Fingir-se de animais é um problema tanto para os próprios não-humanos quanto para aqueles que cuidam deles. Embora no primeiro esteja claro o porquê, nos humanos também pode supor um condicionamento excessivo da própria vida. Em alguns círculos fala-se em petofilia, um "amor excessivo por animais de estimação" , embora este não seja um transtorno tipificado.
Nas próximas linhas iremos nos aprofundar neste termo e seu uso. Mesmo assim, a primeira coisa que você deve saber é que nunca é errado amar os animais que convivem com você, pois o amor só encontra barreiras quando é limitado pelo preconceito. Vamos lá.
O que é petofilia?
Petofilia é um termo usado na linguagem cotidiana para designar uma atenção exagerada para com animais considerados de estimação. Por exagerado entende-se que se dá atenção que não é necessária para o seu cuidado, como tratamentos de beleza semelhantes aos dos humanos. Também estão incluídos sentimentos que tendem à patologia, como ansiedade de separação quando longe do animal.
No entanto, esse "transtorno" não é tipificado nem consta nos manuais de psicopatologia, ou seja, por enquanto é apenas uma palavra que surgiu entre a população para indicar esse tipo de comportamento fora do o comum Portanto, a palavra "petofilia" pode ser vista designando uma ampla gama de comportamentos, alguns deles patológicos e outros nem tanto.
Como critério geral para se preocupar com a dedicação que uma pessoa tem com seu animal, você sempre pode usar o grau em que essa atitude afeta sua vida.Por exemplo, uma pessoa que está sempre atrasada para reuniões de amigos para brincar com seu cachorro. Ou aquela que liga para o veterinário toda semana, preocupada com aspectos da saúde de seu gato que estão bem.
Até que ponto os preconceitos influenciam nessa questão?
Na sociedade, infelizmente, o grau de dedicação aos animais varia enormemente de um grupo para outro. Algumas pessoas decidem fazer dos animais sua vida, enquanto outras os matam por prazer. No centro dessa dicotomia há um gradiente muito diversificado, já que a ideia de respeitar e tratar os não humanos como iguais é jovem e não se firmou plenamente como um valor universal dentro da cultura.
Por isso, é fácil encontrar a palavra “petofilia” na boca de quem não entende muito bem que alguém está profundamente envolvido com o bem-estar de seu animal. O amor é mais normalizado em cães e gatos, mas quem nunca ouviu falar que "para levar o peixinho ao veterinário, eu compro outro, que é mais barato" ?
Por isso é preciso ter cuidado com termos que patologizam o comportamento. Uma pessoa pode decidir dedicar sua vida aos seus animais e ser feliz com isso; portanto, não seria um distúrbio. No entanto, quando existe sofrimento e o indivíduo não é capaz de fazer mudanças em seu comportamento, pode ser necessária a intervenção de um profissional.
Transtornos Relacionados a Animais
O vínculo com os animais, assim como com os humanos, pode se tornar patológico. Este estudo detalha 4 tipos de transtornos relacionados ao relacionamento entre as pessoas e seus não-humanos:
- Transtorno de acumulação de animais ou síndrome de Noah: nesta patologia mental, a pessoa acumula animais em sua casa a tal ponto que não consegue dar-lhes os cuidados adequados, mas também não consegue deixar de os recolher.
- Transtorno do luto complexo persistente pela perda de um animal: é o luto patológico pela morte do animal, em que o ser humano não vê sua dor diminuída naturalmente com o tempo.
- Ansiedade de Separação dos Animais: Estar longe do não-humano envolve muito desconforto e angústia. Isso afeta o estilo de vida, trabalho, amizades, parceiro, etc.
- Transtornos devido à atração sexual por animais.
Como você pode ver, não existe excesso de afeto entre essas patologias. Ainda assim, se a petofilia é um distúrbio ou não, depende de uma investigação mais aprofundada.
Animais: petofilia ou não, são sempre as vítimas
Muitas vezes, o que se chama de petofilia são casos de exploração animal. Fantasias, redes sociais próprias, concursos, tudo isso tem um potencial nocivo que deve ser levado em consideração. Quando parece que uma pessoa gira sua vida em torno dela, mas os critérios são meramente superficiais, o mais provável é que o principal motivo da "obsessão" seja a monetização ou a pretensão de status.
É difícil discernir quando alguém pode estar condicionando sua vida a um animal de companhia. No entanto, nunca devemos perder de vista que somos nós que escolhemos assumir a responsabilidade por eles. Para cuidar deles, não basta apenas dar-lhes toda a atenção necessária, mas também estarmos saudáveis. Portanto, cuide-se, sua saúde emocional também é importante.
