Como nascem as cobras?

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Anonim

As cobras são bem conhecidas por seus corpos alongados, presas venenosas e maneira única de se mover. Além disso, sua forma de reprodução não é tão evidente como em outros animais, tornando difícil definir se são ovíparos ou vivíparos a olho nu. Por isso, para saber como nascem as cobras, é preciso mergulhar um pouco na biologia desses répteis.

Embora seu corpo seja desprovido de membros, esses animais são capazes de nadar, mergulhar, escalar, cavar e até pular. Os segredos de todas as suas habilidades estão em seu corpo, cuja complexidade permite que apresentem inclusive diferentes mecanismos de reprodução.Se você quer saber como as cobras conseguem trazer vida ao mundo, continue lendo.

Reprodução de cobras

Como a maioria dos répteis, as cobras também usam órgãos reprodutivos para copular umas com as outras. Para fazer isso, os machos costumam ter dois hemipênis localizados na barriga logo na base da cauda. Isso provavelmente é estranho para você, pois eles não são óbvios a olho nu: enquanto não são usados, eles são mantidos escondidos em um saco.

Esses órgãos se comportam quase como um pênis humano, pois também são corpos cavernosos que se tornam firmes quando o sangue os preenche. Dessa forma, eles saem de suas bolsas para entrar na cloaca da fêmea. Por sua vez, a fêmea utiliza a cloaca como porta de entrada para os ovários, por isso a fertilização ocorre neste local.

As cobras machos usam apenas um de seus hemipênis durante a cópula, mas ambos os servem bem, pois facilita o acasalamento de ambos os lados da fêmea.Além disso, no caso de espécies que realizam grupos de acasalamento, essa característica permite que tenham maior vantagem durante o processo.

Como nascem as cobras?

As cobras são animais adaptados para ocupar numerososhabitats, pois graças ao fato de sua pele impedir que percam umidade, conseguem viver em ambientes áridos. Esta independência permitiu-lhes explorar vários locais de nidificação e estabelecer-se em novas áreas. Por esse motivo, também foi provocada uma diversificação nas estratégias de sobrevivência, que modificaram inclusive seus tipos de reprodução.

Nesse sentido, esses répteis costumam dar à luz após a cópula, embora às vezes as fêmeas retenham o esperma por um tempo. Isso lhes permite garantir que seus filhotes tenham o local certo para incubar ou que a fêmea não tenha problemas durante o parto. Porém, dependendo da espécie, as cobras são capazes de apresentar um dos 3 tipos típicos de reprodução.

Cobras ovíparas

Os espécimes que apresentam esse tipo de reprodução depositam seus ovos no meio, onde terminarão seu desenvolvimento graças à proteção da casca. Esses ovos são geralmente duros, de cor branca e macios ao toque. Além disso, armazenam em seu interior todos os nutrientes que o embrião necessitará para seu desenvolvimento (na gema).

Quantos ovos uma cobra põe?

O número de ovos varia consoante a espécie, com um mínimo de 1 e um máximo de 100, mas com médias entre 2 e 16 por desova. Os tempos de incubação variam de dias a alguns meses e a temperatura é um fator importante, pois favorece seu desenvolvimento. Para a eclosão, os pequenos filhotes produzem um dente cefálico temporário que serve apenas para quebrar a casca.

Cobras vivíparas

Embora esse mecanismo de reprodução seja muito comum em mamíferos, poucas cobras o apresentam. Isso porque nos habitats em que vivem esses répteis, não costuma ser vantajoso para um espécime "carregar" seus filhos em seu ventre, pois isso acarreta riscos.

Os organismos vivíparos são caracterizados pela retenção do filhote dentro do útero da mãe, onde se alimenta diretamente através de uma placenta. Essa troca de nutrientes é realizada graças à circulação sanguínea entre a mãe e o filho. Por outro lado, os nascimentos costumam durar entre 1 e 5 horas, com um número diferente de filhotes em cada espécie.

Cobras ovovivíparas

As espécies ovovivíparas possuem um mecanismo intermediário entre a viviparidade e a oviparidade. Devido a esta situação, embora a fêmea produza um ovo fertilizado, ela o retém dentro de si até que esteja totalmente desenvolvido. De fato, durante esse processo não há contato direto entre mãe e filho, pois os nutrientes necessários estão dentro do ovo.

Esta condição parece ser uma adaptação às condições climáticas e à hostilidade do ambiente, pois permite aumentar o sucesso de sobrevivência dos filhotes.Graças a isso, as crianças estão seguras até o momento do parto, embora nasçam menos do que se desenvolvessem como ovos fora.

Tipos de cobras e como nascem

A grande diversidade de formas reprodutivas que esses répteis possuem dificulta a explicação completa de cada adaptação. Por isso, são listados alguns tipos de cobras e as particularidades de cada uma quanto à sua gestação.

Mambas (Dendroaspis)

São espécimes ovíparos com capacidade de produzir entre 9 e 14 ovos por ninhada. Essas cobras têm tempo de incubação de 85 dias com filhotes medindo entre 40 e 50 centímetros de comprimento. De fato, com 5 dias de vida os filhotes já podem se alimentar de pequenos roedores, por isso crescem muito rápido graças a sua dieta.

Cobras (Naja)

Cobras são organismos ovíparos que põem entre 9 e 32 ovos por estação.Os tempos de incubação variam entre 38 e 103 dias, dependendo da temperatura em que se encontram. Além disso, a fêmea costuma fazer uma segunda ninhada mesmo que a primeira ainda não tenha eclodido. Após a eclosão, as pequenas cobras consumirão seu primeiro pedaço de comida nos primeiros 27 dias de vida.

Genus Vipera

Este grupo inclui a víbora-de-focinho da Península Ibérica (Vipera aspis) e a víbora-de-chifres do Oriente Médio (Vipera latastei). Estas cobras são organismos vivíparos que dão à luz até 20 filhotes por vez, embora geralmente nasçam apenas 5 a 9. Os períodos de incubação são geralmente longos e variam de 80 a 113 dias, podendo ser mais longos ou mais curtos dependendo da estação. condição do ambiente.

Anacondas (Eunectes)

Essas grandes cobras são organismos ovovivíparos capazes de produzir entre 20 e 50 filhotes por nascimento.Para o acasalamento, fazem grupos reprodutores (bolas de acasalamento) nos quais um grande número de machos cercam a fêmea para fertilizá-la. A gestação desses répteis dura aproximadamente 6 meses, dando à luz filhotes de 1 metro de comprimento.

Embora a reprodução sexuada seja o mecanismo preferido, a sucuri verde (Eunectes murinus) é capaz de se reproduzir por partenogênese. Em outras palavras, a fêmea não precisa de um macho para engravidar.

Sea Serpents (Laticauda)

Esses organismos são seres semiaquáticos que não fogem das características anteriores, pois embora vivam grande parte de suas vidas no mar, retornam a terra para acasalar. Os espécimes desse gênero são ovíparos e se reproduzem por meio de agrupamentos ou bolas de acasalamento. Em cada ninhada, as fêmeas conseguem colocar entre 1 e 10 ovos e usam solo, cavernas ou fendas como ninho para protegê-los.

As cobras são um dos organismos que mais tem conquistado habitats, o que levou à sua grande diversidade e mecanismos de adaptação. É verdade que vários deles são perigosos para o homem, mas sua má reputação não se justifica. Esses animais são fascinantes muito além de sua letalidade e veneno.