Riscos e benefícios dos mosquitos geneticamente modificados

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Anonim

As doenças transmitidas por vetores representam uma grande dor de cabeça em todo o mundo. Principalmente nas regiões tropicais e subtropicais, onde se encontram as maiores incidências. A busca por alternativas que permitam um melhor controle e erradicação de todas essas condições é uma necessidade urgente. Assim, surgem novas ferramentas como o uso de mosquitos geneticamente modificados.

No entanto, como acontece com qualquer coisa nova, há algum medo e ceticismo sobre seu uso. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) se prontificou a esclarecer aspectos relacionados ao uso desses mosquitos transgênicos ou modificados.Esse é o assunto que detalhamos aqui, por isso convidamos você a ler até o final para saber tudo.

O que são mosquitos geneticamente modificados?

Como o próprio nome indica, são mosquitos que sofreram alterações em sua genética, ou seja, em seu DNA (molécula que contém todas as informações de um ser vivo). Para isso, utiliza-se uma tecnologia chamada DNA recombinante, na qual se utiliza um segmento ou gene que possui uma característica que deve ser transmitida ao organismo receptor, neste caso os mosquitos. Eles também são chamados de transgênicos.

Esta técnica inovadora tem sido utilizada em diversos organismos, inclusive espécimes destinados ao consumo humano.

Por que os mosquitos transgênicos são usados?

Talvez o uso de mosquitos modificados pareça absurdo para você.No entanto, a ideia surge de uma grande necessidade na saúde pública. Por muito tempo, a população humana foi vítima de inúmeros patógenos, que podem ser encontrados em todos os lugares e são mobilizados de um lugar para outro por organismos que funcionam como vetores ou veículos de transmissão.

Os vetores são muito variados e incluem mosquitos, moscas, ácaros, carrapatos, piolhos, caramujos, entre outros. No caso particular dos mosquitos, eles podem transmitir doenças relevantes. Entre eles, dengue, febre amarela, malária ou paludismo, filariose, chikungunya, febre do Nilo Ocidental. Todos eles têm um grande impacto na população.

Para exemplificar o problema, em 2018, foram registrados cerca de 228 milhões de casos de malária no mundo, com a trágica cifra de 405 mil mortes. Dados que demonstram a f alta de controle com o uso das técnicas atuais, e demonstram a necessidade de buscar alternativas para erradicar esses vetores.Insetos que ampliaram sua distribuição nos últimos anos, o que agrava a situação.

Assim, surgiu a iniciativa de utilizar mosquitos geneticamente modificados para combater a malária e as diversas doenças que eles podem transmitir.

Que qualidades têm os mosquitos produzidos pela biotecnologia?

A ideia de gerar mosquitos modificados é para combater doenças. Assim, devem possuir algumas características que contribuam para esta finalidade prática. No caso da espécie Aedes aegypti (transmissora de dengue, zika e chikungunya), tem sido utilizado um gene autolimitante que causa a morte antes da idade adulta. Dessa forma, as populações desses insetos são reduzidas.

Outros genes marcadores também são usados para permitir a identificação de mosquitos transgênicos. Em particular, com capacidades fluorescentes, para que sejam detectados sob a luz especial.Assim, eles podem ser diferenciados de indivíduos selvagens e rastrear organismos modificados.

Quais são os riscos e vantagens dos mosquitos geneticamente modificados?

A ideia dos mosquitos transgênicos é polêmica entre os pesquisadores. Alguns apóiam sua implementação, mas outros se opõem, argumentando que os riscos são maiores que os benefícios a serem obtidos. Além disso, fomenta choques culturais entre a população que desconhece o assunto.

Se esta ferramenta for bem-sucedida, sem dúvida trará enormes vantagens sobre a prevalência de doenças associadas a vetores. Condições que diminuem quando a cadeia de contágio é quebrada, quando os mosquitos transmissores na natureza são reduzidos. Os riscos a serem avaliados com esse tipo de ferramenta estão relacionados à segurança ambiental, à biodiversidade e à saúde humana e animal.

Uma das principais empresas dedicadas à produção desses transgênicos é a Oxitec.Alguns estudos realizados em lugares como Panamá, Brasil e Ilhas Cayman determinaram que os transgênicos não têm um impacto significativo nos seres humanos, no meio ambiente, em outras espécies de mosquitos ou mesmo em animais predadores. Além disso, reduzem as populações silvestres desses insetos.

No entanto, as investigações ainda estão em andamento. A OMS confirma a necessidade de avaliação por meio de uma abordagem gradual e com a participação das comunidades para garantir segurança, qualidade e eficácia.

Conclusões

Devido à incidência global de doenças transmitidas por vetores, a OMS se posiciona sobre a urgência de desenvolver e testar ferramentas que contribuam para seu controle e erradicação. Uma das tecnologias implementadas nos últimos anos é o uso de mosquitos geneticamente modificados. Portanto, destaca a importância de uma abordagem gradual para testá-los.

Uma visão em que as comunidades também devem estar envolvidas, incluindo as populações indígenas. E é que nesta colossal tarefa, de anos de luta com diferentes metodologias, sem sucesso, é preciso deixar o ceticismo e lançar um olhar objetivo às alternativas existentes. Desde que os resultados garantam a eficácia e segurança da saúde humana, animal e do ecossistema.