Espécies endémicas: o que são e que vantagens têm

Os animais se adaptaram para viver nos diferentes ecossistemas que existem no mundo. Embora alguns sejam capazes de sobreviver em diferentes ambientes, outros estão restritos apenas a determinados locais com características específicas. Um exemplo destes últimos são as espécies endêmicas.

Espécies endêmicas são aquelas cuja distribuição é limitada. Além disso, não é possível encontrá-los – naturalmente – em outra parte do mundo. Neste artigo, falaremos sobre suas características e vantagens.

Conhecendo espécies endêmicas

O termo "endemismo" é usado tanto para animais quanto para plantas, e serve para definir aquelas espécies cuja distribuição é limitada a um local específico, como uma ilha ou um deserto.

Quando se fala em espécies endêmicas, na verdade se refere àquelas que podem ser encontradas naturalmente apenas naquela região, país ou ecossistema.

O endemismo pode estar presente em todos os espaços naturais que conhecemos, como o topo de uma montanha, uma ilha, um país, uma selva, um lago ou um deserto. O conceito se aplica a espécies, mas também pode ser usado para subespécies, gêneros ou famílias de animais ou plantas.

Ilhas são o lugar "perfeito" para espécies endêmicas, devido ao seu isolamento. Por exemplo, a Austrália não tem contato com o resto do planeta há milhões de anos, por isso possui flora e fauna únicas e diferentes.

Outros exemplos emblemáticos são as Ilhas Galápagos, o arquipélago havaiano e as Ilhas Canárias, todas de origem vulcânica e que nunca estiveram em contato com nenhum continente.Lá podemos encontrar espécies que não habitam em nenhum outro lugar, como a tartaruga de Galápagos, o morcego grisalho ou o tentilhão azul de Gran Canaria.

Tipos de endemismo

As espécies que são endêmicas podem ser classificadas de acordo com a distribuição que ocupam nos seguintes tipos:

  • Microendêmicos: têm uma distribuição muito pequena. Geralmente estão restritos a pequenos ecossistemas.
  • Quasiendêmico: sua distribuição ultrapassa os limites geográficos. Por exemplo, algumas espécies são endêmicas do México, mas uma pequena parte de sua população vive fora do país.
  • Semi-endêmica: é o nome dado a espécies que passam apenas uma estação do ano em uma determinada área, pois vivem em outra região o resto do ano.

Existe também uma classificação de espécies endêmicas que leva em conta a relação genética com outras espécies. Pensando nisso, são identificados os seguintes tipos:

  • Paleoendemismo: espécies que formam grupos diferentes porque suas características morfológicas, químicas e genéticas diferem entre si.
  • Esquizoendemismo: refere-se a espécies que possuem características morfológicas semelhantes, mas que no nível genético apresentam diferenças significativas.
  • Patroendemismo: espécies que apresentam características físicas semelhantes, porém uma delas contém maior número de cromossomos. Isso geralmente ocorre nas plantas e lhes dá a capacidade de colonizar uma área maior.
  • Apoendemismo: É semelhante ao patronendemismo, exceto que as espécies com maior número de cromossomos ocupam uma área menor.

Exemplos de espécies endêmicas

Existe um grande número de espécies endêmicas que podem ser nomeadas. No entanto, entre os mais populares estão os seguintes:

  • Vaquita (Phocoena sinus). Endêmica da parte superior do Golfo da Califórnia.
  • Ilha Santa Catalina Cascavel (Crotalus catalinensis). Endêmica da ilha de Santa Catalina no México.
  • Cão-da-pradaria mexicano (Cynomys mexicanus). Endêmica do noroeste do México.
  • Mexican Axolotl (Ambystoma mexicanum). Endêmica dos lagos de Chalco e Xochimilco no México.
  • Volcano Rabbit (Romerolagus diazi). Endêmico dos parques nacionais do México: Izta-Popo, corredor biológico Chichinautzin, Milpa Alta, Topilejo e Tepozteco.
  • Lince ibérico (Lynx pardinus). Endémica da Península Ibérica.
  • Lemur (Lemuroidea). Endêmica da ilha de Madagascar.
  • Panda Bear (Ailuropoda melanoleuca). Endêmica do continente asiático, embora seja mais famosa na China.

