, os porcos originais fixaram-se nas regiões espanholas da Andaluzia, Extremadura e Salamanca, bem como nas zonas do Algarve e Alentejo em Portugal.

Posteriormente, devido à domesticação e cruzamento destas espécies pelo homem, chegou-se à única espécie existente de javali eurasiano, o Sus scrofa. Deste porco selvagem deriva a linhagem do porco ibérico, que ainda conserva algumas características dos seus antepassados.

No entanto, pesquisas recentes descobriram mais um elo na cadeia evolutiva do porco ibérico, que está presente na base da árvore genealógica do Sus scrofa doméstico.

Uma descoberta incrível

A descoberta em questão, publicada na revista acadêmica Palaios, ocorreu no município espanhol de Huelva, onde um grupo de icnólogos encontrou várias pegadas trapezoidais de dimensões consideráveis.Para ser exato, eles medem entre 125 milímetros de comprimento e 75 de largura.

Segundo o grupo de pesquisadores, essas pegadas pertenciam a um javali que existiu há mais de 100.000 anos e que, calculam eles, poderia pesar até 300 quilos.

Por outro lado, este espécime, que pastou nas extensões da Península Ibérica durante o Pleistoceno, foi catalogado como uma espécie nunca antes conhecida. Foi nomeado Suidichnus galani, e é considerado um dos ancestrais mais próximos do porco ibérico.

Finalmente, acredita-se que a extinção deste suid foi devido a causas naturais e antrópicas. Ou seja, este javali sofreu com as inclemências das mudanças climáticas, como as eras glaciais e a caça dos hominídeos da época.