Há um problema sério e pouco visível a nível social: a posse irresponsável de animais de estimação exóticos. A falta de legislação concisa e regulamentação insuficiente têm levado a situações ambientais e de saúde perigosas. A preparação de uma lista positiva é uma necessidade prioritária.
O Parlamento Europeu insiste que nem todos os animais são adequados para viver em casas como animais de estimação. A fim de evitar os danos físicos e psicológicos sofridos por muitas espécies exóticas, está sendo feito um trabalho para elaborar uma lista de espécies adequadas para posse doméstica.
O problema do animal de estimação exótico
Nos últimos anos, tem havido um grande aumento na tendência de aquisição de animais exóticos não domesticados como animais de estimação. Passou de animais domésticos, como cães ou gatos, para seres vivos totalmente selvagens em ambientes domésticos.
Embora muitos desses animais sejam muito fofos em tenra idade, quando chegam à idade adulta e exibem todos os seus comportamentos naturais, a maioria deles se torna indesejável para as pessoas.
Este animal de estimação exótico traz consequências quase incontáveis, Afeta quase todos os setores de qualquer sociedade humana. Tudo começa com a captura dos animais.

Tráfico de animais exóticos
Muitos animais de estimação exóticos são ilegalmente retirados da natureza em países distantes. O normal é que sejam os próprios camponeses que saqueiam os habitats em busca desses animais, o que lhes traz benefícios econômicos, mas também perda de vidas humanas.
Depois disso, os animais são vendidos a turistas ou enviados para outros países de forma ilegal ou legal. Os poucos que sobreviverem chegarão a lares onde, se tiverem sorte, viverão por algum tempo. A maioria dos animais exóticos que são privados de sua liberdade morre em poucos dias ou meses.
Por outro lado, outras espécies se adaptam bem ao cativeiro, mas se tornam grandes, destrutivas e problemáticas. Ao final, suas famílias os abandonam na selva ou em centros de resgate,no melhor dos casos.
Algumas das espécies liberadas em ambientes naturais conseguem sobreviver e se tornar espécies invasoras. Exemplos bem conhecidos na Espanha são o guaxinim, o kramer e os papagaios argentinos e o vison americano. Apesar de listar apenas esses 3 casos, existem centenas de espécies exóticas invasoras.
Quando na Espanha uma espécie obtém a categoria de invasora, se for capturada será sistematicamente sacrificada. Na verdade, se você tem um animal de estimação em casa classificado como tal, Você deve ir a um centro veterinário para proceder ao abate.
Este é o fim de certas espécies exóticas mantidas como animais de estimação, mas há pouca visibilidade do problema e consciência pública. Para tentar resolver esta encruzilhada, muitas associações apoiadas pelo Parlamento Europeu estão a elaborar uma lista positiva contendo as espécies aptas para serem mantidas como animais de estimação.
Por que uma lista positiva?
Todos os países da União Europeia têm uma legislação mais ou menos extensa e detalhada sobre os diferentes animais permitidos. Na Espanha, espécies proibidas não são especificadas, há simplesmente um conjunto de características definidas que tornam uma espécie potencialmente perigosa e, portanto, ilegal.
Nesse sentido, esta legislação não proíbe as aves em nenhum momento. Por outro lado, classifica uma cobra-rei como igualmente perigosa (Ophiophagus hannah) e uma tartaruga sulcata (Centrochelys sulcata). O primeiro por ter um veneno mortal, o segundo por pesar mais de 2 quilos em seu estado adulto.
Esse tipo de legislação carece de sentido biológico e não dá atenção ao bem-estar animal, coisa que a lista positiva faz.
Características da lista positiva
A lista positiva que está a ser desenvolvida em Espanha tem como referência a que está em prática na Bélgica, que tem tido bons resultados. Quando se trata de incluir ou não espécies nesta lista para que possam ser mantidas como animais de estimação, 5 fatores são levados em consideração:
- Bem estar animal: Para que uma espécie seja incluída na lista, ela deve ser de fácil manutenção e atender às suas necessidades fisiológicas, etológicas e ecológicas. Por exemplo, se o animal precisa se deslocar diariamente em um rio, não poderá entrar nessa lista, como é o caso da lontra europeia.
- Possivelmente compromete o meio ambiente: se houver qualquer indicação de que a espécie pode colonizar diferentes habitats caso ocorra uma fuga, ela não será listada. Por exemplo, o caracol gigante africano.
- Prêmio de saúde humana: Se o animal for potencialmente agressivo ou perigoso, seja devido ao tamanho, veneno ou comportamento, não pode ser um animal de estimação. Todos os animais peçonhentos entrariam aqui, mas também os carnívoros grandes e médios.
- Manejo e criação: Deve haver informações científicas disponíveis sobre o manejo e a reprodução em cativeiro da espécie. Do contrário, não poderia ser um animal de estimação.
- Princípio da precaução: Se houver desinformação sobre uma espécie ou se sua manutenção em cativeiro não for clara, ela não entraria na lista.
Finalmente, mesmo que não seja incluído como um fator na lista, todas as espécies que estão comprometidas em seu habitat natural e também estão listados na CITES ou na IUCN, também não entrarão na lista. Assim, o comércio com espécimes de populações vulneráveis é evitado de uma vez por todas.

Hora de agir
A posse ilegal de animais de estimação exóticos é um problema muito sério e pouco visível. Alguns animais sofrem terrivelmente no ambiente doméstico, o meio ambiente fica comprometido e há perdas econômicas em muitos setores da sociedade.
Antes de ter um animal de estimação exótico, você deve se perguntar muitas perguntas, como longevidade, tamanho, caráter, etologia, necessidades, problemas de comportamento, perigo potencial, etc. Se você decidir adquirir um animal deste tipo, certifique-se de ter todas as informações em mãos sobre o assunto.