Entre as fotos absurdas que tiramos com animais silvestres e que são perigosas, destacam-se as selfies com as preguiças que muitos turistas são feitos nas regiões tropicais do continente americano. Um estudo aponta para o impacto de selfies nesses animais.
Anualmente, é relatada a extração de centenas de espécimes de várias espécies de preguiças da natureza. Usualmente, Esses animais são capturados em áreas desmatadas do Brasil e da Colômbia, onde são usados como animais de estimação, comida ou para estrelar celebridades selfies com preguiças que são feitas em lugares como a Amazônia.
Estudo revela os perigos das selfies da preguiça
O estudo se concentrou nas chamadas preguiças-reais, as espécies de preguiça mais comuns. Trata-se de um animal solitário que se alimenta de folhas e é muito lento, por isso a sua captura para servir de acessório em selfies é simples.

O trabalho, publicado em novembro de 2022-2023, contou com a participação de pesquisadores em interações com preguiças organizadas no Brasil e no Peru. O resultado desta pesquisa em mais de 34 eventos de selfies com as preguiças é desanimador: 17 preguiças foram observadas sendo agarradas por uma média de cinco pessoas por observação.
Nestes eventos de toque em animais foi verificado como as preguiças eram apanhadas e, em muitas ocasiões, seguradas por suas garras. Os comportamentos mais frequentes dos animais foram a vigilância e a extensão dos braços, algo que os pesquisadores associam ao medo, ansiedade e estresse.
Turismo com animais, em destaque
O turismo relacionado com animais é cada vez mais frequente e, dentro deste, aquele que promove o contacto direto com a fauna é o mais criticado. Foi visto como esse tipo de manejo é estressante, perigoso e prejudica a conservação de muitas espécies.
O manejo de animais selvagens não só pode prejudicar seu bem-estar, mas também pode levar a um aumento da propriedade. Um estudo mostrou isso no loris lento, e é que os vídeos e imagens desses animais em ambientes humanizados e sendo tocados por pessoas normalizam essas situações. Casos que lembram Limbani, a suposição chimpanzé resgatado, e que eles deveriam nos fazer imaginar o que está por trás dessas imagens antes de compartilhá-las nas redes.

Durante os eventos observados pelos pesquisadores, oselfiescom as preguiças não foram os únicos protagonistas das interações: Macacos-esquilo, crocodilos, sucuris ou papagaios foram outros animais incomodados pela febre das redes sociais.
As sessões foram gravadas para podermos analisar bem o comportamento de todos os animais. Das empresas investigadas, 19 das 25 ofereceram selfies com as preguiças, o que as torna uma das espécies mais utilizadas.
Os autores refletem sobre o interesse de usar outras formas de medir o estresse, como os glicocorticóides., além de medir a quantidade de ruído, o que pode estar relacionado ao estresse desses animais. Além disso, alertam que, embora o estudo seja preliminar, é necessário aumentar a quantidade de trabalhos que analisam as implicações para o bem-estar e a conservação dessas espécies no turismo de fauna silvestre.
Como turistas, devemos considerar quais tipos de atividades participamos quando queremos observar a vida selvagem. e escolher aqueles em que os animais não sejam tocados e possamos vê-los em bom estado e, se possível, em seu habitat natural.