A Saíra-do-paraíso (Tangara Chilensis) é uma ave passeriforme da família Thraupidae. Por suas cores marcantes e variadas, também é conhecida como Saíra de Sete Cores. Quatro subespécies são reconhecidas dentro desta família: T. c. chilensis, T. c. paraíso, T. c. caelicolor e T. c. chlorocorys.
É interessante saber que o nome do gênero Tangara significa dançarina na língua indígena Tupi. No início, o termo era usado para designar pássaros manaquins ou pípridos, mas depois foi usado para nomear outros pássaros brilhantes semelhantes a tentilhões como os que mostramos aqui.
Além disso, a família de aves Thraupidae está restrita ao Novo Mundo e principalmente aos trópicos. Muitas das espécies desta família habitam as mesmas áreas, mas possuem especializações em sua dieta que aliviam a competição por habitat.
Essas especializações tróficas evitam a sobreposição de nichos ecológicos. Dentro de suas limitações fisiológicas, as espécies se especializam em um recurso específico para não prejudicar sua própria existência e a de seus parceiros de habitat.

Como é a saíra do paraíso?
A espécie tem um padrão multicolorido distinto e não é sexualmente dimórfica e, portanto, não pode ser sexada visualmente. A ave ostenta uma cabeça verde-limão sobre um corpo preto, a garganta é azul-escura, desbotando para um azul celeste brilhante em direção ao peito.
Também apresenta um anel de olho preto. O centro da barriga é preto e a garupa é vermelha brilhante (em chilensis) ou vermelha e amarela (em chlorocorys). Os pássaros em seu primeiro ano costumam ser uma versão mais monótona dos adultos. Quanto ao tamanho, esta espécie tem cerca de 14 centímetros e um peso de 19 gramas.
Distribuição geográfica e habitat da saíra-do-paraíso
A ave habita selvas úmidas no continente e florestas de várzea. Geralmente é encontrado nas bordas das florestas tropicais. A espécie está distribuída desde as Guianas e sul da Venezuela até o norte da Bolívia e a Amazônia brasileira.
Por isso, a ave é bastante comum na floresta amazônica abaixo de 500 metros acima do nível do mar. Ocasionalmente a espécie também foi registrada acima de 1.000 a 1.600 metros de altitude, ao longo das encostas dos Andes.
Hábitos alimentares
Como muitos sanhaços e passeriformes em geral, alimenta-se de frutas e insetos. Já foi observado visitando árvores frutíferas e arbustos, principalmente algumas espécies da família Melastomataceae.
Um estudo recente determinou a predileção da saíra-do-paraíso pelo fruto da pupunheira tropical (Bactris gasipaes).
Devido à sua dieta frugívora, essas aves e muitas outras são consideradas excelentes dispersoras de sementes: as sementes não são digeridas no trato digestivo do animal e são expelidas com os talos, permitindo que as plantas ampliem sua área de colonização.

Paradise Tanager Behavior
Em geral, esta espécie forma grupos ruidosos de quatro a 10 indivíduos. Além disso, constrói seu ninho em forma de taça usando musgo, teias de aranha e partes de fungos. A construção do ninho é feita principalmente pela fêmea, e ela põe entre dois e quatro ovos branco-esverdeados fortemente manchados de marrom e preto.
Além disso, a maioria dos membros da família vive em pares. Os bandos podem ser mistos, principalmente de diferentes espécies de sanhaços. Em geral, esses grupos são ativos, barulhentos e conspícuos.
O estado de conservação da saíra-do-paraíso
Embora a população desta espécie pareça estar diminuindo, o declínio não foi rápido o suficiente para declarar a espécie vulnerável. Vale ress altar que, como a distribuição geográfica da ave é tão ampla, estabelecer o declínio populacional é complexo.
Mesmo assim, outros fatores, como declínio da extensão e qualidade do habitat, fazem com que a espécie seja avaliada como Pouco Preocupante. Atualmente, estima-se que a espécie perca 12,5-14,2% do habitat a cada três gerações (15 anos).