Codornas, reservatório desconhecido dos vírus Toscana e Sicília

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Anonim

Assim como outros animais silvestres, a codorna comum (Coturnix coturnix) é suscetível a diversas doenças e até se torna reservatório de bactérias, vírus e parasitas. Embora geralmente não seja um problema ecológico, a distribuição e o comportamento migratório dessa ave podem torná-la uma ameaça à saúde.

Claro, nem todas as patologias que as codornas sofrem podem ser transmitidas a outros animais. No entanto, um estudo recente parece indicar que eles são portadores do vírus Toscana e do flebovírus siciliano (Sicilia virus), um grupo de patógenos que afetam espécies domésticas e humanos.Continue lendo este espaço e descubra o que essas novas descobertas significam.

O que o vírus da Toscana e o flebovírus siciliano causam?

Toscana virus e Sicilian phlebovirus são um tipo de patógeno viral que pertence ao mesmo gênero (Phlebovirus) dentro da família Phenuiviridae. Ambos são capazes de infectar animais domésticos e humanos. No entanto, apenas neste último foram registrados casos clínicos importantes que às vezes se tornam complicados.

Esses vírus são caracterizados por causar eventos febris de intensidade variável, náuseas, dor abdominal, erupções cutâneas e enxaqueca. A única diferença entre os dois é que o vírus Toscana causa problemas neurológicos, como meningite ou encefalite. Enquanto o flebovírus siciliano apresenta quadros clínicos mais brandos.

O tratamento dessas infecções é simples e consiste no uso de medicamentos paliativos para controlar os sintomas.De momento não existem vacinas ou medicamentos especializados que erradiquem estes vírus, pelo que é feito um acompanhamento de suporte até à cura do doente (entre 3 e 7 dias).

Como são transmitidos o vírus da Toscana e o flebovírus siciliano?

Tanto o vírus da Toscana quanto o flebovírus siciliano são transmitidos por flebotomíneos, um grande grupo de dípteros sugadores de sangue (mosquitos). Uma vez infectados com o vírus, tornam-se vetores que infectam outros animais através de suas picadas.

Os flebotomíneos geralmente se alimentam de uma variedade de mamíferos, répteis e pássaros, incluindo humanos. Isso significa que eles podem infectar uma grande variedade de animais. Mesmo assim, nem todos apresentam sintomas clínicos, pois alguns podem se tornar reservatórios naturais do vírus.

O que são reservatórios naturais?

Animais infectados pelo vírus que o hospedam a longo prazo são chamados de reservatórios naturais.Embora sejam portadores do patógeno, a maioria é assintomática e suas vidas não correm perigo. Dessa forma, o agente infeccioso permanece presente na natureza e consegue sobreviver.

Além disso, os reservatórios naturais também servem como fontes de infecção que dispersam o patógeno na área. Porém, o fazem de forma indireta, pois precisam de vetores (mosquitos) para infectar outros animais.

Codornas são reservatórios naturais do vírus Toscana e do flebovírus siciliano

De acordo com um estudo da revista Frontiers in Microbiology, foram encontradas evidências de que as codornas comuns são reservatórios naturais do vírus Toscana e do flebovírus siciliano. Embora seja verdade que esses patógenos são conhecidos por usar cães, gatos, cabras, cavalos e morcegos como hospedeiros, nenhum deles representa um perigo tão grande quanto essas aves.

Isso porque a codorna comum é uma espécie que possui grandes movimentos migratórios na Europa, Ásia e África. Portanto, se eles forem infectados por esses vírus, eles têm a capacidade de espalhá-los por diferentes países. Além disso, também são utilizados para consumo humano, o que aumenta a probabilidade de infecções sem a necessidade de vetores (mosquitos).

Embora pareça alarmante, a presença de codornas não tem causado impacto negativo na saúde da população. De fato, na Europa, o número de casos clínicos causados pelo vírus Toscana e pelo flebovírus siciliano é baixo e está restrito à região do Mediterrâneo. Uma possível explicação para esta situação parece ser a ausência de mosquitos flebotomíneos, o que limita a transmissão do vírus.

Claro que o objetivo deste espaço não é gerar pânico ou ódio contra as codornas, mas sim conscientizar sobre o perigo de entrar em contato com a vida selvagem.Com as devidas precauções, é improvável que seja infectado por esses vírus. Ainda assim, é melhor restringir o contato com qualquer tipo de vida selvagem para evitar a exposição a patógenos.