Um estudo disparou alarmes para metade das baleias assassinas em nossos mares, pois um veneno de produção humana ameaça a viabilidade dessas populações em um futuro não muito distante.
A culpa é dos PCBs, compostos químicos feitos pelo homem usados para diluir pesticidas ou fazer tintas., e que foram amplamente usados após a Segunda Guerra Mundial.
Durante a década de 1960, várias intoxicações ocorreram em humanos devido a esses produtos químicos, causando doenças de pele, problemas imunológicos e até câncer. Eventos como esses levaram à proibição desses produtos químicos e muitos países se comprometeram com sua destruição, que ainda não está completa.
Por que isso afeta as orcas?
O problema com esse composto é que ele foi usado durante anos em pesticidas em todo o mundo, então acabou poluindo os mares. Y É nos mares que ocorre um processo de biomagnificação, um acúmulo de toxinas que reflete a importância da cadeia alimentar na natureza.
O que acontece é que o plâncton captura essas toxinas e depois é consumido pelos peixes. Esses peixes são consumidos por peixes grandes como os atuns, que finalmente são consumidos pelo elo de mais alto nível do mar: no caso, a baleia assassina.
O que acontece é que metade das baleias assassinas do mundo parecem ter níveis enormes de PCBs devido a esse processo de biomagnificação. Por isso comer carne de golfinhos e baleias, além de ser imoral, é perigoso para a saúde.
Metade das orcas do planeta afetadas
Um novo estudo verificou os níveis de PCBs em diferentes populações de baleias assassinas em todo o mundo e verificou seus efeitos. Os PCBs causam problemas imunológicos em baleias assassinas, tornando-as o alvo perfeito para doenças infecciosas, que está ligada à diminuição da capacidade reprodutiva desses animais.
Esses efeitos, cruzados com os dados de crescimento populacional, revelaram que metade das baleias assassinas estudadas por esses cientistas estariam em perigo de colapso. As populações mais afetadas são aquelas próximas às zonas industriais ou aquelas que consomem peixes maiores, como as baleias assassinas no Estreito de Gibraltar. ou as Ilhas Canárias, que se especializaram na caça do atum rabilho.
O fato de as baleias assassinas serem sensíveis aos PCBs não era novidade, pois há anos se viam baleias assassinas mortas que apresentavam altos níveis dessas toxinas, desde então.Além de estarem em alto nível na cadeia, possuem grande quantidade de gordura, onde se acumulam os PCBs.. Isso, aliado à longevidade, faz deles os animais que mais acumulam essa toxina no planeta.
Uma das coisas mais preocupantes que vemos é que essas populações só poderiam entrar em colapso se fossem afetadas por PCBs, mas somam-se a sobrepesca de seus alimentos ou mesmo pesquisas sísmicas.
Os autores do estudo preconizam a destruição total dessas toxinas pelo homem, que junto com o reforço das medidas de conservação desses cetáceos parecem as únicas garantias de que teremos orcas em muitas partes do planeta nas próximas décadas.
