Escorpiões são alguns dos animais venenosos mais antigos que existem. Os ancestrais desses invertebrados habitaram a Terra por 350 milhões de anos e, até agora, deram origem a mais de 2.500 espécies. Especificamente, o escorpião amarelo palestino (Leiurus quinquestriatus) é um dos mais venenosos do mundo.
Escorpiões se especializaram na caça de insetos e outros pequenos seres vivos, mas alguns deles ousam enfrentar até vertebrados. Se você quiser saber mais sobre esse assunto, continue lendo.
Escorpiões e seus venenos
Pode parecer estranho à primeira vista, mas na verdade esses tipos de animais estão mais relacionados às aranhas do que a qualquer inseto. Em outras palavras, tanto as aranhas comuns quanto as tarântulas e escorpiões são aracnídeos. Especificamente, os escorpiões preferem ambientes tropicais e ocupam habitats como florestas, savanas e desertos.
Escorpiões podem ser encontrados em quase todo o mundo. No entanto, eles são mais frequentes em ecossistemas áridos ou de selva do que em áreas próximas aos pólos. Esses animais vão caçar à noite e se alimentam de outros insetos, lagartos ou roedores. Seus principais inimigos naturais são as aves.
No mundo, quase 1.200.000 acidentes com picadas de escorpião são registrados anualmente, conforme indicado pela Mayo Clinic. De qualquer forma, apenas 30 das 1.500 espécies tóxicas desse grupo podem se tornar letais para os humanos.
O veneno injetado por esses aracnídeos pode conter alguns componentes neurotóxicos, permitindo que paralisem sua vítima.Além disso, muitas dessas toxinas são de importância médica, pois afetam os sistemas cardiovascular e pulmonar do corpo humano. Como você pode imaginar, isso pode levar a um desfecho fatal.
O Escorpião Palestino Amarelo
Este invertebrado vem do deserto do Saara, mas conseguiu se mudar para a região do Mediterrâneo. É um aracnídeo bastante comprido, pois pode atingir 110 milímetros de comprimento. Além disso, é adequado para viver sob rochas ou canais cavados por ela mesma em áreas desérticas.
No que diz respeito ao físico, este escorpião é de cor amarela, com listras cinzas horizontais em todo o corpo. Em sua cauda pode-se ver uma parte escura que contrasta com o resto do organismo. Esta característica pode ajudar na identificação, mas não é uma característica 100% confiável.
Distribuição Perigosa
Esta espécie é restrita ao Sudão e Egito.Mesmo assim, animais semelhantes foram encontrados em diferentes regiões do norte da África. Anteriormente, acreditava-se que esses avistamentos eram do escorpião palestino amarelo, no entanto, os cientistas classificaram esses avistamentos como 12 populações diferentes.
Ainda existem várias dúvidas sobre este escorpião, mas é verdade que continua a deslocar-se para outras áreas. Casos já foram relatados onde espécimes são encontrados vivendo dentro de casas, algo que antes era raro.
A dança do escorpião
Para sua reprodução, esses animais se comportam da maneira mais romântica possível. Eles pegam o parceiro pelas pinças e começam a dançar, como se fosse uma valsa. Se a fêmea aceitar o namoro, o macho coloca uma cápsula com seu esperma e leva sua parceira até ela.
Em média, a gestação dos filhotes dura 158 dias e a fêmea dá à luz 63 pequenos escorpiões. São muitos, mas a maioria morrerá nos primeiros dias de vida, devido ao canibalismo intraespecífico característico dos aracnídeos.
Um veneno rápido e fatal
Infelizmente, o perigo de um escorpião não pode ser medido por sua cor. Esse animal, além de possuir um dos venenos mais perigosos do mundo,também detém o recorde de ser um dos mais rápidos ao morder É capaz de se mover a quase 130 centímetros por segundo , bastante rápido em comparação com outros escorpiões.
O veneno dessa espécie é capaz de causar danos aos sistemas cardiovascular e respiratório, conforme aponta a revista profissional Toxicon. Por causa disso, esse escorpião é particularmente perigoso para crianças pequenas e bebês, pois as toxinas afetam mais as pessoas mais leves.
Embora possa ser perigoso, o veneno também abre a oportunidade de ser usado como remédio para outras doenças. As propriedades dessas toxinas ainda estão sendo estudadas, mas acredita-se que as de algumas espécies possam reduzir tumores em pacientes com câncer, segundo pesquisas recentes.
Nem tudo é ruim quando falamos de venenos.
O que parece perigoso nem sempre é ruim para a humanidade. Pelo contrário, os venenos dos seres vivos nos dão a oportunidade de ver novos usos que beneficiam nossa saúde. No final, temos que lembrar que convivemos com muitas espécies e precisamos aprender a conviver com elas, não para erradicá-las.