Os pinguins Fiordland ou tawaki são uma das espécies mais raras do mundo. Essas aves com crista vivem na Nova Zelândia e foram pouco estudadas pela ciência, então as últimas descobertas são incríveis.
Os pinguins tawaki migram em um momento estranho, quando há bastante comida na região onde moram, na Ilha do Sul da Nova Zelândia. Os pesquisadores suspeitam que isso pode ser devido ao relacionamento com pinguins perto do Ártico, onde essas migrações são mais normais.
Na verdade, se esses animais se reproduzissem mais ao norte, não seria possível para eles realizar essa migração espetacular, que a Universidade de Otago se propôs a analisar por meio de transmissores. A colocação de 10 desses dispositivos em machos e fêmeas adultos permitiu conhecer a rota desses animais.
Pinguins fazendo uma maratona
Os dados que o grupo de pesquisadores descobriu foram incríveis: os pinguins dessa espécie fizeram uma viagem de 3.500 a 6.800 quilômetros de distância. A migração de 69 dias é uma das mais longas já vista em pinguins, forçando-os a viajar até 80 quilômetros por dia.
Os pinguins viajaram para o sul da Tasmânia para esta incrível jornada, que colocaria a capacidade de natação dessas aves migratórias ao limite.Alguns machos demoraram mais para fazer a viagem de volta, provavelmente devido à criação de seus filhotes.
Conheça os pinguins Fiordland
Esta espécie de pinguins de crista é sem dúvida incrível, já que se trata de animais de médio porte com crista amarela, embora o corpo seja semelhante ao de qualquer outro pinguim. Esses animais normalmente não ultrapassam seis quilos.
A dieta desses espécimes é baseada principalmente em cefalópodes, portanto o consumo de lulas é o mais comum entre os pinguins desta espécie. Porém, O pinguim de Fiordland também se alimenta de crustáceos como o krill, e ele raramente consome peixe, por incrível que pareça: apenas 2% de sua dieta é baseada em peixe.
Uma espécie ameaçada
Esses animais não são considerados em perigo de extinção, embora sejam considerados uma espécie vulnerável, uma categoria próxima às espécies ameaçadas de extinção e que requer a proteção desses animais. Na década de 1990 eram 2.500 pares e, embora não tenhamos um censo atualizado, suspeita-se que a população continue diminuindo.
Acredita-se que antes havia colônias nas ilhas mais próximas de milhares de exemplares reprodutivos, mas é possível que a caça na época da Polinésia tenha feito desaparecer grandes populações dessa espécie, já que a caça ao pinguim era algo importante para as culturas da zona.
Tal como acontece com outras espécies de pinguins, a pesca, as alterações climáticas e a poluição são algumas das maiores ameaças a esta espécie rara. Os pesquisadores alertam para proteger esta espécie antes que suas viagens incríveis se tornem as últimas feitas por esses golfinhos-de-crista.