Pertencente à família Siricidae, as vespas da madeira são insetos xilófagos. Ou seja, eles se alimentam e obtêm da madeira os nutrientes necessários para sua sobrevivência. Até 150 espécies diferentes foram descritas, distribuídas principalmente em territórios da América, Europa e partes da Austrália e Indonésia.
De acordo com o estudo "Efeitos do tipo e manejo florestal na abundância de vespas nativas (Hymenoptera: Siricidae) no Mississippi, Estados Unidos" , a vespa xilófaga é considerada uma praga que afeta fortemente as plantações de madeira de pinus e outros espécies de árvores. Segundo esse documento, as árvores infestadas pela vespa têm menor área na base, porte reduzido, folhagem amarelada ou esparsa e diâmetro menor nas raízes.
Características físicas da vespa comedora de madeira
A vespa xilófaga tem corpo cilíndrico e alongado, que geralmente mede de 4 a 5 centímetros. Na fase adulta, são azuis, marrons ou pretos com algumas partes amarelas. As fêmeas, principalmente, possuem uma estrutura chamada ovipositor, que fica localizada na parte final do abdômen. Por outro lado, possui aparelho bucal mastigador e um par de asas membranosas, característica que compartilha com outros Hymenoptera como abelhas e zangões.
Habitat e alimentação
Os pinheiros são os principais hospedeiros dessas vespas, onde estabelecem seus ninhos ou colônias. Da casca das árvores eles constroem suas casas juntando os materiais com uma substância que eles secretam semelhante à cera.
Como mencionado acima, eles se alimentam da madeira de árvores ou de toras já cortadas. Podem até consumir móveis ou outros objetos feitos desse material.Para digerir a celulose presente nas células vegetais, essa vespa conta com a ajuda de fungos simbióticos que facilitam o trabalho da digestão.
Reprodução
O ciclo reprodutivo da vespa xilófaga começa quando a fêmea, através do ovipositor, deposita seus ovos nas árvores. Da mesma forma, perfura a espécie vegetal e introduz um muco fitotóxico e um fungo conhecido como Amylostereum areolatum.
Posteriormente, os ovos eclodem dando lugar às larvas, que cavam túneis e passam a se alimentar da madeira com a ajuda dos fungos simbióticos também colocados. Nesse estado costumam permanecer por dois ou três anos, para depois se transformarem em pupas migrando para a superfície do tronco da árvore. Por fim, uma vespa adulta emerge da pupa para reiniciar todo o ciclo reprodutivo.
Danos ambientais
O acometimento de árvores parasitadas pela vespa ocorre principalmente pela ação de agentes fitotóxicos e do fungo Amylostereum areolatum. Que são instalados por ela no momento da oviposição. Portanto, as espécies arbóreas infectadas apresentam sintomas de fraqueza e estresse, como porte pequeno, folhagem amarelada e em decomposição, galhos secos, raízes pequenas e morte tardia.
Por isso, várias estratégias químicas e biológicas têm sido buscadas para controlar a apresentação e disseminação desse inseto em plantações de pinheiros e outras espécies arbóreas. Uma delas é o controle da persuasiva vespa Rhyssa, que deposita seus ovos nas larvas do comedor de madeira, alimentando-se delas e destruindo-as. Da mesma forma, para seu controle biológico, o nematóide Deladenus siricidicola e o parasita Ibalia leucospoides também têm sido utilizados com sucesso.