Por que animais peçonhentos não morrem com seu veneno?

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Anonim

Animais venenosos são bastante temíveis e perigosos, pois possuem um mecanismo de defesa e ataque que faz tremer até os predadores mais ferozes. De fato, alguns espécimes são resistentes ao veneno de outras espécies. Portanto, pode-se dizer que a produção desse tipo de toxina lhes dá uma grande vantagem sobre a natureza.

Neste ponto, pode surgir a questão de como os animais venenosos não morrem de seu próprio veneno. Embora a resposta possa parecer um pouco óbvia, a realidade é que existem alguns mecanismos internos que ajudam a evitar essa complicação. Continue lendo este espaço e descubra tudo sobre este tema.

A origem do veneno

A produção de venenos tem origens diferentes dependendo do grupo de animais em questão, pois cada um tem uma história evolutiva diferente. Enquanto alguns espécimes criaram esse mecanismo para se defender de seus agressores, outros o desenvolveram como um mecanismo de digestão que se transformou em toxinas (cobras).

Apesar da grande diversidade de origens, é curioso que o processo evolutivo sempre gere toxinas (proteínas) semelhantes. Na verdade, a maioria dos venenos contém uma ou mais das seguintes famílias de proteínas: fosfolipases, hidrolases, metaloproteinases e serina proteases.

Como é produzido o veneno?

A produção de veneno costuma ser um pouco diferente em cada espécie, mas várias possuem glândulas especializadas que secretam essa substância. Essa estrutura glandular é composta por um tipo de células musculares especiais que são comprimidas para liberar toxinas.No entanto, eles estão esperando por um estímulo específico, como uma mordida, para poder secretar.

A localização da glândula de veneno difere entre o grande número de animais que a possuem, podendo fazer parte da pele, boca ou aparelho digestivo. Além disso, sua localização dentro do corpo também serve como indicação para determinar sua origem evolutiva.

Tipos de venenos

Para simplificar e tratar melhor os pacientes, os venenos são classificados de acordo com seus efeitos no corpo. Em geral, você pode encontrar três tipos:

  • Neurotóxico: capaz de afetar o sistema nervoso central e os sentidos. Eles bloqueiam a comunicação dos receptores nervosos.
  • Citotóxico: afeta ou destrói células próximas à área de inoculação. Geralmente causam necrose.
  • Hemotóxicos: são transportados pelo sangue e causam efeitos tóxicos em um ou vários órgãos do corpo. Eles fazem isso reduzindo o transporte de oxigênio, alterando a composição do sangue ou eliminando certas proteínas ou enzimas.

Um animal tóxico e um animal venenoso são a mesma coisa?

Os termos “veneno” e “toxina” são frequentemente usados de forma intercambiável sem restrições. No entanto, quando se fala em animais, o conceito muda e eles têm implicações diferentes. Por um lado, animais venenosos são capazes de injetar suas toxinas através de algum objeto pontiagudo, como presas. É o caso de várias espécies de cobras ou escorpiões.

Pelo contrário, os animais tóxicos não possuem nenhum mecanismo de injeção, então eles apenas secretam suas toxinas passivamente através da pele ou saliva. Um exemplo disso são os sapos ou rãs que "se banham" em seu próprio veneno para evitar serem atacados.

Como animais peçonhentos não se envenenam?

Pode parecer contraditório, já que o veneno produzido por esses animais é capaz de matar várias presas com uma pequena quantidade.No entanto, tanto as espécies tóxicas quanto as venenosas desenvolveram estratégias para evitar serem afetadas por sua própria toxina. Estes estão listados abaixo:

  • Presença da glândula: como mencionado, as glândulas funcionam como um reservatório de toxinas para evitar que entrem em contato com outros órgãos do corpo. Graças a isso, os animais não se intoxicam.
  • Imunidade: o processo evolutivo também levou à geração de anticorpos especiais que anulam a ação das toxinas. Na verdade, essa característica permite que eles sejam resistentes a vários outros venenos e tem sido usado para gerar antídotos contra envenenamento.
  • Modificações metabólicas: as proteínas que compõem o veneno têm uma ação específica no metabolismo dos vertebrados, de forma que os animais peçonhentos modificam certos aspectos de seu organismo para não serem afetados. Normalmente, a conformação dos receptores celulares que são os alvos primários das toxinas é alterada.

O impacto do processo evolutivo

Os animais não começaram a produzir veneno em poucos dias ou meses, mas sim o produto de um processo evolutivo que levou milhões de anos para ser concluído. Por isso, com o passar do tempo tornou-se eficiente e gerou as estruturas necessárias para evitar danos ao organismo. Em outras palavras, os mecanismos se especializaram e melhoraram para que a espécie aproveite ao máximo essa habilidade.

Como você pode ver, veneno é uma habilidade única entre animais tóxicos e venenosos que lhes dá várias vantagens. Além disso, seu mecanismo é tão complexo que nem sequer é totalmente compreendido, o que resultou na f alta de antídotos adequados para muitas toxinas. É claro que ainda existem vários enigmas sobre este assunto, mas espera-se que todos eles sejam revelados em breve.