Qual o castigo mais adequado para o cão

Quando ouvimos a palavra “castigo”, associamos a algo negativo, mas nem sempre precisa ser assim. Foi demonstrado que o reforço positivo funciona tanto em humanos quanto em pessoas: motivando e incentivando os comportamentos corretos, mas não ignorando os erros. Ou seja, procura sobretudo premiar os bons e a ausência de maus comportamentos.

Pode-se dizer que esse tipo de disciplina é um "castigo disfarçado" , pois no final o objetivo é o mesmo: melhorar constantemente o comportamento de um ser vivo. Agora, dado o mau comportamento do nosso cão, qual é o melhor castigo? Aqui contamos tudo sobre o assunto, mas antecipamos que golpes e violência nunca são a resposta.

Como os cachorros aprendem?

Os cães têm memórias de curto prazo muito voláteis, pois não retêm informações superficiais por mais de 2 minutos. Isso torna um pouco difícil puni-los ou ensinar-lhes certas coisas. Se você repreender seu cachorro por algo que ele fez meia hora atrás, será impossível para ele associar seu mau humor ao ato que praticou e ele só se sentirá atacado sem fundamento.

Conforme indicado por fontes etológicas profissionais, os cães aprendem por meio de 2 variantes:

  1. Condicionamento clássico: ocorre quando o cão associa involuntariamente 2 estímulos. O aprendizado não é racional e obedece a parte mais instintiva do cachorro. Por exemplo, se ele sentir o cheiro de comida enquanto um sino toca várias vezes, ele começará a salivar involuntariamente assim que ouvir o som do sino (associando-o à comida).
  2. Condicionamento operante: neste caso, o cão associa voluntariamente um ato a uma consequência.Por exemplo, ele entenderá que a palavra "sentar" , seguida do ato de apoiar o traseiro, é acompanhada de uma guloseima se isso ocorrer várias vezes. Existe um antecedente (o comando), um comportamento (sentar) e uma consequência (a guloseima).

O condicionamento operante pode ter 2 resultados específicos: um positivo e outro negativo. Como veremos a seguir, reforçar os comportamentos do cão através do primeiro é sempre uma opção melhor.

Tipos de punição a evitar

Existem punições negativas (vamos chamá-las assim) que devem ser evitadas a todo custo, pois não só não conseguirão melhorar os comportamentos que queremos, como também podem prejudicar seu cão física e mentalmente. Os mais comuns são os seguintes:

  • Punição Física: Não custa repetir que punir fisicamente um cachorro é uma forma de abuso e não fará nada além de machucar o animal e deixá-lo com medo de você.Por outro lado, o cachorro pode se acostumar com esse tipo de punição e entender cada vez menos por que você o faz. Outra opção é ele responder com violência e acabar prejudicando gravemente o guardião.
  • Punição verbal: gritar ou insultar seu cão não fará com que ele obedeça. Lembre-se de que ele não fala a sua língua e que não vai atendê-lo melhor porque você grita mais alto com ele. Claro, ele ficará assustado com o tom de sua voz e você perderá a confiança que ele depositou em você.
  • Centro: Trancar um cachorro sozinho em um quarto quando ele faz algo errado não vai melhorar muito a situação. O animalzinho não vai entender porque você está fazendo isso e só vai chorar, aumentando sua ansiedade e preocupação. O efeito é o mesmo se você tirar no terraço e não deixar passar, vai se sentir confinado.
  • Punição retardada: qualquer uma dessas reprimendas não tem sentido, mas ainda mais se você aplicá-las um pouco depois de o cachorro ter cometido sua má ação. Ele não vai se lembrar do ato ruim ou associá-lo à sua repreensão, então ele vai se sentir ameaçado e confuso.

Punição negativa não traz nada de positivo, e mais, o cachorro pode se acostumar acreditando que seu modo de vida é normal e nunca aprender nenhuma lição. Além disso, o vínculo que você estabeleceu com ele será rompido, pois ele sempre associará sua presença a algo negativo. Agora, existe outro tipo de "punição" que vai ensinar ao seu cachorro lições que ele jamais esquecerá.