Qual a diferença entre uma espécie endêmica e uma nativa?

Embora pareçam muito semelhantes, as espécies endêmicas são diferentes das nativas.Conforme mencionado, os animais endêmicos são aqueles que possuem limitada capacidade de dispersão e estão restritos a viver em pequenas áreas geográficas (regiões ou localidades). Pelo contrário, as espécies autóctones ou nativas são capazes de ocupar um nicho mais amplo (países ou continentes).

Como as espécies nativas tendem a ser mais amplamente distribuídas, é normal que sejam encontradas em diferentes áreas dentro de um mesmo país. Por outro lado, espécies endêmicas só podem ser encontradas em uma única região geográfica, o que faz parte do perigo que enfrentam.

A importância das espécies endêmicas

Um fato muito importante em relação a esses seres é que quanto menor a área em que habitam, maior o risco de sofrer mudanças na população, redução da taxa de sobrevivência ou caça furtiva. Ou seja, são mais vulneráveis à extinção.

Além disso, são bastante sensíveis a mudanças em seu habitat, como desmatamento ou construção de barragens.

Espécies endêmicas são muito mais do que "exclusivas" de uma ilha, selva, montanha ou região. Atualmente, a distribuição desses animais mudou devido à ação do homem, que tem levado espécimes para diferentes partes do globo, seja como animais de estimação, para um zoológico ou para estendê-los a outras latitudes.

A importância de conservar essas espécies reside no fato de que sua representação se limita àquele ambiente e que seu desaparecimento significa a perda de exemplares especiais, para nomeá-los de alguma forma.

Eles souberam se adaptar ao habitat onde vivem e cumprir uma função específica, além de fazerem parte de uma cadeia trófica que seria alterada com seu desaparecimento. Isso significa que, por exemplo, se um réptil serve de “alimento” para uma ave e esta se extingue, a população da primeira proliferará de forma inesperada e maior do que o necessário no ecossistema.

O perigo da introdução de espécies

Também devemos estar atentos a uma situação que muito se repetiu no último século: a incorporação de espécies em determinados ecossistemas, que destroem aquela cadeia alimentar e criam estragos em nível de ecossistema.

Esta introdução –que pode ser intencional ou acidental– muda a relação e a simbiose que existe em um território e afeta muito as espécies endêmicas, que não estão acostumadas ao contato ou mesmo às doenças que os recém-nascidos podem transmitir aos recém-chegados.

Embora todos os animais devam ser protegidos, espécies endêmicas ainda mais. Isso porque eles não estão espalhados por todo o mundo, são mais frágeis que o resto – daqueles que podem ser encontrados em outras latitudes – e são importantes para seu ecossistema. Infelizmente, sendo os "elos mais frágeis" do reino animal, eles precisam de mais proteção e cuidado.

Espécie endêmica endânmica

Espécies endêmicas são mais suscetíveis à extinção. Portanto, é normal que vários deles estejam classificados em algum grau de risco ou vulnerabilidade. Entre os animais mais conhecidos com esta classificação estão:

  • Mountain Gorilla (Gorilla beringei beringei).
  • Tigre de Sumatra (Panthera tigris sumatrae).
  • Leopardo das Neves (Panthera uncia).
  • Bornean Orangutan (Pongo pygmaeus).
  • Philippine Pangolin (Manis culionensis).
  • Rã dos Pirineus (Rana pyrenaica).
  • Urso Marrom dos Apeninos (Ursus arctos marsicanus).

Como pode ser visto, o endemismo é uma característica especial que surge em resposta à especialização dos animais em um único tipo de habitat. Embora essa característica lhes permita um melhor desempenho em seu ambiente, também os coloca em risco por não serem capazes de suportar mudanças.Claro, eles são elementos cruciais do ecossistema. Portanto, é fundamental concentrar os esforços de conservação nesses tipos de animais.

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