Um estudo da Universidade de Stellenbosch revelou recentemente que uma doença mortal está afetando rinocerontes em um refúgio na África. Essa ameaça é conhecida como tuberculose bovina (Mycobacterium bovis) e coloca em risco a sobrevivência da espécie.
Embora esta doença não seja nova, ela representa uma grande ameaça para os animais que tentam superar os estragos do homem. É claro que os rinocerontes brancos foram declarados funcionalmente extintos em 2020, então os esforços dos conservacionistas se concentraram em proteger a vida dos rinocerontes negros, todos ameaçados pela caça furtiva.
Tuberculose bovina: doença mortal que põe em risco os rinocerontes
Ao longo do tempo, foram identificados diferentes fatores que influenciam a sobrevivência dos rinocerontes. Entre eles: caça furtiva, perda de habitat e mudanças climáticas. Nesse caso, acrescenta-se mais um aspecto que pode ser mais letal: a infecção pela tuberculose bovina.
Esta doença mortal tem pesquisadores, cientistas e conservacionistas sob controle. Até agora, um estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) confirmou que há uma alta porcentagem de infecção especificamente no Parque Nacional Kruger na África do Sul.
O contágio desta doença é difícil de entender, pois este vírus não infectou historicamente rinocerontes africanos. No entanto, descobriu-se recentemente que os está infectando e que é uma doença completamente letal para eles.
“Nossas descobertas confirmam uma alta carga de infecção generalizada na população de rinocerontes do Parque Nacional Kruger, na África do Sul, e identificam fatores de risco para infecção. Essas descobertas fornecem uma base para entender a disseminação da tuberculose bovina em ecossistemas complexos”, diz o estudo em questão.
Como os rinocerontes estão sendo infectados?
Como já mencionamos, os rinocerontes infectados vivem em um parque na África do Sul, o que permite que fiquem livres e na companhia de outros animais. Justamente esse parece ser o motivo do contágio: seu contato direto com os búfalos.
Acontece que entre os achados constatou-se que os búfalos estão infectados há muito tempo. Ao tossir ao ar livre, eles espalham o vírus e o deixam à disposição dos outros animais que convivem com eles.
“Provavelmente, búfalos infectados tossem periodicamente; desta forma, sua saliva e secreções respiratórias contaminam a vegetação e o habitat. As micobactérias são muito resistentes e podem sobreviver no ambiente por semanas ou meses”, especifica a pesquisa.
O que pode ser feito então para neutralizar a doença letal?
Segundo os cientistas, nem tudo está perdido para os rinocerontes. Acredita-se que, mesmo que os animais contraiam essa perigosa doença, eles possam eliminá-la “se estiverem saudáveis”.
Diante de todas essas descobertas, os estudos continuarão para determinar detalhes mais conclusivos sobre a doença e sua cura.