O escorpião da casca do Arizona, cientificamente denominado Sculpturatus Centruroides, é uma das espécies de escorpiões que podem ser encontradas no México e nos Estados Unidos. Pertence ao grupo Buthidae, a maior família de escorpiões existente, com mais de 90 gêneros e 1000 espécies registradas até agora.
Apesar de seu tamanho pequeno, O escorpião da casca do Arizona é o escorpião mais venenoso da América do Norte. Sua picada é capaz de causar sintomas graves em humanos, que muito ocasionalmente podem levar à morte.
Como consequência, esta é também uma das espécies mais conhecidas pela população em geral, pelo menos nas áreas onde é endêmica. Convidamos você a continuar lendo se quiser aprender mais sobre a biologia deste animal.
Características do escorpião da casca do Arizona
Este escorpião parece muito representativo de sua família. Seu tamanho é de médio a pequeno, aproximando-se de 8 centímetros nos machos e 7 centímetros nas fêmeas. Os membros e o metassoma (cauda) são amarelo-mostarda, enquanto os segmentos que compõem o mesossomo (corpo) apresentam listras mais escuras.
Os escorpiões são aracnídeos e, como tal, têm 4 pares de patas com as quais andam. As pinças são pedipalpos desenvolvidos e modificados para serem capazes de agarrar a presa. Por outro lado, a cauda nada mais é do que uma extensão do corpo que se estreita e alonga. Sua última divisão, chamada télson, contém o ferrão e a glândula venenosa.
Junto com o corpo achatado contra o solo, a cauda e as garras dão aos escorpiões uma aparência inconfundível. O escorpião da casca do Arizona se destaca por sua cauda e apêndices mais finos do que os de outros escorpiões. Mesmo assim, esta espécie é difícil de distinguir de outros parentes próximos.
Como a maioria dos escorpiões, este escorpião emite uma fluorescência azulada quando apontado com luz ultravioleta no escuro. Esta é uma forma segura, simples e muito eficaz de localizá-lo no escuro, o que permite evitar encontros infelizes.
Onde vive o escorpião da casca do Arizona?
O nome comum desta espécie é bastante esclarecedor. De todas as formas, o alcance de Sculpturatus Centruroides não se limita apenas a este estado americano.
Este butídeo ocorre principalmente no Arizona, mas tem distribuições menores em partes da Califórnia, Novo México e Nevada, nos Estados Unidos. Também pode ser encontrado nos estados mexicanos de Baja California, Sonora e Chihuahua.
Como é comum nesses artrópodes, o escorpião da casca do Arizona está adaptado aos ecossistemas do deserto, onde é mais abundante. Não cava, mas é capaz de escalar. Esconde-se em fendas, sob as rochas ou na vegetação durante o dia. À noite, sai de seus esconderijos em busca de presas ou outros membros de sua espécie.
O que mais, o escorpião é geralmente encontrado dentro ou ao redor das casas e outras estruturas humanas, que usa como refúgio. Isso, junto com sua abundância local, torna os encontros com humanos frequentes. Como animais noturnos, eles preferem lugares escuros.
O escorpião mais venenoso da América do Norte
Sculpturatus Centruroides É amplamente reconhecido como o escorpião mais venenoso da América do Norte. Além disso, é o único de importância médica para os humanos nessa região. Seu veneno parece ter efeitos neurotóxicos.
Sua picada causa dor intensa, perda de sensibilidade na área afetada, formigamento e vômito, entre outros sintomas. Esses efeitos geralmente duram entre 24 e 72 horas. Em adultos, a picada é desagradável, mas geralmente não desenvolve complicações.
O veneno é mais perigoso em crianças ou pessoas debilitadas. Neles, pode levar a falta de ar, taquicardia, movimentos oculares estranhos, espasmos musculares e outros sintomas que requerem cuidados intensivos.
Décadas atrás, a picada de escorpião causou um grande número de mortes humanas, especialmente entre crianças. No entanto, hoje as mortes são muito raras, graças às técnicas médicas modernas. O antiveneno é muito eficaz e elimina os sintomas em questão de minutos.
As picadas são fáceis de evitar se você não tentar pegar, manusear ou deslocar os escorpiões. Esses animais não são agressivos por natureza e não tentam atacar os humanos sem provocação.
Veneno vs Evolução
O coquetel tóxico desse animal tem dupla função. Por um lado, serve para enfraquecer sua presa. Além disso, permite repelir possíveis predadores. Porém, esta estratégia não tem efeito contra vários mamíferos do deserto, que se alimentam do escorpião apesar da gravidade de seu veneno.
O rato gafanhoto do sulOnychomys torridus) desenvolveu adaptações evolutivas que o tornam imune ao ferrão. Os canais de membrana desses animais são modificados para que o veneno produza um efeito analgésico nos camundongos, ao invés da típica dor severa.
A picada do escorpião também não tem efeito no morcego pálido (Antrozous pallidus), que pode ser picado várias vezes durante a caça sem apresentar sintomas. Mesmo depois de administrar altas concentrações de veneno em laboratórios, a maioria dos morcegos está bem.
Essa imunidade é diferente da dos camundongos. A adaptação dos morcegos evoluiu seguindo um caminho próprio e, portanto, os mecanismos envolvidos não são totalmente conhecidos.
Essa adaptação ao veneno mortal é a prova de como a evolução pode ser incrível. Mesmo diante dos desafios mais improváveis, a seleção natural pode acabar produzindo uma solução inesperada.