Em Quito, no Equador, é necessária legislação para penalizar o abuso de animais

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Anonim

O abuso de animais é uma realidade mundial e é possível afirmar que se arrasta desde que o homem habita este planeta. Mas com os avanços tecnológicos nas comunicações, está se tornando um assunto que, felizmente, tem cada vez mais visibilidade e, embora como diz o tango, a luta é cruel e há muita, houve alguns avanços para tentar reverter essa verdade flagelo.

Avanços e retrocessos na luta diária pelos direitos dos animais

Embora recebamos diariamente informações sobre os diferentes tipos de maus-tratos a que os animais são submetidos, também recebemos com frequência notícias sobre as diferentes iniciativas que são promovidas para lutar pela defesa desses seres inocentes.

A América Latina está se tornando uma região frutífera nesse sentido. Embora muitas das propostas sobre maus-tratos a animais transcendam porque, infelizmente, ocorreram eventos particularmente terríveis, a verdade é que, com avanços e retrocessos, a questão conseguiu se instalar em diferentes partes do mundo.

No Equador, por exemplo, foi realizada uma manifestação de Luto Nacional por animais, após o caso da cadela Dulce que, ao que tudo indica, foi vítima de um caso de bestialidade.

Um caso de bestialidade gerou protestos em Quito e outras cidades do Equador, onde se exigiu a aplicação de leis que penalizam o abuso de animais.

A triste história de Dulce

Dulce havia sido resgatada no bairro La Ecuatoriana, localizado na zona sul de Quito, por integrantes da Fundação Equador de Proteção Animal (PAE).

Quando os veterinários a examinaram, descobriram que os tecidos vaginal e retal da cadela estavam completamente destruídos.Mas também, a menina peluda – pequena em tamanho, avançada em idade e mestiça – estava morrendo de fome e seus ossos eram perceptíveis assim que ela era tocada.

Os profissionais médicos decidiram então sacrificá-lo para evitar mais sofrimento, já que tentar reconstruir os tecidos, em sua condição, só lhe causaria mais dor.

Equador busca avançar na legislação sobre abuso de animais

Embora a questão dos maus-tratos esteja incluída no Código Penal Orgânico Integral, ativistas equatorianos exigem que se avance na promulgação da Lei Orgânica de Bem-Estar Animal (LOBA).

Este projeto busca legislar além dos animais de estimação para incluir os direitos de todos os animais. Por exemplo, tentando regular:

  • O uso de animais em espetáculos públicos.
  • O comércio de animais de estimação e sua exibição para venda.
  • A dissecação de animais vivos para fins de pesquisa.
  • A proteção da vida selvagem que habita as cidades.

A iniciativa também promove a adoção de animais de estimação previamente esterilizados.

O que diz a legislação vigente

O novo Código Penal Orgânico Integral em vigor trata dos maus tratos aos animais de estimação em dois de seus artigos.

Número 249 pune com penas de 50 a 100 horas de serviço comunitário as pessoas que, por ação ou omissão, danifiquem, causem lesões ou deteriorem a integridade física de um animal de estimação. E, caso o animal morra, fica estabelecido que o infrator seja preso entre 3 e 7 dias.

Artigo 250, por sua vez, legisla sobre brigas de cães. São punidos com penas de 1 semana a 10 dias de prisão quem:

  • Envolva ou treine cães para lutas.
  • Organizar, promover ou programar este tipo de atividade ilegal.

Se os cães forem mutilados, feridos ou morrerem, as penas são estendidas entre 2 semanas e 1 mês.

Educar para mudar

Além disso, em várias cidades equatorianas, incluindo a capital, estão em vigor portarias municipais que punem maus-tratos a animais. Sua aplicação é ao pé da letra em alguns lugares, enquanto em outros é pouco mais que letra morta. Além do mais, em alguns s, não há regulação direta.

Existe também uma normativa nacional sobre posse de cães que, como se depreende do próprio nome, não contemplava os demais animais de estimação.

Mas para além dos regulamentos que podem ser aperfeiçoados, impõe-se uma mudança fundamental de paradigma que implica educar os humanos desde as crianças no respeito pelos animais em particular e pela natureza em geral.