Reforço positivo, a punição perfeita

Uma mãe inventou um método chamado caneta verde. Cansada de ver que por mais que apontasse com caneta vermelha os erros que a filha cometia nas tarefas sem obter resultados, resolveu usar a caneta verde para marcar o que fazia bem. Quanto mais carrapatos verdes tivesse, melhor seria, e funcionou!

Embora a metáfora seja bastante básica, ela nos ajuda a introduzir o chamado reforço positivo: recompensar o que se faz bem em vez de punir o que se faz mal. Vamos colocar um exemplo nas linhas a seguir.

Se você quer que seu cão aprenda um comando de voz como o comando “venha”, o mais lógico será que no início das 10 vezes que você chamar ele virá. Se você se irritar nas outras nove vezes e diminuir o valor na única vez que ele fez isso, o cachorro não verá por que obedecer. Porém, ao recompensar boas ações, por poucas que sejam, você estimulará seu animal a ser obediente e tudo ficará mais fácil.

Chaves para realizar reforço positivo

Embora a premissa dessa metodologia pareça simples, você deve manter certos pontos-chave em mente o tempo todo. Destacamos os seguintes, mas há muitos mais agradecimentos:

  • O momento é tudo: a recompensa deve chegar segundos após a ação positiva realizada pelo cão, seja defecar no lugar certo, seguir um comando ou seguir o tutor em qualquer uma de suas formas. Devido à sua memória curta, é necessário não deixar o tempo passar para que a associação ocorra.
  • Mantenha as orientações curtas: um cachorro nunca entenderá uma frase inteira como “Tobby, quero que você se sente e vou lhe dar uma guloseima”. Reduza a vocalização para “sentar” e dê a guloseima quando ele o fizer. Quanto mais simples, melhor.
  • Seja coerente consigo mesmo e com sua família: é preciso pactuar ordens e reforços dentro do núcleo familiar humano. Se a metodologia variar entre os membros, o cachorro ficará confuso.
  • Não se desespere: se você ficar bravo com o cachorro quando ele não fizer a associação positiva uma em cada 10 vezes, ele vai lembrar da lição e você perderá o caminho que já percorreu.

Por outro lado, tente não usar o reforço positivo sem querer. Se, por exemplo, você deixar seu cachorro sair para o quintal toda vez que ele começar a latir, você o estará recompensando (sair de casa) por um ato negativo (fazer barulho). Tenha muito cuidado, pois às vezes são os próprios tutores que geram comportamentos tóxicos em seus cães.

Como definir uma reprimenda?

Agora, há momentos em que devemos repreender nosso cachorro, como fazer? A resposta é simples: verbalmente e com um tom de voz firme, mas não rude. Olhando em seus olhos e segurando-o gentilmente pelo pescoço para que ele não saia enquanto conversamos com ele. Não deixe muito longo, deve ser um pouco curto.

No entanto, é melhor aplicar uma repreensão leve (gritar “não”, dar um tapa no ar ou executar um comando) antes que o comportamento ocorra ou assim que ele começar, mas nunca depois. Conforme indicam os portais veterinários, interromper o ato negativo sempre será muito melhor do que puni-lo uma vez que já aconteceu.

Se você não pode punir seu cão por algum tempo após o ato ruim, a única opção é supervisioná-lo e tentar fazer a associação acontecer quando você estiver presente. Caso nenhuma das opções acima funcione, não tenha medo de procurar ajuda profissional de um etólogo canino.

A única punição possível tem que ser próxima no tempo do ato indesejado. Caso contrário, não haverá associação por parte do animal.

Educar um cachorro desde os primeiros meses de vida é fundamental para que ele tenha um excelente comportamento ao longo dos anos ao seu lado. Ensiná-lo com amor através do reforço positivo baseado na perseverança, perseverança e paciência é sem dúvida a melhor forma de educar um cão e evitar puni-lo no futuro.

Existem muitos mitos sobre como ensinar um cachorro a não quebrar coisas, não urinar em casa ou qualquer outro assunto, mas lembre-se de uma coisa: qualquer comportamento que cause medo em seu animal não vai ajudá-lo a melhorar nem a te amo mais, mas muito pelo contrário.

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