O cérebro: o cavalo selvagem ibérico

Diz a lenda que, nos tempos medievais, vivia na Península Ibérica uma espécie de asno ou cavalo selvagem, denominado cérebro. Sua origem e taxonomia hoje são um mistério, pois foi extinta pela caça no século XVI.

Muitos historiadores e zoólogos tentaram desvendar os mistérios do cérebro: como era, onde morava? Com quem ele é parente? Responderemos a todas essas perguntas e muitas mais nas linhas a seguir.

Um cavalo selvagem na Península Ibérica

O cérebro ou zebra é um animal envolto em mistério. São inúmeras as crônicas medievais que falam de manadas de equídeos selvagens que povoavam as planícies da Península Ibérica, onde eram freqüentemente caçados.

Tão misterioso é esse burro ou cavalo selvagem que, por muito tempo, numerosos zoólogos especializados desprezaram a existência deste animal, reduzindo-o a uma mera fantasia medieval. No entanto, a evidência de que uma espécie de asno ou cavalo selvagem viveu em terras de Espanha e Portugal é extensa e é recolhida em pontos muito distantes uns dos outros.

Por esse motivo, os especialistas consideram a existência desse equídeo, que também pode ser chamado de zebro, de verdade. Na verdade, alguns historiadores especulam que a zebra africana (Equus quagga) tirou esse nome dos exploradores portugueses que o avistaram na África, comparando-o com o cérebro ibérico.

Uma zebra, um cruzamento entre uma zebra e um cavalo.

Descrição e habitat do cérebro

As histórias falam de um animal semelhante ao cavalo, com um tamanho de cerca de 1,20 metros de altura. De cor cinza acinzentado, tinha focinho escuro e linha dorsal semelhante à das mulas. Muitos documentos falam de seu caráter indomável, sua velocidade e um relincho semelhante ao dos cavalos.

Algumas fontes indicam que ele poderia ter pernas listradas em preto e branco, o que provavelmente levou os exploradores europeus do século 16 a associarem zebras africanas a esses animais. Alguns zoólogos encontraram semelhanças com otarpan, o cavalo extinto nas planícies da Eurásia no século XIX.

Encebros teve uma ampla distribuição em grande parte da Espanha e Portugal. Sabemos disso por crônicas medievais, mas também por topônimos - topônimos - que se referem a este animal: Cebreros, Encebras e outros.

Caça, causa de sua extinção

Acredita-se que o cérebro viveu em Portugal, Galiza, Astúrias, Extremadura e todo o Planalto Meridional. Porém, aos poucos esse território foi se reduzindo, porque o cérebro era uma peça preciosa do grande jogo.No "Livro da Caçada" de Alfonso X o Sábio fala-se das propriedades deste cavalo.

No final, apenas populações desses equídeos permaneceram na área de Albacete. Os últimos cérebros foram mortos por caçadores no final do século XVI. Na época, acreditava-se que sua carne tinha propriedades curativas, o que ocasionou sua extinção.

Além disso, outros documentos falam dos danos que o cérebro causou às plantações, razão pela qual às vezes era caçado por camponeses para salvar suas plantações.

O mistério da origem do cérebro

Embora nos últimos tempos a existência do cérebro tenha sido aceita como uma realidade, a verdade é que o maior mistério é a origem desse animal. De onde isso vem? Com que outros equídeos está relacionado?

Essas questões, por enquanto, eles não conseguem obter uma resposta consensual entre os especialistas. Principalmente, existem 4 hipóteses que detalharemos a seguir:

  • O mais amplamente aceito é que os cérebros eram cavalos selvagens da variedade ibérica da Eurásia. Essa hipótese está de acordo com o registro fóssil e com as características descritas nos textos medievais. No entanto, alguns cientistas duvidam disso, uma vez que o cérebro ele foi tratado como um animal diferente do cavalo, entre cavalo e burro.
  • Outra hipótese considera que o cérebro é descendente do extinto Equus hydruntinus. Este equídeo desapareceu do registro fóssil ibérico há 20.000 anos, portanto é improvável que os cérebros sejam descendentes desse animal extinto.
  • Uma terceira hipótese relaciona-os ao asno selvagem ou onagro asiático (Equus hemionus) Esses asnos selvagens teriam sido importados da Ásia por rotas comerciais.
  • Finalmente, alguns autores consideram que cérebros não são nada além de cavalos domésticos selvagens (marrom).
Um onagro, possível parente do cérebro.

Assim, como podemos perceber, a origem do cérebro é um mistério difícil de ser resolvido. Apesar disso, é amplamente reconhecido que manadas de cavalos selvagens habitaram a Península Ibérica até ao século XVI, altura em que foram extintas pela caça.

Infelizmente, as extinções humanas mais uma vez nos privam de animais verdadeiramente fascinantes. Até hoje, só podemos especular sobre eles.

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