Pinguim Adelie: a vida difícil na colônia

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Anonim

O pinguim de Adelie ou o pinguim de olhos brancos (Pygoscelis de Adeliae) é, além do pinguim-imperador, a única espécie de pinguim que habita toda a extensão do continente Antártico. Pode até ser instalado em locais distantes da costa. Assim, uma colônia dessas aves localizada no Mar de Ross é reconhecida como a colônia de pinguins mais meridional do mundo.

O genero Pygoscelis pertence à família das aves marinhas que não voam Spheniscidae, o único da ordem dos Sphenisciformes. É interessante saber que o nome comum desta espécie deriva da "Terra de Adelia", um estreito setor da Antártica Oriental. A Terra de Adelie foi nomeada em homenagem à esposa do explorador polar francês Jules Dumont d'Urville.

A aparência do pinguim Adelie

Uma das características distintivas da espécie é uma notável anel de plumagem branca correndo ao redor do olho. Além disso, o bico é predominantemente preto, pois apenas na base torna-se laranja-avermelhado. Outro aspecto importante é que esta ave não apresenta um dimorfismo sexual acentuado.

A espécie é de tamanho médio, os adultos pesam cerca de 5 quilos e atingem cerca de 70 centímetros. Em termos de plumagem, os adultos têm cabeça, queixo, garganta e torso preto-azulados. Como é característico de várias espécies de pingüins, a parte ventral do corpo é branca. As pernas e os pés são branco fosco a rosa e as solas são pretas.

Quanto se estende a área geográfica de distribuição?

O pinguim Adelie é uma espécie circumpolar. Isso significa que seu alcance é limitado pela borda da plataforma de gelo da Península Antártica. Raramente é encontrado em águas abertas e prefere regiões com gelo denso.

Sua gama de reprodução se estende de Cabo Royds, no sopé oeste da Ilha de Ross, ao longo da costa da Antártica. A área se estende pela costa oeste da Península Antártica, ao longo das ilhas do Mar da Escócia, até as Ilhas Sandwich do Sul.

Ocasionalmente, os pinguins-de-Adélia podem visitar as costas da América do Sul, Austrália e Nova Zelândia. Eles também podem aparecer em ilhas subárticas nos oceanos Índico e Pacífico.

Vocalização é muito importante

Deve-se notar que Reconhecer o par nas populosas colônias de reprodução desta espécie pode ser um desafio. Fazer da maneira certa garante que o suprimento de comida chegue ao ninho correto. Assim, o reconhecimento dos chamados evita o investimento de energia reprodutiva em filhos que não os seus.

É interessante saber que é comum que os pares que se reproduzem com sucesso repetam os pares nas estações reprodutivas subsequentes. De acordo com os especialistas, o reencontro do casal melhora com o reconhecimento auditivo individual, porque a memória persiste entre as estações.

A tarefa formidável do pinguim Adelie quando forrageando no mar

O pinguim Adelie se alimenta principalmente de krill, outros pequenos crustáceos e pequenos peixes. Eles geralmente encontram suas presas em profundidades de água entre dez a quarenta metros. Embora haja registros de que podem mergulhar até 170 metros de profundidade, quase metade das vezes se alimentam abaixo dos 12,5 metros.

É uma tarefa exaustiva. Em geral, Os pinguins-de-Adélia passam muito tempo forrageando. A quantidade varia de acordo com a localização da colônia, a abundância de presas e a idade dos jovens. A ave pode faltar de nove a 25 dias e, durante esse tempo, percorre distâncias de até 100 quilômetros da colônia de reprodução. No entanto, se o filhote for um pássaro jovem, os pais ficam mais próximos da colônia de reprodução.

A seleção do casal

O pinguim Adelie vive e procria em colônias, que geralmente pode ser bem grande, com milhares de membros. Em 2014, uma “supercolônia” de pinguins foi relatada nas Ilhotas de Perigo, no extremo norte da Península Antártica. O relatório estima que esta supercolônia pode ter mais de 1,5 milhão de pássaros.

Deve-se notar que a temporada de reprodução dos pinguins de Adelie é muito curta. Começa em outubro, assim que a temperatura das águas costeiras sobe acima de zero. As águas geralmente ainda estão cobertas de gelo.

Os machos vão primeiro para a área de reprodução e constroem seus ninhos, feito de pedras empilhadas em círculos. No ninho, o macho usa de oito a dez pedras dispostas de forma a evitar que os ovos escorreguem.

É interessante saber que mulheres escolhem seu parceiro reprodutivo, enquanto os machos tentam chamar sua atenção grasnando, alisando e mostrando seu ninho. Após a seleção, o casal faz uma exposição mútua para fortalecer o vínculo.

Na opinião de especialistas, o ritual do casal pode servir para anunciar o território de nidificação ou coordenar os movimentos entre eles.

A cópula, incubação e cuidado da ninhada

Ano após ano, Os pinguins-de-Adélia voltam ao mesmo território de suas colônias de reprodução. Lá, os machos localizam sua área de nidificação e esperam ser encontrados por suas parceiras. Em seguida, o casal faz várias cópulas. A fecundação do ovo ocorre em torno de 24 horas.

Por trás disso, a fêmea põe no máximo dois ovos. Além disso, o macho é responsável pela incubação, que dura de 33 a 35 dias. Durante esse tempo, ele não come nada. Após a eclosão, os pintinhos são criados e protegidos por ambos os pais por 18 a 27 dias.

Após este tempo, filhote entra em fase de crescimento rápido. A demanda de comida do filhote é tão grande que os pais precisam forragear ao mesmo tempo. Quando desprotegidos, os pintinhos se reúnem em grupos chamados creches. A taxa de mortalidade entre as aves jovens é grande.

Durante a fase de creche, que dura até a soltura, os filhotes passam de uma alimentação diária para uma ou duas vezes na última semana de cuidado.

A curiosa descoberta da defecação em ninhos

Estudiosos desta espécie há muito tempo relatam que o pinguim pai reluta em deixar seus ovos abandonados no ninho, mesmo para alívio. Desta forma, o pássaro também não está disposto a manchar o ninho com suas fezes. Num aperto, o pinguim mira o traseiro, levanta a cauda e solta um projétil de excremento.

Os excrementos deixam faixas de material esbranquiçado que irradiam do ninho, com 30 a 40 centímetros de comprimento. Em 2003, um grupo de cientistas calculou a pressão retal necessária para empurrar essas fezes, que acabou sendo várias vezes maior do que a exercida pelo corpo humano.

De acordo com as observações relatadas, a distância máxima de voo dos excrementos de pinguins é de notáveis 1,34 metros.

Estado de conservação

Em 2014, um relatório científico estimou que a população mundial de pinguins-de-Adélia é de aproximadamente 3,79 milhões de pares. Isso equivale a 7,58 milhões de indivíduos maduros, segundo imagens de satélite obtidas entre 2006 e 2011. A espécie é considerada de menor preocupação pela IUCN.

De acordo com estudos de modelagem de computador, espera-se que a tendência atual de crescimento da população seja revertida no futuro. Isso acontecerá se a mudança climática continuar em seu caminho atual.

É importante saber que devido à ausência de voo, a espécie é suscetível à poluição marinha. Já havia sofrido mortalidade por lubrificação antes, com o derramamento de óleo da Bahia Paraíso em 1989. Além disso, a colheita do krill pode ser uma ameaça para a espécie.